A aplicação de pequenos choques de baixas frequências em partes determinadas da pele tem diversos efeitos que são usados inclusive com aval médico em muitos casos. Assim, um primeiro caso a ser citado é o da massagem que pode ser conseguida com um estimulador, pelo efeito que ele tem nas junções nervosas, causando o relaxamento.

Outra aplicação é no próprio relaxamento pelo mesmo motivo: as junções nervosas são estimuladas no sentido de saírem do estado de tensão em que se encontram.

Finalmente temos a eliminação da dor. Constata-se que estímulos controlados podem aliviar a tensão nervosa a ponto de impedir a propagação dos impulsos que causam a dor, com efeitos analgésicos comprovados.

Nos Estados Unidos e mesmo no Brasil, o eletroestímulo tem sido usado por dentistas no sentido de aliviar a dor causada por problemas dentários de diversos tipos com eficiência.

Na figura 1 mostramos a aplicação do eletroestimulador para o relaxamento e alívio de dores musculares.

 

Figura 1 – Utilização do aparelho
Figura 1 – Utilização do aparelho

 

Este tipo de aplicação tem sido bastante usado em muitas clinicas.

O aparelho que descrevemos é simples, servindo como massageador e para o relaxamento. Evidentemente, o uso do aparelho na cura de qualquer doença não deve ser feito sem a consulta a um especialista (médico).

Alimentado por pilhas comuns ele produz estímulos de alta tensão que, entretanto, são inofensivos, dada a pequena intensidade de sua corrente. É importante observar que este aparelho não deve ser de modo algum alimentado por fonte ligada à rede de energia por motivos de segurança.

O aparelho e portátil e tem dois ajustes: da frequência dos estímulos e da sua intensidade.

 

Como Funciona

Na figura 2 temos o diagrama completo do nosso eletroestimulador.

 

Figura 2 – Diagrama do aparelho
Figura 2 – Diagrama do aparelho

 

Para se obter uma alta tensão a partir de pilhas comuns usamos um circuito denominado inversor. O inversor nada mais é do que um oscilador de baixa frequência que alimenta um transformador.

O transformador tem um enrolamento de alta tensão onde, no nosso caso, pode ser obtida uma tensão com picos de mais de 400 V, mesmo utilizando-se um transformador comum para a rede de 220 V.

O oscilador que empregamos é do tipo Hartley e sua frequência pode ser ajustada por meio do potenciômetro P1, desde alguns hertz a mais de 1 000 hertz. Alterações nos valores dos capacitores podem modificar esta faixa de frequências. O controle da frequência será importante no sentido de se obter os estímulos que levem aos melhores resultados.

Para que o oscilador funcione existe o circuito de realimentação formado por C2, P1 e R1, e a frequência central basicamente depende de CS e das características do enrolamento de baixa tensão do transformador.

O transformador usado, para maior facilidade de montagem, é do tipo comum com primário de 110/220 V e secundário de 6+6V com uma corrente de 300 a 500 mA.

No secundário do transformador temos um segundo potenciômetro de controle que, funcionando como um divisor de tensão, ajusta a intensidade dos estímulos.

A tensão obtida no secundário de alta tensão do transformador consiste em picos rápidos cuja frequência pode ser ajustada em P1.

O Elemento ativo deste Circuito é um transistor de média potência NPN.

 

Montagem

A disposição dos componentes na placa de circuito impresso é mostrada na figura 3.

 

Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem

 

O transistor admite equivalentes como o BD137 ou BD139 e até mesmo o TIP31 (este tem terminais diferentes, assim como sua posição de montagem) e deve ser dotado de um radiador de calor. Na verdade, qualquer transistor NPN de média potência pode ser usado sem problemas.

Devem ser usadas pilhas médias ou grandes para maior autonomia de funcionamento pois o circuito tem um consumo relativamente alto. Use pilhas alcalinas ou recarregáveis.

O transformador tem enrolamento primário de 110/220 V com secundário de 6+6V e corrente de 300 a 500 mA. Um transformador de apenas 110 V de primário também funciona com uma intensidade máxima de estímulo um pouco menor, mas mesmo assim boa.

O resistor é de ½ W e o capacitor C1 e um eletrolítico de 220 µF à 1 000 µF com 6V ou mais de tensão de trabalho.

Os capacitores C2 e C3 são de poliéster e o potenciômetro P1 pode incluir a chave geral S1, se o leitor assim o desejar.

Para saída dos estímulos são usados bornes. Nestes bornes são ligados os fios com os eletrodos, que podem ser chapinhas de metal ou ainda tubinhos de metal, que ficarão em contato com a pele da pessoa que vai usar o aparelho.

O conjunto cabe facilmente numa caixinha plástica cujas dimensões dependem fundamentalmente do tamanho do transformador e do suporte de pilhas.

Na figura 4 damos uma sugestão de como o aparelho pode ser instalado numa caixa plástica.

 

Figura 4 – Montagem em caixa
Figura 4 – Montagem em caixa

 

Observe o acesso aos controles, que são os potenciômetros, e o modo como os eletrodos de aplicação são ligados aos bornes. Os eletrodos de aplicação podem ser simples chapinhas de metal que ficarão fixas na pele por meio de esparadrapos ou elásticos, conforme o ponto que se deseja estimular. Outra possibilidade consiste em se usar bastões de metal que a pessoa vai segurar.

Observação importante: nunca use este tipo de aparelho em pessoas que tenham marca-passos ou problemas do coração.

 

Prova e Uso

Para provar o aparelho ligue-o acionando S1. Ajustando P1 você deve ouvir um leve zumbido do transformador indicando a oscilação.

Coloque P2 totalmente para a esquerda (posição de mínimo) e toque com os dedos, simultaneamente em fios ligados aos bornes de saída.

Vá girando vagarosamente P2 para a direita (aumentando a intensidade da saída).

Você deve sentir inicialmente um leve formigamento que vai aumentando até se transformar em choque, quando então você deve largar os fios.

Volte o controle para obter apenas um formigamento. Atue sobre P1 de modo a mudar sua frequência, verificando a mudança da sensação obtida.

Comprovado o funcionamento é só usar o aparelho.

Para isso, conecte os eletrodos na pessoa a ser massageada, ou faça-a segurar os eletrodos. Antes de ligar o aparelho, certifique-se de que P2 está no mínimo.

Ligue o aparelho e peça para a própria pessoa a ser massageada ou estimulada para ajustar os controles de modo a ter a sensação desejada para o relaxamento, por exemplo.

 

Semicondutores:

Q1 - BD135 ou equivalente - transistor NPN de uso geral

 

Resistores (1/8 W, 5%):

R1 - 1 k Ω - marrom, preto, vermelho

P1 - 100 k Ω - potenciômetro

P2 - 47 k Ω - potenciômetro

 

->Capacitores:

C1 - 470 µF/6 V – eletrolítico

C2 - 10 nF - poliéster

C3 - 100 nF - poliéster

 

Diversos:

T1 - Transformador com primário de 110/220 V e secundário de 6 + 6 V

e corrente entre 300 e 500 mA

S1 - Interruptor simples

B1 – 6 V - 4 pilhas médias ou grandes

X1, X2 - Bornes para ligação dos eletrodos

Caixa para montagem, cabo de força, fios, parte mecânica do aplicador, etc.

 

 

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