A verificação de fugas em capacitores e outros componentes eletrônicos só será eficiente se for usada uma tensão relativamente elevada, pois as resistências encontradas são muito grandes. Com o circuito que ora descrevemos, fugas da ordem de dezenas de megohms podem ser detectadas com facilidade em capacitores cerâmicos, de poliéster, styroflex, cabos, instalações, eletrodomésticos e motores, além de outros equipamentos que suportem tensões de trabalho acima de 150 V.

A ideia básica na qual se apoia este provador é simples: aplicamos uma alta tensão no capacitor em teste ou no componente analisado, e usamos uma simples lâmpada néon para verificar se circula alguma corrente.

Como esse tipo de lâmpada pode acender com correntes extremamente baixas, da ordem de poucos microampères ou mesmo nanoampères, uma fuga, por pequena que seja, se tornará visível pelo seu brilho alaranjado.

Com o circuito proposto, capacitores de 1 pF a 100 nF poderão ser testados sem problemas, desde que sua tensão de trabalho seja igual ou maior que 150 V.

Também podem ser testados fios, cabos, eletrodomésticos e diversos dispositivos de uso industrial tais como chaves, solenóides, relés, etc.

O provador é então formado por uma fonte de tensão contínua sem transformador e uma lâmpada indicadora.

Para a rede de 220 V, a tensão de teste dobra para 300 V, sendo esta a tensão mínima de isolamento para o caso dos capacitores em prova.

Para outros dispositivos, eles também deverão ser capazes de suportar estas tensões.

 

MONTAGEM

A figura 1 mostra o diagrama completo deste simples provador.

 

 

   Figura 1 – Diagrama completo do provador
Figura 1 – Diagrama completo do provador

 

 

A disposição dos componentes para uma montagem em uma pequena placa de circuito impresso que cabe numa caixa plástica menor que uma saboneteira, é ilustrada na figura 2.

 

 

   Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem

 

 

O capacitor C1 é de poliéster metalizado com uma tensão de trabalho de pelo menos 200 V se a rede local for de 110 V, e o dobro se a rede for de 220 V.

O diodo usado pode ser o 1N4007 ou outro com uma tensão inversa de pico de 400 V ou mais.

O resistor de 47 k ohms deve ser de 1 W e o resistor R2 não é crítico, podendo ter valores entre 220 k ohms e 1 M.

A lâmpada néon é comum, NE-2H ou equivalente.

Para as pontas de prova recomendamos que se utilize fio encapado na conexão e que o manejo seja feito com extremo cuidado, considerando que uma delas estará conectada diretamente à rede de energia.

Será interessante que o montador faça urna marca na tomada da rede de energia para identificar o pólo neutro e também no plugue desse provador de modo que a ponta que fica diretamente conectada a esse ponto, seja sempre o terra, evitando-se assim choques e curtos perigosos.

O capacitor Cx é o componente em teste que deve ser ligado entre as pontas de prova.

 

PROVA E USO

Ligando a unidade e encostando uma ponta de prova na outra deverá haver o acendimento da lâmpada néon.

Para usar, encoste as pontas de prova nos terminais do capacitor que deverá estar fora do circuito.

Se a lâmpada néon acender imediatamente com o máximo brilho e depois não apagar mais, é sinal de que o capacitor está em curto.

Se acender com máximo brilho e logo apagar (isso ocorre durante a carga do capacitor), então o capacitor está bom.

Se a lâmpada néon acender com brilho reduzido, mas permanecer acesa, isso indica uma fuga.

Uma idéia que agrega segurança ao aparelho e também facilita seu uso consiste em colocar garras no lugar das pontas de modo a se fixar o

capacitor antes da prova, evitando-se assim o contato com o operador.

 

OUTRAS PROVAS

O mesmo circuito pode ser usado para outras provas de isolamento, como aquelas que envolvem cabos e eletrodomésticos. Por exemplo, conforme mostra a figura 3, podemos verificar se existem fugas entre um fio de alimentação de um motor industrial e sua carcaça, o que pode representar perigo em potencial para o operador ou mesmo de curto na hora da alimentação, se ela for atrelada.

 

 

Verificando o isolamento de um motor.
Verificando o isolamento de um motor.

 

 

Na figura 4 mostramos como fazer uma prova de isolamento de um

cabo coaxial, usado em redes.

 

 

 - Testando um cabo.
- Testando um cabo.

 

 

Mas, CUIDADO! Qualquer prova deve ser feita sempre apenas com o

cabo, que deve estar completamente desligado. E se for um equipamento,

ele deverá estar desligado da alimentação. Nunca teste circuitos sensíveis

como os que usam semicondutores, pois eles podem queimar-se com a tensão elevada usada pelo provador.

 

Fugas

Fugas em aparelhos eletroeletrônicos, instalações e mesmo em componentes tais como capacitores podem ter consequências graves tanto para o operador do equipamento quanto para o próprio equipamento.

Uma fuga para a carcaça, por exemplo, poderá causar choques perigosos em quem manuseia o equipamento, se ele não estiver aterrado.

Da mesma forma, se o aparelho estiver aterrado, essa fuga representará uma perda de energia que pode aumentar em muito uma conta de energia.

Desse modo, verificar se existem fugas de todos os tipos em aparelhos eletrônicos, instalações elétricas domiciliares ou industriais, é algo importante que pode ser feito com o aparelho que descrevemos.

 

D1 - 1N400 ou 1N4007 - diodo de silício.

NE1 - Lâmpada neon comum

C1 - 1 uF x 200 V ou mais – capacitor de poliéster

R1 - 47 k ohms x 1 W - resistor (amarelo, violeta, laranja)

R2 - 220 k ohms x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, amarelo)

 

Diversos:

Placa de circuito impresso, cabo de alimentação, caixa plástica, pontas de prova, fios, solda, etc.

 

 

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