Conversando com pessoas do meio, percebemos uma grande preocupação com o futuro do rádio comum, AM e FM. Radialistas e outros profissionais se queixam da diminuição do número de ouvintes que passam a preferir outras mídias. Se bem que um certo alento exista em função da vinda do rádio digital, temos mais: o rádio por software. (2005)
Quando se define “rádio” entendemos qualquer dispositivos que utilize ondas eletromagnéticas ou ondas de rádio para receber ou transmitir informações.
Hoje em dia existe uma infinidade de tecnologias de “rádio”, indo desde os processos de modulação simples em amplitude e freü6encia (AM e FM) para a radiodifusão, até os equipamentos sofisticados como celulares, GPSs, pagers, sistemas wireless para comunicação de dados que empregam modulação de espectro espalhado além de outras.
No entanto, se partirmos da ideia básica de que todos são “rádios” por que não imaginar um aparelho único para a função: emitir e receber sinais e extrair as informações que eles contém.
Assim, pesquisadores do Mobile and Portable Radio Research Group da Virginia – USA, estão trabalhando numa nova tecnologia que não só deve reviver o rádio, mas também dar muito mais utilidade aos equipamentos que recebem e transmitem sinais.
A ideia é simples: um chip único cujo tipo de sinal que recebe ou transmite pode ser programado (e alterado a qualquer momento) por software.
Instalado numa caixinha comum, ele será um rádio AM/FM quando você quiser ouvir música, mas se transformará no controle remoto que abrirá a porta de sua garagem quando você chegar em casa, comunicará com seu PC enviando dados que eventualmente você tenha registrado e também funcionará como telefone celular...
O que o dispositivo vai fazer com os sinais, dependerá apenas da programação.
Se bem que o chip que pode ser programado ainda está em estudo, trata-se de uma tendência que deve ser analisada.
O que ocorre é que temos cada dia mais um número crescente de aparelhos diferentes que fazem funções semelhantes: temos uma caixinha para controle remoto da garagem, outra para o telefone celular e outra para o rádio. Por que não colocar tudo num aparelho só?
A Philips está se preparando para essa integração que já começa dar fortes sinais de que vai dominar o mercado de equipamentos que envolvam sinais de rádio.
Levando em conta que no ano passado 15 dos telefones celulares já tinham integrados rádios AM/FM, e esse mercado deve crescer em 50% ao ano, a Philips está lançando um chip de rádio FM e outro de AM/FM para se colocado em equipamentos móveis.
A ideia inicial é um pequeno chip que tenha todos os elementos para integrar no sistema celular a recepção AM e FM. O chip de AM recebeu a designação TEA5767 e já está em produção. O chip para recepção de AM/FM é o TEA5777 e no momento que escrevemos este artigo estava prometido para ter o início da fabricação no início de 2005.
O chip para a faixa de FM ocupa uma área de apenas 70 mm2 na placa de circuito impresso. O TEA5777 para a faixa de FM ocupa uma área de 200 mm2.
Na figura 1 temos o diagrama de blocos do TEA5777.
Conforme podemos ver, o enorme número de blocos de funções internas faz com que poucos componentes externos (apenas 25) sejam necessários para que ele opere sem a necessidade de ajustes tanto de RF como de decodificação, tenha a decodificação estéreo a ainda opere com uma tensão muito baixa, a partir de 2,7 V.
Esse circuito integrado é ideal para aplicação em players MP3, CD players portáteis, telefones celulares, micro-systems além de outros.
Mas, o recurso mais importante a ser ressaltado nesses novos CIs é o RDS (Radio Data System) que permite aos usuários imediatamente reconhecer e sintonizar as estações de rádio sem a necessidade de pré-ajustes complexos. O sistema também procura a melhor frequência de recepção para uma estação.
Com o sistema RDS também é possível a implementação de novos serviços interativos como por exemplo, ouvintes de rádio em telefones celulares podem participar de games, contestes e pesquisas de opinião, simplesmente respondendo a um tom de discagem emitido pela estação (não é preciso sequer saber o número!).
Da mesma forma, para os que gostam de música, ao sintonizar uma estação de FM, oferece-se uma opção que se pergunta ao ouvinte se ele gostaria de fazer o download dela e, dando-se o tom, basta responder no equipamento, pelo simples pressionar de uma tecla, que o equipamento faz isso automaticamente.
Enfim, ainda existe muito fôlego para o rádio, para a satisfação dos que ainda curtem esse meio de comunicação.