c) COMO LIGAR O OSCILOSCÓPIO NOS CIRCUITOS ANALISADOS

* Ajustes e conexões

Saber ajustar o osciloscópio para observar uma determinada forma de onda não é o que mais preocupa a maioria dos técnicos, mas sim, saber onde ligar o osciloscópio no aparelho que está sendo analisado.

Nos microcomputadores (PCs) e equipamentos digitais de controle de máquinas um primeiro problema a ser encontrado é a distância entre os terminais dos componentes que torna bastante crítica a introdução das pontas de prova dos equipamentos de medida.

Um descuido e a ponta de prova ou de entrada dos sinais encosta em dois terminais ao mesmo tempo, com sérias consequências para a integridade do aparelho analisado, conforme mostra a figura 17.

 

 

De fato, se os dois terminais estiverem com sinais no mesmo nível (alto ou baixo) ou ainda sincronizados, não existe em qualquer instante uma diferença de tensão entre eles e com isso não há circulação de correntes. No entanto, se eles estiverem em níveis diferentes, ou não sincronizados, a interligação representa um curto com sérias consequências para o circuito que pode queimar-se, conforme mostra a figura 18.

 

 

Assim, devem ser usadas pontas especiais que permitam acessar somente o ponto desejado, sem colocar em contacto pontos adjacentes o que causaria curtos de consequências imprevisíveis para o aparelho analisado.

Pontas especiais para este tipo de equipamento são encontradas nos osciloscópios comuns.

Outro ponto importante a ser considerado é que a entrada de sinais do osciloscópio tem dois fios de conexão. Um corresponde à entrada de sinal propriamente dita e o outro é o terra.

O fio terra ou retorno de sinal deve ser ligado ao ponto de 0V ou terra do aparelho analisado.

Nos computadores este fio pode ser identificado a partir do cabo de conexão da fonte de alimentação, conforme mostra a figura 19.

 

 

A conexão dos dois fios deve ser firme para que não ocorram instabilidades na imagem. Por exemplo, uma conexão mal feita pode levar a deformações do sinal do tipo que impede sua estabilização ou ainda a sobreposição de ruídos como o da rede de alimentação que resulta em imagens onduladas ou sem definição.

 

* Pontos de conexão

Evidentemente, não adianta tentar ligar a ponta em pontos aleatoriamente num circuito para se ter uma idéia do que está ocorrendo em caso de anormalidade. Devemos ligar a entrada do osciloscópio em pontos do circuito em que conhecemos a forma de onda do sinal ali existente.

Isso implica na posse de um diagrama, de um manual ou mesmo na possibilidade de identificar partes do circuito analisado.

Na figura 20 temos um exemplo da observação da forma de onda do clock de um microprocessador conhecido.

 

 

Neste ponto, sabemos que a forma de onda é retangular e que deve ter a frequência do cristal usado.

Um artifício interessante que pode ser usado no diagnóstico de circuitos deste tipo consiste em forçá-lo a gerar sinais de frequências fixas nas saídas que desejamos analisar.

Isso pode ser interessante na análise dos cabos de transmissões de dados, nas portas seriais e paralelas que fazem a conexão de periféricos e em casos semelhantes.

Um programa apropriado pode gerar este sinal e com ele o osciloscópio se torna muito mais útil.

 

 

CONCLUSÃO

O osciloscópio sempre foi e ainda é o instrumento de maior utilidade na bancada de qualquer técnico. Com os circuitos digitais do tipo encontrado nos computadores se tornando mais populares, o osciloscópio moderno se adapta rapidamente a um novo tipo de sinal que deve ser analisado.

Assim, se bem que os osciloscópios comuns ainda sejam muito úteis no diagnóstico de muitos tipos de falhas em equipamentos digitais e até mesmo indispensáveis em muitos casos, a possibilidade de se obter tipos próprios para este trabalho e até a possibilidade de se usar o computador para visualizar formas de onda de outros computadores são cada dia mais comuns.