Podemos contar na atualidade com dezenas de modelos de osciloscópios no mercado. No entanto, as características dos aparelhos são as mais diversas, o que pode dificultar a escolha por parte do profissional interessado em obter o máximo pelo seu dinheiro, pois afinal trata-se de um instrumento caro e os tempos difíceis que vivemos, não podem ser superados sem uma modernização e o aumento da eficiência. Veja neste artigo como escolher o seu Osciloscópio dentre os muitos que dispomos no comércio especializado.

Obs. Este artigo é de 1992. Hoje podemos contar com osciloscópio digitais complexos a preços bastante acessíveis. No entanto, este artigo pode servir de referência se o leitor pretende comprar um osciloscópio usado antigo de baixo custo.

 

Não é fácil escolher um, dentre tantos modelos disponíveis, principalmente quando se trata de um instrumento tão caro, como o osciloscópio.

Evidentemente, tratando-se de algo de preço elevado, O profissional deseja que cada centavo investido tenha seu retorno. Não se pode dar luxo de pagar mais por funções que não serão usadas ou que serão de modo muito pouco frequente.

As próprias características do aparelho não devem ir além do que se necessita para um trabalho determinado. Um técnico que só precise de um osciloscópio de 20 MHz de resposta, não estará interessado em pagar muito mais por um de 40 MHz quando o primeiro fará o mesmo que o segundo no seu trabalho.

Como então fazer a escolha? É justo que o técnico menos experiente se sinta desorientado na hora de investir num osciloscópio. Que tipo de Osciloscópio devo adquirir para o meu trabalho? Que características devo observar como mais importantes ? Como interpretar as características de um manual ou de um folheto de um fabricante?

Neste artigo procuraremos dar uma orientação básica para que o leitor não só saiba escolher o melhor Osciloscópio para seu trabalho como também saber o que significam as especificações de cada tipo, de modo a saber com que pode contar em cada aparelho.

Daremos também uma tabela das características dos principais tipos existentes no comércio. Esta tabela não é comparativa, mas simplesmente joga de maneira que facilite a escolha, dados que julgamos mais importantes para os nossos leitores.

Evidentemente informações como o preço e outras mais extensas não poderão ser indicadas.

O preço, além de poder variar bastante de loja para loja, também é afetado pela inflação alta que passa nosso pais no momento (1992) e as informações mais extensas pela falta de espaço que dispomos para seu fornecimento num artigo como este.

Acreditamos que, com as informações dadas a seguir O leitor terá muito mais facilidade em escolher corretamente seu osciloscópio.

 

QUE OSCILOSCÓPIO ESCOLHER

O primeiro ponto a ser observado na escolha de um osciloscópio é a sua resposta de freqüência.

Esta característica nos diz até que freqüência podemos observar um sinal, com confiabilidade, e esta relacionada com o tipo de trabalho. Veja que, se um osciloscópio é de 20 MHz não significa isso que só podemos visualizar sinais até esta freqüência.

Na verdade, freqüências maiores são processadas pelo circuito, mas a fidelidade na projeção da forma de onda começa a ser comprometida, (figura 1).

 

Figura 1 – A fidelidade de resposta
Figura 1 – A fidelidade de resposta

 

Basicamente podemos dividir os osciloscópios em 3 grupos quanto a resposta de freqüência e estes grupos definem praticamente os seus usuários.

 

Osciloscópios até 20 MHz ou 25 MHz

Estes são indicados para a maioria dos técnicos reparadores de rádio, áudio. TV e eletrônica em geral. Seu custo acessível, faz deste osciloscópio um instrumento com que o técnico médio pode contar na maioria dos trabalhos de reparação, ajuste e instalação dos equipamentos indicados.

A disponibilidade de muitos deste tipos de recursos próprios para a observação de sinais de W, são um elemento adicional a considerar se o técnico vai usá-lo neste campo de atividade. Estes osciloscópios podem ser sincronizados com o sinal de campo ou de linha para a observação direta do que ocorre com o vídeo do televisor em análise em cada caso. (figura 2).

 

Figura 2 – Sinal de vídeo
Figura 2 – Sinal de vídeo

 

Osciloscópios de 40 a 50 MHz Estes já são instrumentos de uma categoria superior indicados aos profissionais que operam com equipamentos mais sofisticados de maior precisão que também utilizam freqüências mais elevadas.

