Avanços em cromoterapia
A ideia de que radiações luminosas possam afetar nossa saúde ou bem-estar não é nova e muito se fala em cromoterapia se bem que a maioria das ideias não tenha uma comprovação científica, tendendo muito mais ao lado psicológico. No entanto, diversos estudos muitos já de alguns anos têm revelado alguns fatos interessantes que reforçam o que talvez seja uma nova forma de terapia mais abrangente.
Sabemos já de um bom tempo que determinados comprimentos de onda de luz visível têm efeitos os mais diversos sobre o nosso corpo. Por exemplo, a radiação de menores comprimentos de onda do espectro visível atua sobre a formação da vitamina D.
Da mesma forma, a luz azul influi na produção da serotonina que é o hormônio do sono. Já escrevemos diversos artigos sobre o assunto em que mostramos que essa radiação inibe a produção do hormônio do sono. (Ritmo circadiano e bem estar (MA145a), As propriedades da Luz Azul (MA118), Novamente a Luz Azul (MA102))
Em nossa notícia NOT415, por exemplo, falamos de LEDs em vestíveis que estimulam o crescimento de cabelo e até mesmo implantáveis que permitem a terapia de doenças nervosas como o Alzheimer.
Mas, temos mais nesse campo com a descoberta que vem de pesquisadores do University College London (Londres – Inglaterra), anunciada em novembro de 2021, que relataram que salvas de radiação próxima do infravermelho próximo pode melhorar a capacidade de visão, principalmente dos idosos.
À medida que envelhecemos, nossa capacidade visual se deteriora. Perdemos a capacidade de focalizar objetos próximos e distantes, o que nos leva à necessidade de usar óculos, mas também temos outras capacidades importantes da visão que diminuem. Uma delas é a capacidade de se distinguir o contraste de cores, que ocorre com o que se denomina pessoas de baixa visão.
Mas, o fato importante que nos chamou a atenção foi a descoberta dos pesquisadores ingleses que mostraram que uma breve exposição a radiação vermelha no comprimento de 670 nm na forma de salvas pode ajudar a melhorar o contraste de cores em idosos que tenham problemas de visão.
Uma exposição de apenas 3 minutos pela manhã pode fazer com que haja uma melhoria nos contrastes de cores de até 20%.
Conforme sabemos nas nossas células existem estruturas denominadas mitocôndrios que são responsáveis pela produção da energia de nosso corpo. Essas estruturas produzem uma molécula denominada ATP (adenosina trifosfato). Essa molécula quando reage em uma hidrólise libera a energia química de que necessita nosso corpo.
Quando envelhecemos a capacidade de se produzir essas moléculas diminui o que significa que passamos a dispor de menos ATP, ou seja, combustível para nosso corpo. No caso específico de nossa retina, o envelhecimento faz com que elas percam facilmente a capacidade de produzir o ATP e com isso elas se deterioram. Os pesquisadores mostram que perdemos 70% da capacidade de produzir a ATP ao longo de nossa vida.
O que se descobriu é que os mitocôndrios têm uma sensibilidade a radiações entre 650 e 900 nm aumentando a produção de energia quando submetidos a elas. O experimento feito pelo pesquisador Glen Jeffrey consistia em submeter 20 pessoas a salvas de radiação de 670 nm pela manhã e depois submeter essas pessoas a um teste de visão que visava avaliar o contraste de cores.
Os pesquisadores verificaram então um aumento da capacidade de visão no teste de contraste de cor que, nas pessoas de mais velhas superou os 20%. O interessante é que os experimentos realizados à tarde não mostraram melhoria na capacidade de visão. A conclusão que tiramos é de sabemos muito pouco sobre a influência da radiação do espectro visível de suas adjacências tem sobre o organismo humano e que há ainda muito por se estudar.
No futuro talvez tenhas equipamentos ópticos simples, como lâmpadas ou radiadores de LEDs que emitindo radiações de comprimentos de onda específicos podem ser de grande eficiência no tratamento de certos males, de problemas de visão e até mesmo melhorar nosso bem-estar.
O documento original publicado na revista Scientific Reports pode ser acessado em: https://www.nature.com/articles/s41598-021-02311-1
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