Este é mais um dos artigos que escrevi sobre astronomias quando ainda era jovem. O artigo é de 25-4-1967, quando colaborava quando diversos jornais e revistas da época (*). O artigo trata da aproximação da terra em 1968 do asteroide Ícaro, levantando mais uma vez as ameaças que este tipo de objeto representa.
Em 1968, um pequeno astro, com pouco mais de 1 km de diâmetro, uma órbita muito alongada, irá se aproximar da terra e alguns até acreditam na possibilidade de se chocar contra ela.
Apesar do enorme desastre que essa queda poderia causar, os estudiosos pensam na queda de um corpo menor que poderia certamente ser de grande utilidade para os estudos. Seria possível estudar um corpo celeste de dimensões razoáveis indo até ele, sem a necessidade de sair da terra.
A entrada de um corpo celeste de razoáveis dimensões na atmosfera da terra produziria uma série de fenômenos de grande importância para a ciência, pois através de seu estudo muitos problemas relativos a clima, origem do universo e até mesmo viagens espaciais poderiam ser esclarecidos. Seriam fenômenos que não podem ser produzidos com facilidade nos laboratórios (**).
Certamente, em caso de uma eventual colisão de Ícaro, certamente em torno do local seriam colocados muitos equipamentos prontos para captar informações de grande utilidade para a ciência.
Equipamentos de radar, telescópios, sensores infravermelhos estariam voltados para Ícaro no dia em que o visitante cósmico chegar, ou mesmo quando estiver em aproximação. Existe até mesmo a possibilidade que a terra “capture” o visitante, tornando-o uma lua adicional.
Com o radar, as áreas de ar ionizado poderiam ser estudadas. A partir dessa observação poderia ser obtida de forma precisa a velocidade e informações sobre fenômenos que podem ocorrer com o ar deslocado.
O comportamento de corpos de razoáveis dimensões ao penetrar na atmosfera poderia ser analisado e servir de base para estudos que levem a soluções para os problemas de reentrada na atmosfera de naves espaciais.
Muito mais poderia ser estudado neste tipo de queda como, por exemplo, a análise das substâncias que o formam antes da queda e eventuais alterações que ocorrem depois da queda, pelo aquecimento.
Instrumentos colocados em satélites completariam o material de estudo, ou mesmo em balões de observação. Enfim, ao lado da destruição que poderia ocorrer num caso como este, certamente um estudo associado poderia ser de grande importância para a humanidade, principalmente para ajudar a evitar problemas futuros.
(*) Quando muito jovem, eu ainda não estava completamente sobre a carreira a seguir. Ela se balançava entre a eletrônica, astronomia e a física. Se bem que acabei tendo minha principal atividade na eletrônica, as outras duas ciências não foram abandonadas completamente. Tanto que mantemos esta seção de astronomia em nosso site. Assim, nos anos 60 e 70 escrevi muitos artigos sobre astronomia, publicados desde o jornal da minha escola, até em periódicos de que já tratei na minha biografia. Tenho todos os originais destes artigos que estou colocando a disposição no meu site, tanto pelo valor histórico como pelas informações que contém, que ainda são válidas. Fiz pequenas alterações nos textos quando encontrei alguns pontos que mudaram desde então ou conceitos que hoje são tratados de forma diferente.
(**) Hoje sabemos que as quedas de eventuais meteoros de grandes dimensões seria muito mais um problema de segurança do que de estudo, pois as consequências seriam catastróficas.