Num trabalho de montagem ou de reparação o técnico pode perfeitamente se ver diante da necessidade de usar um resistor de um valor que ele não tenha, ou que não seja disponível comercialmente. Se o aparelho admitir uma certa tolerância podemos usar o valor comercial mais próximo.Por exemplo, numa montagem menos crítica, no lugar de um resistor de 1 k ohms podemos perfeitamente experimentar um de 1,2 k ohms ou mesmo 820 ohms. No entanto, se esses valores experimentados não levarem ao resultado esperado, o que fazer?

Existem duas formar de associarmos resistores de determinados valores de modo a obter um terceiro.A primeira forma, e mais fácil de calcular, corresponde à conexão em série, que é mostrada na figura 1.



Figura 1 – utilizando a ligação série


Neste caso, as resistências dos resistores se somam. Assim, se não tivermos um resistor de 1 k ohms para uma aplicação, podemos ligar dois resistores de valores comerciais apropriados em série, e obter um valor muito próximo do desejado: no caso, ligamos um resistor de 820 ohms com um de 150 ohms ou de 180 ohms. Obtemos 970 ohms ou mesmo 1 k ohms, o que provavelmente fará com que o aparelho funcione normalmente sem problemas.No caso, foram associados dois resistores, conforme mostra a figura 2.



Figura 2 – Exemplo prático com dois resistores.

No entanto, podemos perfeitamente associar mais resistores até obter o valor desejado. A única limitação para este tipo de solução está no espaço disponível para a montagem dentro do aparelho. Na figura 3 mostramos de que modo os dois resistores em série, que substituem um único de "valor não encontrado" podem ser montados em pé, numa placa de circuito impresso.



Figura 3 – Montagem dos resistores na prática.


Neste tipo de associação deve ser levado em conta que o resistor de maior valor é que vai dissipar a maior potência e que portanto ele deve manter a dissipação do tipo original. Assim, para lk ohms x 1W, será importante que o resistor de 820 ohms seja de 1W, mas o outro de 150 ohms ou 180 ohms pode ter dissipação menor, por exemplo 1/2W, sem problemas. A segunda forma de obtermos um valor que não pode ser conseguido num único componente é pela associação em paralelo, conforme mostra a figura 4.



Figura 4 – Associação em paralelo.

Um resistor de 1k ohms, por exemplo, pode ser obtido pela conexão de um resistor de 1,2 k ohms em paralelo com um de 10 000 ohms ou 12 000 ohms.
No primeiro caso, obtemos 1 071 ohms e no segundo caso obtemos 1 090 ohms. A fórmula para o cálculo da resistência equivalente para dois resistores em paralelo é:


R = (R1 x R2)/(R1 + R2)


Onde: R é a resistência equivalente
R1 e R2 são os resistores associados.

Neste caso, também podemos associar mais de dois resistores em paralelo, conforme mostra a figura 5.


Figura 5 – Associando mais de dois resistores.

A fórmula aplicada para encontrar a resistência equivalente será então:

1/R = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + ........ + 1/Rn

Veja que, ligando os resistores em série, a resistência obtida será sempre maior do que o maior resistor associado, e ligando em paralelo, a resistência obtida sempre será menor do que o menor resistor associado. Com prática, usando uma calculadora, o leitor pode experimentar diversas combinações até obter o resistor do valor que precisa para uma determinada montagem ou trabalho de reparação.