Aumenta rapidamente o número de pessoas que fazem uso do sistema de TV por Assinatura em nosso país. Com a vantagem de se obter a recepção de um número muito maior de canais, além do que se denomina de sistema "pay per view" para programas especiais, o sistema garante recepção com igual qualidade de imagem para todos os canais, independentemente da localidade em que o assinante se encontre. Veja, neste artigo, como funciona o sistema de TV por assinatura e de que modo é possível ganhar dinheiro trabalhando para uma empresa concessionária do serviço em sua localidade.
Nota: Artigo publicado na revista Eletrônica Total 107 de 2005.
Pelas vantagens que o sistema de TV por assinatura oferece, torna-se compensador para um assinante pagar uma mensalidade para ter uma grande quantidade de canais recebidos, inclusive estações internacionais famosas como a ESPN, RAI, DW e muitas outras.
Por outro lado, a recepção dos sinais via satélite, com antenas em um local favorável e distribuição por cabos, garante a qualidade uniforme do sinal sem o problema de chuviscos, fantasmas e outros que são comuns na TV via sinais de VHF e UHF.
Os sistemas amplificadores e de distribuição asseguram que todos os canais tenham a mesma intensidade no processo de distribuição, ficando a qualidade final da imagem praticamente apenas dependente da qualidade do televisor usado pelo assinante.
A ideia em que se baseia a TV por assinatura é mostrada da forma simplificada na figura 1.
De uma estação distribuidora que processa os sinais recebidos do satélite, gerados em seu equipamento (programação) e de canais locais, estes são enviados à casa do assinante quer seja via satélite quer seja via cabo.
No sistema via cabo os sinais ocupam um espectro que inclui as mesmas frequências dos sinais que podem ser recebidos pelas antenas externas (sistema aéreo). Mais adiante, daremos uma tabela em que serão mostradas as frequências usadas pelo sistema via cabo (CATV).
Nos sistemas via satélite os sinais são codificados para se evitar seu uso por pessoas que não sejam assinantes e enviados à uma antena parabólica na casa do assinante.
Existem diversas formas de se fazer essa codificação que vai desde a simples inversão do sinal de vídeo e retirada consequente do sinal de sincronismo, provocando uma imagem embaralhada no receptor, conforme ilustra a figura 2, até a transformação do sinal para a forma digital com o uso de algoritmos de decodificação que só o receptor reconhece.

Junto ao televisor do assinante é colocado um filtro ou decodificador que possibilita o reconhecimento do sinal enviado, trazendo-o para a forma normal.
Somente com o decodificador, que é programado pelo fornecedor do serviço de assinatura, é que o sinal original pode ser obtido e, com isso, ser aplicado a um televisor comum. Os sistemas modernos de "TV por assinatura via satélite" usam técnicas de codificação extremamente complexas que tornam praticamente impossível para uma pessoa comum descobrir "a chave" e fazer a decodificação.
Já para os sistemas que usam cabos, o que se faz é apenas utilizar um filtro que separa o grupo de canais do "pacote de programação" escolhido pelo assinante, colocado junto ao poste de fornecimento, e a partir dele se terá, então, o sinal que pode ser aplicado diretamente a um televisor que sintonize seus sinais, observe a figura 3.

Como temos em funcionamento em nosso país os dois sistemas (cabo e satélite), será conveniente fazermos uma análise mais detalhada de como cada um funciona.
TV POR ASSINATURA VIA CABO
No sistema via cabo os sinais são captados por uma antena parabólica de grande porte e convertidos para uma banda de frequências mais baixa. Juntamente com os sinais captados também podem ser “mixados” outros canais como, por exemplo canais de informações de gerados localmente. Estes sinais podem ser recebidos diretamente pelos decodificadores ou receptores de TV que possuam a opção CATV (Cable Television).
Os sinais enviados pelos cabos são distribuídos pelas casas dos assinantes através de cabos coaxiais, conforme mostra a figura 4.

Nas entradas dos assinantes são colocados filtros que deixam passar determinadas bandas de frequências que correspondem aos "pacotes" de canais que são assinados. Esses são filtros passa-faixas que deixam passar as faixas de frequências assinadas, veja exemplo na figura 5.

Junto ao televisor existem duas opções. Uma delas, para o aparelho que possui o sistema CATV já embutido, é simplesmente ligar o cabo na entrada de sinal (antena). A sintonia é feita pelo televisor, usando o controle remoto comum.
Para os televisores que não possuem essa opção é usado um decodificador que converte esses sinais para uma saída de áudio e vídeo (A/V) e aplica esses sinais na entrada do aparelho correspondente. Nesse caso, a sintonia é feita com um controle remoto que atua sobre o decodificador.
Há ainda a opção para televisores mais antigos que consiste em converter os sinais para a um canal livre (3 ou 4) e aplicá-los na entrada de antena. Evidentemente, no processo de modulação, para esse sistema, a qualidade da imagem fica levemente reduzida.
Na figura 6 exibimos as três opções junto ao televisor.

Como os sinais estão restritos ao cabo e, portanto, não ocorre sua irradiação, eles se distribuem praticamente por todo espectro indo dos 7 MHz a 1 GHz. Observe que o cabo trabalha com sinais de RF em diversas faixas de frequências e que, por isso, está sujeito a problemas de atenuação se seu comprimento for muito longo. O instalador deve estar preparado para resolver problemas que aconteçam nesse caso.
Na tabela I temos as frequências usadas para os canais de CATV.
Notamos que a tabela mostra todas as frequências alocadas para os sistemas de TV por cabo, mas que dependendo da região nem todas são usadas.
Nas faixas utilizadas, de frequências mais baixas, as perdas nos cabos são menores e mesmo os cabos colocados podem ser de menor custo. Com o tempo, com a ampliação do número de canais disponíveis, os sistemas vão ampliando a faixa de uso, ocupando as frequências mais elevadas.
OUTROS SISTEMAS
Em algumas localidades ainda operam sistemas de TV por assinatura para alguns canais usando micro-ondas.
Operando na faixa de SHF, esses sistemas usam antenas helicoidais conforme a ilustrada na figura 7.

Entretanto, por se tratar de um sistema que faz uso de sinais que são problemáticos quanto à propagação, devido à frequência muito alta (acima de 1,2 GHz) e ainda pelo fato da estação transmissora ser terrestre, ele deverá estar completamente abolido em pouco tempo. Nesse sistema, os sinais a serem distribuídos são captados por uma antena parabólica (via satélite) e codificados para se evitar que pessoas não autorizadas os captem e usem. Os sistemas de codificação vão da transformação digital à simples inversão do sinal de vídeo.
Estes sinais são, então, levados a um transmissor de micro-ondas.
O transmissor emite os sinais para os assinantes, os quais devem estar com suas antenas focalizadas para a direção da estação.
Dado que nos grandes centros, regiões densamente povoadas, é quase impossível ter a recepção direta, podem ser instalados repetidores em prédios, observe a figura 8.
Os repetidores nada mais são do que receptores que recebem os sinais da estação e depois de amplificá-los, os jogam em outra direção de modo a cobrir a região em que estão os assinantes.


















