Para os técnicos instaladores de antenas parabólicas a descoberta de problemas deve ser bem dominada, caso se deseje garantir o sucesso profissional. Como temos elementos neste sistemas que operam com sinais de frequências muito altas, a maioria dos instaladores se sente em dificuldades quando surgem os problemas e a solução mais simples é substituir a peça suspeita. Nem sempre isso é necessário e isso será justamente o que veremos neste artigo em que damos algumas "dicas" para se encontrar e reparar problemas de instalações de antenas parabólicas. (1996)

Uma vez que um cliente se queixe de problemas com seu sistema de antenas parabólicas o técnico deve ter em mente uma sequência lógica de procedimentos, caso deseje ser eficiente no seu trabalho.

Se bem que, por tentativas, muitos técnicos possam acabar por chegar a origem do problema, a perda de tempo deve ser considerada e hoje em dia, para um profissional que deseja maximizar seus lucros, isso não pode ocorrer.

Os procedimentos básicos visam fundamentalmente isolar o elemento do sistema que tenha defeitos e isso pode fazer com simples resposta a alguma questões.

Damos então os diversos passos que permitem isolar a causar do problema:

 

a) Começamos pelo televisor

Nem sempre uma tela de um televisor "acesa" ou com trama indica que ele está em bom estado. Assim, se o televisor "acende" mas não há sinal devemos verificar se o televisor realmente está bom.

Se o televisor está funcionando bem ele deve pegar tanto os canais comuns que sejam recebidos por meio de antena (VHF e UHF) com os sinais recebidos pela antena parabólica.

 

Assim, devemos inicialmente testar se o televisor também é capaz de captar os sinais de VHF e UHF. Se a recepção for normal, então podemos dizer que o problema não é do televisor.

 


 

 

 

No entanto, se a recepção for anormal, então estará caracterizado que o problema é do televisor e os procedimentos para sua reparação devem ser providenciados.

Se na localidade em que o teste do televisor tiver de ser feito, não forem captados sinais de TV em UHF ou VHF pode ser usado o videocassete ou mesmo um gerador de barras para esta finalidade.

Se a imagem recebida pelo receptor via satélite tem chuviscos, mas uma imagem gerada por um videocassete ou mesmo recebida em UHF ou VHF não, o problema não é do televisor.

Pode ser que a antena esteja mal orientada "pegando" um lóbulo lateral de emissão do satélite, conforme mostra a figura 2.

 


 

 

 

Neste caso, a solução pode estar na simples reorientação da antena.

 

b) Receptor

Uma vez que se constate que o televisor está em bom estado e não é a causa do problema, passamos ao receptor.

O primeiro ponto importante é verificar se ele está corretamente ligado. Este procedimento vai desde a verificação dos cabos que devem estar bem encaixados no televisor e no receptor até os controles que podem estar ajustados de modo incorreto.

Se o LED do painel do receptor não acende verifique se ele está corretamente conectado à rede de energia ou se algum fusível queimou. Se o LED não acender mesmo estando tudo certo então o problema é deste elemento do sistema que deve ser verificado.

Se o painel do receptor acende, e tudo indica que ele está funcionando normalmente (os mostradores não indicam nada de anormal), antes de continuar com as verificações, veja se o televisor está sintonizado no canal correto ou colocado na função correta de vídeo, caso a entrada seja feita pela entrada MONITOR com dois cabos, conforme mostra a figura 3.

 


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Se o receptor tem um medidor de intensidade de sinal e ele indica que está entrando um bom sinal então o problema pode estar no modulador interno. Se o televisor não estiver sintonizado corretamente, o que deve ser verificado mais uma vez, este sinal, se existente na saída, não será captado.

Se não houver sinal na entrada do receptor, o que pode ser verificado pelo medidor de intensidade de sinais, então o problema está antes dele.

 

c) Cabos

Os cabos que vão da antena ao receptor são elementos críticos de uma instalação. Se expostos ao tempo ou ainda passarem em locais que possam ser atingidos sempre existe a possibilidade de um dano físico.

Verifique então o cabo em todo seu percurso.

Acidentalmente, ao plantar algo no seu jardim alguém pode ter cortado os cabos que passem por canalizações enterradas.

