Naquela época a eletrônica se resumia praticamente a dois tipos de aparelhos: os rádios e os amplificadores. Naturalmente, tudo valvulado, pois o transistor ainda não havia chegado. Arrumando nossa biblioteca, nos deparamos com uma preciosidade que é uma revista Antenna (brasileira) de 1948 que, analisamos, verificamos como era a eletrônica na época e agora comentamos com nossos leitores.
Naquela época o forte da eletrônica era o receptor de rádio que podia ser adquirido em muitas versões, com onda média apenas, ondas medias e curtas e até mesmo uma entrada para um toca-discos ou microfone.
Evidentemente tudo era valvulado e as empresas que fabricavam as válvulas procuravam sempre chamar a atenção para a qualidade de seus produtos, como ocorria com a Philips.
Assim, pelo anuncio abaixo, os leitores podem ter uma ideia do que se pensava na época em termos de válvulas.
Através desse anúncio vemos que uma atividade importante que os eletrônicos com habilidade para montagem podiam ter, para ganhar dinheiro, era montar rádios a partir de kits.
O rádio era um equipamento caro na época e poucos podiam comprar os modelos mais elaborados ou mesmo os que eram disponíveis prontos para uso em lojas.
Assim, muitos compravam os kits e montavam seus próprios rádios ou então faziam isso para ganhar dinheiro. O anúncio abaixo nos dá um exemplo de um receptor de rádio em kit vendido na época. Até mesmo a caixa era um elemento que poderia ser dispensado ou comprado à parte!
Ainda num anúncio da época, temos o receptor Geloso G-72 de 5 válvulas e 3 faixas de ondas que era vendido em kit e até mesmo o diagrama para análise estava disponível.
Observe pelo diagrama que se trata de um super-heteródino tradicional com FI de 455 kHz, como a maioria dos aparelhos comerciais da época. Também note a entrada para ligação de antena e terra externos, importante para uma boa recepção das ondas curtas.
Outra marca famosa na época era a Douglas e na figura abaixo temos um exemplo de anúncio de um receptor.
Veja que se apregoava que o rádio tinha um “maior alcance”, pois era mais fácil de se fazer entender ao público leigo, em lugar de se explicar que, na realidade, o receptor tinha “maior sensibilidade”.
Quem já não viu um desses receptores abandonados num porão ou garagem? Vale à pena pensar em sua restauração.
Não apenas pelo valor histórico, pois hoje em dia existe um mercado milionário de colecionadores que pagariam muito para ter um desses rádios funcionando e com a aparência de novinho que um bom restaurador pode lhe dar.