Simulador de Presença Diferente (ART2114)

Eis um simulador de presença diferente, com duplo retardo para portas de entrada. Ao se tocar a campainha, alguns segundos depois uma lâmpada interna se acende, e depois de alguns minutos ela apaga automaticamente, dando a Impressão de que existe alguém na casa, mas não quer atender a porta.

Este tipo de simulador, atua somente quando a campainha é acionada, mas a dupla temporização faz com que o acendimento de uma lâmpada interna não ocorra no mesmo instante o que levaria o intruso a associar a presença de um automatismo e por isso mesmo logo perceber que não existe ninguém no local.

No nosso projeto, o acionamento da luz interna ( ou mesmo externa) se faz com retardo, e seu desligamento também é temporizado.

Na figura 1 temos um gráfico do que ocorre com este equipamento.

Figura 1 – O funcionamento do circuito

No instante t1 a campainha é acionada. O aparelho é então energizado automaticamente e assim tem inicio à primeira temporização de 10 a 15 segundos.

No final deste tempo (t2) a lâmpada interna é acionada e começa a segunda temporização.

No final da segunda temporização (t3) o aparelho é desligado, juntamente com a lâmpada interna. Esta segunda temporização pode ficar entre 1 minuto e 15 minutos.

No nosso caso, o acionamento é de apenas uma lâmpada, mas nada impede que outros dispositivos sejam alimentados ao mesmo tempo.

CARACTERÍSTICAS

Tensão de alimentação: 110 ou 220 VCA

Temporização: dupla (10 a 15 segundos e de 1 a 15 minutos)

Carga controlada: 2 a 6 ampères ou mais (conforme relé)

COMO FUNCIONA

No instante em que o botão da campainha de entrada é pressionado, o circuito recebe alimentação e uma tensão positiva é aplicada ao relé k1 e ao circuito integrado Cl-2.

Como o capacitor C4 se encontra descarregado e, portanto, o pino 6 da porta NAND do 4093 no nível baixo, sua saída vai imediatamente ao nível alto, o que polariza o transistor Q1 no sentido de fechar seus contatos do relé k1.

Este relé trava o circuito, mantendo sua alimentação mesmo depois que a campainha de entrada deixa de ser acionada.

No instante em que o circuito é ligado, C3 se encontra também descarregado e começa a se descarregar via P1.

O nível do pino 2 durante a carga é alto, e portanto a saída no pino 3 é baixa, o que mantém o transistor O2 no corte e também impede a carga de C4 via R1.

O capacitor C3 e o trimpot P1 determinam então o tempo do primeiro retardo.

Quando C3 atinge uma certa carga, com a tensão no pino 2 caindo a um valor suficientemente baixo ocorre a comutação da porta disparadora e sua saída vai ao nível alto.

Neste instante temos a comutação do segundo relé já que Q2 é levado a saturação e ao mesmo tempo inicia-se a carga de C4 via R1 com o início da segunda temporização.

O leitor poderá usar para C4 um capacitor de valor previamente escolhido e um resistor fixo ou então, se quiser poderá alterar o projeto trocando R1 por um resistor de 100 k ohms em série com um trimpot de 1 M ohms ou 2,2 M ohms, obtendo assim a temporização máxima que passará de meia hora com um capacitor de 1000 uF.

Quando o capacitor C4 atingir uma tensão suficientemente alta para provocar a comutação da porta NAND disparadora, sua saída que estava no nível alto passará imediatamente para o nível baixo.

O resultado é que o relé K1, que mantinha o circuito alimentado será de com isso tudo é desligado. O aparelho ficará então pronto para um novo ciclo de operação.

É importante observar que, como os capacitores mantém a carga por um certo tempo, se houver um acionamento imediato do aparelho novamente, os ciclos de operação estarão mais curtos.

A ligação de um resistor de 100 k ohms entre o pino 3 do circuito integrado CI-1 e a terra ajuda a descarregar mais rapidamente C3 e com isso a primeira temporização é menos afetada.

MONTAGEM

Na figura 2 temos o diagrama completo de nosso aparelho.

Figura 2 – Diagrama do simulador

Os principais componentes podem ser montados numa placa de circuito impresso conforme mostra a figura 3.

Figura 3 – Placa para a montagem

O layout da placa que mostramos é feito para o uso dos relés com base DIL (micro-relés), mas ele deve ser alterado se forem usados os relés de maior corrente de contato com base diferente.

Para o circuito integrado Cl-2 sugerimos a utilização de soquetes DIL-14. O circuito integrado Cl-1 deve ser dotado de um pequeno radiador de calor.

Os resistores são todos de 1/8 W e os capacitores eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de 16 V ou mais exceto C1 que deve ser de 25 V.

O transformador tem enrolamento primário de acordo com a rede local e secundário de 12 + 12 V com corrente a partir de 500 mA.

Os diodos D3 e D4 admitem equivalentes, assim como o D1 e D2 que são diodos de silício de uso geral, usados para proteger os transistores contra as tensões elevadas geradas nas bobinas dos relés na comutação.

P1 é um trimpot comum para montagem em placa de circuito impresso.

Os transistores são NPN de uso geral, admitindo equivalentes.

O conjunto pode ser instalado numa caixa plástica que ficará embutida junto a qualquer ponto de acesso da instalação elétrica, preferivelmente perto de onde passe o fio da campainha de entrada.

INSTALAÇÃO E USO

A prova de funcionamento pode ser feita facilmente, simplesmente energizando-se os pontos A e B observando-se o fechamento dos contatos dos dois relés e depois a abertura automática de K2 que deve imediatamente ser acompanhada de novo disparo se o circuito ainda estiver energizado.

A instalação é feita da maneira mostrada na figura 4.

Figura 4 - Instalação

Observe que a lâmpada controlada é ligada aos contatos E e F do relé K2.

O ajuste do tempo de operação do segundo relé é feito em P1 e depois o ciclo de atuação depende de R1 e de C4 que podem ser alterados conforme a vontade do montador. Comprovado o funcionamento, é só utilizar o aparelho.

Uma segunda chave interruptora pode ser usada para desativar o sistema quando alguém estiver em casa.