Se o cabo é subterrâneo também existe a possibilidade de ter entrado água na sua instalação o que pode causar danos. Este é um dos motivos pelo qual não se admitem emendas neste trajeto que seriam um ponto extremamente sensível a este tipo de problema. No entanto, mesmo sem emendas, a água e outros elementos podem atacar os isolamentos e com isso causar danos ao cabo.

Também deve ser prevista a ação de ratos que podem roer os cabos causando danos ao sistema.

A prova de continuidade do cabo é simples e pode ser feita com o multímetro ou ainda com um gerador de sinais colocado na outra extremidade.

Uma maneira simples de se testar o cabo é ter em mãos um segundo cabo comprido que possa ser substituído momentaneamente para um teste de funcionamento. Desligue o cabo suspeito e ligue o novo "por fora" para um teste de funcionamento, conforme mostra a figura 4.

 


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Verifique também se os conectores do cabo nas duas extremidades estão bem firmes. Um puxão acidental pode soltá-los.

Se o cabo estiver bom, devemos ir à antena.

 

d) Analisando a antena

Começamos por verificar se todos os conectores estão bem encaixados e se não existem sinais de penetração de umidade. Verifique se os pontos de escoamento de água que existem em alguns dispositivos estão desobstruídos.

Verifique se os conectores estão em bom estado. Sinais de corrosão podem significar problemas.

Os conectores e elementos mais sensíveis à corrosão quando penetra água são os que levam alimentação ao circuito. O que ocorre é que tensão contínua constante destes elementos tem um efeito galvânico nos metais dos elementos em presença da água, acelerando sua corrosão.

Ao fazer a troca de um conector, limpe bem todas as partes e use um elemento vedante para evitar nova penetração de água. A borracha de silicone é uma sugestão se o conector tiver uma tendência para absorver umidade pela sua posição ou pelas próprias características do local em que a antena é instalada.

Um outro problema que pode ocorrer em regiões com grandes amplitudes térmicas (dias muito quentes e noites muito frias ou ainda diferenças muito grandes de temperaturas entre as estações), é a contração e dilatação dos elementos de encaixe do sistema.

Os pinos dos conectores dilatando-se e contraindo-se de forma diferente da base podem acabar por gerar um problema de contacto.

Em alguns casos pode até ocorrer o rompimento do elemento que isola este pino que trinca, causando não só problemas de contatos como também curto-circuitos.

 


 

 

 

Uma inspeção visual é importante para se verificar se existem sinais de corrosão, trincamento ou mesmo deformação dos conectores nos locais afetados.

Um elemento indicativo de que o defeito é este e que deve ser levado em conta é quando o problema ocorre num dia muito frio ou num dia muito quente.

Se o técnico possuir um medidor de intensidade de campo deve usá-lo na saída da antena para verificar se seus circuitos estão funcionando.

Se não estão funcionando, devemos passar a etapa seguinte de análise que consiste na inspeção do alimentador e demais circuitos associados.

 

e) Analisando os circuitos da antena

Devemos verificar em primeiro lugar se não houve penetração de água em algum circuito do alimentador. Se isso ocorreu devemos verificar se não houve dano a este circuito. Podemos secá-lo e experimentar novamente. Se o circuito ainda funcionar devemos providenciar uma vedação melhor para que a água não volte a penetrar. Uma ideia consiste em se colocar um pequeno saquinho de sílica gel no interior do aparelho para absorver o restante da umidade e vedar a caixa com borracha de silicone.

A sílica gel é aquela substância semelhante a areia que vem em saquinhos em muitos aparelhos sensíveis e tem por função absorver a umidade.

Um problema interessante que ocorre com certos alimentadores é que seus circuitos só funcionam quando ele está abaixo de certa temperatura. Se o defeito se manifesta com temperatura alta, tente esfriá-lo ou usando um ventilador. Se o defeito não se manifesta no momento da visita do técnico, mas o cliente reclama você pode simular o defeito com um aquecedor de cabelos.

Este problema exigirá talvez a troca do alimentador por outro que não seja sensível ao calor.

 

 

CONCLUSÃO

 

Os problemas que vimos supõem que a orientação da antena esteja correta.

Para os sistemas em que tenhamos partes móveis, a análise de seu funcionamento deve ser feita. Neste caso temos outros procedimentos adicionais que deverão ser abordados oportunamente em outros artigos.

 

 

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