Telegráfo para longas distâncias (MIN043)

Este circuito pode ser usado por grupos escoteiros ou campistas que necessitam de um sistema de "comunicações de emergência" para longas distâncias e que desejem usar para isso o Código Morse.

O Código Telegráfico universal tende a cair no desuso pela adoção de sistemas mais modernos, mas ainda hoje, consiste num recurso importante para casos de emergência e isso é revelado pela exigência de seu conhecimento nos exames de rádiooperadores e radioamadores.

O circuito que descrevemos opera com um tom de áudio agradável e como sua transmissão é feita com linha de alta impedância, para um receptor sensível, o fio de conexão entre as estações pode ter mais de 5 km de comprimento.

Com dois sistemas semelhantes e usando o mesmo cabo (acrescenta-se uma chave de transmitir/receber), pode-se manter a comunicação de forma bilateral.

O circuito é alimentado por pilhas e bastante compacto para poder ser carregado na mochila, tanto o transmissor como o receptor.

Com o uso da ligação à terra (uma pequena barra de metal enterrada em solo úmido) o fio de interligação entre as estações pode ser único.

Usando um fio encapado fino ele pode ser carregado num carretel com comprimento muito grande, suficiente para unir dois acampamentos, por exemplo.

O circuito conta ainda com um ajuste de tonalidade para o sinal o que torna-o mais agradável de usar.

Na figura 1 temos o diagrama completo do sistema, já que o receptor consiste num simples transdutor piezoelétrico.

Diagrama do telégrafo.

Na figura 2 temos a disposição dos componentes do transmissor numa ponte de terminais.

Montagem do telégrafo numa ponte de terminais.

Essa ponte de terminais, juntamente com as pilhas e o manipulador, devem ser instalados numa pequena caixa plástica.

O transformador ‚ do tipo usado em fontes de alimentação com primário de 110 ou 220 V ou as duas tensões e secundário de qualquer tensão entre 4,5+4,5 V e 9+9 V e corrente na faixa de 100 a 300 mA (quanto menor for o transformador, melhor para a montagem).

Os capacitores são de poliéster ou cerâmicos e o resistor a partir de 1/8 W.

Como receptor temos duas alternativas: uma delas consiste no uso de um transdutor piezoelétrico pequeno (do tamanho de uma moeda) e por isso muito fácil de transportar ou ainda uma cápsula de fone ou microfone de cerâmica.

A segunda alternativa consiste no uso de um tweeter piezoelétrico do qual tenha sido retirado o pequeno transformador interno.

O manipulador pode ser improvisado com uma chapinha de metal, um prego pequeno e um pedaço de madeira ou ainda fixado na própria caixa de montagem.

Não ‚ preciso usar interruptor geral pois, quando o manipulador se encontra aberto, não há consumo de energia.

Para provar o aparelho ligue o transdutor à saída, mas com um resistor de 47k ? em série para que não haja sobrecarga.

Aperte M e ajuste P1 para obter o tom desejado.

Depois, é só instalar o aparelho. Se quiser um controle de volume no receptor, ele pode ser feito com um potenciômetro comum de 100 k ?.

As ligações a terra são feitas com duas varetas de metal enterradas em local úmido. Essas varetas devem ter pelo menos 40 cm de comprimento.

A linha de transmissão (fio) que une as estações deve ser bem isolada, pois a transmissão ocorre com uma tensão que pode chegar aos 400 V o que significa o perigo de pequenos choques em quem tocar em partes desencapadas.

Para transmitir, lembre-se de que um toque curto representa um ponto e que um toque longo, um traço. Pontos e traços formam as letras, números e símbolos diversos segundo o Código Morse.

O leitor deve memorizar bem o código e depois, com algum treino, conseguir receber e transmitir mensagens de modo eficiente.