Nosso projeto é de um transmissor localizador muito pequeno que pode ser escondido em objetos ou mesmo pessoas com a finalidade de se fazer sua localização ou monitorar sua posição. Podemos esconder este transmissor num objeto que seja deixado para ser roubado numa empresa e assim descobrir onde o ladrão o esconde ou mesmo onde está o objeto desaparecido.

O alcance deste transmissor e pequeno, pois nesta aplicação temos a limitação do espaço para sua instalação.

Operando na faixa de FM ele tem um alcance entre 50 em 100 metros, o que também depende da existência de obstáculos para que o sinal emitido os atravesse, ou do espaço para a colocação de uma pequena antena.

O importante é que ele pode ser montado numa caixa de reduzidas dimensões, conforme mostra a figura 1 e assim escondido facilmente nos objetos protegidos ou colocado no bolso de uma pessoa que se pretenda vigiar.

 

Figura 1 – O transmissor localizador
Figura 1 – O transmissor localizador

 

 

Como ele emite os sinais na faixa de FM, o receptor pode ser um rádio comum de FM.

Uma outra característica importante a ser ressaltada neste projeto é que sua simplicidade toma-o muito barato, podendo até ser montado totalmente com componentes de sucata.

 

 

FUNCIONAMENTO

 

O diagrama completo do transmissor localizador é mostrado na figura 2.

 

Figura 2 – Diagrama do transmissor
Figura 2 – Diagrama do transmissor | Clique na imagem para ampliar |

 

 

O que temos é um simples oscilador de alta frequência com- um transistor NPN de RF. A frequência deste oscilador é determinada pela bobina e pelo capacitor em paralelo. Este capacitor é ajustável, de modo que podemos escolher uma frequência livre da faixa de FM para a operação do aparelho.

Desta maneira captamos o sinal, na forma de um “sopro” num ponto do mostrador onde não existam estações funcionando.

Os resistores colocados na base do transistor fazem sua polarização, enquanto que o capacitor Cl faz o desacoplamento. O capacitor entre o emissor e o coletor do transistor deve ser obrigatoriamente cerâmico e ele é responsável pela realimentação.

O alcance do aparelho vai depender da tensão usada na alimentação. Se usarmos pequena tensão, como por exemplo duas pilhas, o alcance será menor (entre 20 e 50 metros), mas a durabilidade das pilhas será maior.

Se usarmos 4 pilhas, teremos maior alcance, entre 50 e 80 metros, mas a durabilidade das pilhas será menor.

Finalmente, com um resistor de emissor maior, usando uma bateria de 9 V, o alcance pode superar os 100 metros, mas em compensação a sua durabilidade não irá além de meia hora, o que deve ser levado em conta na aplicação.

 

 

MONTAGEM

 

Para fazer a montagem usamos uma placa de circuito impresso com a disposição de componentes mostrada na figura 3.

 

Figura 3 – Placa para montagem
Figura 3 – Placa para montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

 

A bobina L1 consta de 4 espiras de fio esmaltado entre 18 e 22 sem forma com diâmetro de 1 cm, e o trimmer pode ter qualquer valor máximo entre 20 e 50 pF.

Os capacitores devem ser todos cerâmicos e os resistores de 1/8 W ou maiores.

Para o transistor podemos usar o BF494, BF495 ou qualquer transistor de RF de uso geral se a tensão de alimentação estiver entre 3 e 6 V. Para 9 V será preciso usar o BD135, observando que neste caso a disposição dos terminais de emissor, coletor e base é diferente, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – O BD135
Figura 4 – O BD135

 

 

Com a utilização de um BD135 com um radiador de calor, e alimentando o circuito com 12 V, podemos instalá-lo num carro para segui-lo ou localizá-lo caso que, utilizando-se uma antena de uns 60 cm, o alcance pode superar os 500 metros.

A antena, se houver espaço no objeto para sua instalação, é um pedaço de fio encapado de 20 a 60 cm de comprimento.

Esta antena deve ficar preferivelmente em posição vertical, longe de partes metálicas, ou do contato com a pessoa que transportar o objeto ou na qual estiver instalado. Se não for possível evitar isso, é melhor operar com menor alcance mas maior estabilidade.

 

 

AJUSTES E UTILIZAÇÃO

 

Para ajustar o aparelho, ligue nas proximidades um rádio de FM sintonizado numa frequência livre, ou seja, fora de estação. Em seguida, coloque as pilhas no suporte do transmissor ou conecte sua bateria e ajuste CV1 até captar o sinal mais forte. Este sinal aparece na forma de um sopro que tampa o ruído ou chiado de fundo que existe quando colocamos o receptor fora de estação.

Pode ser que o leitor capte o sinal em mais de um ponto do ajuste. Deve optar pela posição em que o sinal é mais forte, em que se afastando com o receptor ele não desaparece logo.

Para operar o transmissor com 12 V use o resistor R3 de 100 ohms e um radiador de calor no transistor.

Se quiser operar na faixa de VHF com um receptor apropriado entre 110 e 150 MHz, faça a bobina L1 com 2 ou 3 espiras do mesmo fio e com mesmo diâmetro.

Para usar o aparelho, conecte a alimentação (colocando as pilhas ou bateria) e esconda o transmissor no local desejado.

Depois é só monitorar o sinal no receptor. Movimentando o receptor em diversas posições com sua antena telescópica é possível determinar a direção em que o sinal é mais forte.

Para se ter uma recepção bem direcional com um rádio portátil de FM pode ser empregada uma antena direcional como a mostrada na figura 5.

 

Figura 5 – Usando uma antena direcional
Figura 5 – Usando uma antena direcional | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Com esta antena podemos ter uma indicação segura da direção de onde vêm os sinais do transmissor e com isso localizá-lo com mais facilidade.

 

 

Lista de Material

 

Semicondutores:

Q1 - BF494 ou BD135 - transistor de RF – ver texto

 

Resistores: (1/8 W, 5%)

R1 - 8,2 K ohms

R2 - 4,7 K ohms

R3 - 47 ohms para alimentação de 3 a 6 V e 100 ohms para alimentação de 9 a 12 V

 

Capacitores:

C1 - 10 nF - cerâmico

C2 - 4,7 pF - cerâmico

C3 - 47 nF - cerâmico

CV - trimmer comum de 20 a 50 pF - ver texto

 

Diversos:

B1 - 3 a 6 V - pilhas; 9 V - bateria; 12 V – bateria

L1 - bobina - ver texto

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, fios, suporte de pilha ou conector de bateria, antena, etc.

 

Obs. Publicamos este projeto num livro de espionagem de 1985, o qual foi atualizado em 2015.

 

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