Novamente, usando minha máquina do tempo, ajusto-a para os anos 50, indo diretamente a uma oficina de eletrônica, um ambiente de projeto daquela época, pois sabia que poderia encontrar muitos componentes antigos interessantes que a maioria dos nossos seguidores não conhecem.
Pode ser que muitos não percebam como talvez seja importante essas viagens ao passado. Muitos dos componentes que encontro e analisado podem ser ainda encontrados em caixas de sucatas, aparelhos antigos em recuperação ou mesmo em lojas de antiguidades.
Lembro que, não há muito tempo, entrando numa loja de antiguidades em Guararema – SP encontrei um voltímetro e um amperímetro de bobina móvel que logo arrematei e até fiz um vídeo explicando como funcionam.
Mas, vamos à nossa viagem. Entrando na oficina antiga fiz logo amizade com os técnicos, me apresentando como um “curioso” que desejava pesquisar um pouco sobre alguns componentes pouco comuns. Me deixaram à vontade.
Fui então a uma caixa de componentes onde logo encontrei um Capacitor Diferencial.
Vocês sabem o que é um capacitor diferencial? No final damos as explicações, inclusive mostrando suas aplicações.
Encontrei depois um pequeno dispositivo que me chamou a atenção pelo fato de parecer um semicondutor. E era. Perguntei a um dos técnicos o que era e ele me explicou.
- Trata-se de iluminação do futuro. Gerar luz fria a partir de campos elétricos. Este que você em mãos é experimental e aproveita o Efeito Destriau.
(Você sabe o que é o efeito Destrial?)
Consultei meu almanaque que sempre levo no celular que lá no passado não funciona, mas que serve como arquivo.
- Sim, acredito que no futuro teremos os dispositivos emissores de luz semicondutores. Talvez sejam chamados de LEDs (arrisquei um nome, pois ainda não existiam)
Perguntei ainda:
- Vocês usam hoje que tipo de dispositivo para produzir luz sem ser a lâmpada incandescente e a lâmpada de arco?
Ele tirou então da caixa de componentes um tubo de vidro e me explicou.
- Este é um meio simples de dispositivo para produzir luz e que usamos muito. Ele se baseia no Eletromerismo.
(mais um termo para nossos leitores pensarem – o que é Eletromerismo?)
Mas havia uma pequena lâmpada no fundo da caixa que me chamou a atenção. Além do vidro diferente, também o filamento me pareceu estranho. Um dos técnicos me explicou.
- É uma lâmpada de Nernst . Fizeram durante algum tempo, mas devido a dificuldades técnicas pararam.
(Sabe o que é uma lâmpada de Nersnt?)
Mas, algo me chamou atenção do lado da caixa. Uma longa vareta de material isolante com uma lâmpada neon na extremidade. Perguntei e me informaram que era um ondoscópio.
Sabem o que é?
Me dei por satisfeito por ter visto alguns componentes estranhos e voltei para o futuro.
Explicações:
Capacitor Diferencial
Tipos de capacitor variável ou ajustável de duas seções de tal maneira montadas que, quando a capacitância de uma aumenta a da outra diminui, conforme mostra a figura. Eram usados em circuitos de RF da época.
Efeito Destriau
Este efeito consiste na emissão de luz resultante da ação de campos elétricos alternados sobre fósforos que estejam num dielétrico. O efeito recebe o nome de seu descobridor Georges Destriau, nascido em Bordeaux – França em 1903 e falecido em Paris em 1960). Pronuncia-se “Destriô”. Este efeito deu origem aos LEDs.
Eletromerismo
Termo usado para designar a ionização de gases pela passagem de uma corrente elétrica. O efeito usados nas lâmpadas fluorescentes, que já se usavam naquela época.
Lâmpada de Nernst
Lâmpada que possui um filamento feito de cerâmica formada por uma mistura de magnésio e alguns óxidos de terra raras como o ítrio (Y). Uma bobina aquece o filamento tornando-o incandescente. Depois desse processo de ignição, o filamento continua conduzindo podendo operar com baixas correntes. Como o filamento não reage com o oxigênio não havia necessidade de um bulbo sem ar ou com gás nobre.
Ondoscópio
Lâmpada neon fixada na extremidade de uma haste isolante, usada para verificar o funcionamento de transmissores acendendo quando a aproximamos da antena ou saída de RF.