Para os equipamentos digitais, por exemplo, mesmo que os sinais sejam de freqüências mais baixas, mas em que existem tempos de subida e descida muito curtos, somente com um osciloscópio de resposta de freqüência mais elevada podemos fazer a análise de tais pulsos, (figura 3).

 

   Figura 3 – Um sinal digital
Figura 3 – Um sinal digital

 

Alguns tipos podem ser preferidos para determinadas atividades como, por exemplo, os que possuem varredura única ou ainda delay ,que facilitam certos trabalhos profissionais.

 

Osciloscópios acima de 60 MHz

Estes sem dúvida, tanto pelo seu custo como pelos seus recursos são indicados para um profissional mais avançado de determinadas áreas onde estão presentes freqüências mais elevadas e tempos de subida e descida muito curtos.

No setor de informática, por exemplo, ao se trabalhar com máquinas muito rápidas pode ser necessária uma velocidade de resposta desta ordem para a visualização dos sinais.

Da mesma forma, em telecomunicações, quando se trata de equipamentos da faixa de VHF a disponibilidade deste equipamento é importante.

Além da resposta de freqüência também é interessante observar o número de canais de um osciloscópio.

Neste ponto, se bem que a maioria dos tipos seja de duplo canal é importante diferenciar duplo canal de duplo traço.

Em alguns osciloscópios a visualização de dois sinais simultâneos é feita chaveando-se a varredura de modo que ora ela seja controlada por uma entrada ora por outra, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Chaveamento alternado de dois sinais
Figura 4 – Chaveamento alternado de dois sinais

 

O tubo de raios catódicos emite, pois, um único feixe que e compartilhado pelos dois canais. Este é o osciloscópio de duplo traço.

No Osciloscópio de dois canais ou canal duplo, temos dois feixes de elétrons que são controlados pelos canais separadamente através de circuitos independentes.

Existem Osciloscópios que podem ter dois ou mais feixes os quais são chaveados podendo resultar com isso em maior número de canais.

 

OUTRAS ESPECIFICAÇÕES

Além das especificações indicadas o comprador deve estar atento para o significado de outras que são de grande importância, dependendo do trabalho a ser realizado.

A impedância de entrada normalmente e de 1 M Ω e a capacitância estará entre 20 e 40 pF, já que se trata de valor padrão, o que significa que o comprador deve apenas estar atento para que não fuja muito a esta faixa.

A sensibilidade é importante quando se trabalha com sinais fracos. Um osciloscópio que tenha uma sensibilidade de 1 mV/div fornecerá uma imagem que preencherá uma divisão para um sinal de 1 mV na entrada, conforme sugere a figura 5.

 

   Figura 5 - Sensibilidade
Figura 5 - Sensibilidade

 

A faixa de sensibilidades para os tipos comuns está entre 1 e 10 mV/div tipicamente.

Um recurso interessante em aplicações onde pormenores de um sinal devam ser observados e a expansão.

Esta expansão multiplica a largura de uma imagem centralizada de modo a podermos observar melhor seus detalhes.

O tempo de subida está diretamente associado a resposta do osciloscópio.

Ele indica a capacidade de visualização de transições rápidas numa forma de onda que ocorrem, por exemplo, com sinais digitais (retangulares) ou com pulsos.

Esta indicação é importante se profissional vai operar neste campo de trabalho.

Os modos de operação em alguns casos também se referem aos tipos de gatilhamento disponíveis, havendo às vezes, conforme os fabricantes os dois tipos de especificações.

O chaveamento do sinal de varredura pode ser feito comandado por um outro canal, pode haver uma adição (add) dos sinais ou ainda a operação independente.

Nos osciloscópios destinados ao trabalho com televisores existem filtros especiais que fazem o chaveamento com a freqüência de campo ou de linha, dependendo do que se pretende visualizar. (Field, Line)

É claro que também deve ser disponível uma entrada para chaveamento externo (Ext).

O eixo Z é um recurso que permite modular o feixe. Normalmente isso é feito com o sinal retangular cuja amplitude pode variar de 0,5 a 5 volts.

Para calibração (CAL) muitos osciloscópios dispõem de uma saída que fornece um sinal retangular preciso de 1 kHz e cuja amplitude pode variar entre 0,5 e 5 V.