O circuito apresentado pode servir para controlar o brilho de lâmpadas incandescentes comuns em quartos, cabeceiras, abajures, salas e em muitos outros locais onde se deseja um ajuste linear de iluminação ou uma transição suave do claro para o escuro e vice-versa. O circuito pode controlar até 8 A e é muito simples de montar.
Dimmers são controles lineares de lâmpadas ou cargas resistivas e possuem uma infinidade de utilidades no lar. Em especial focalizamos o controle de brilho de uma lâmpada comum por meio de um potenciômetro que diretamente não poderia ser usado com cargas de correntes tão elevadas.
O circuito apresentado admite até 800 W de lâmpadas na rede de 110 V e o dobro na rede de 220 V e pode ser usado com qualquer tipo de lâmpada de filamento a partir de 5 W de potência.
Na cabeceira de sua cama ele permite dosar o grau ideal de iluminação para cada ocasião. No quarto das crianças ele possibilita um ajuste de luminosidade sem deixar totalmente no escuro ou totalmente no claro.
O circuito, por ser compacto pode ser adaptado até mesmo dentro da caixa do interruptor normal da parede de qualquer cômodo de sua casa.
CARACTERÍSTICAS
Tensão de alimentação: 110 ou 220 V c.a.
Carga máxima: 8 A (800 W em 110 V e 1600 W em 220 V c.a.)
Faixa de controle: 5 a 95%
Tipo de carga: resistiva
COMO FUNCIONA
Os Triacs são controles de onda completa. Eles funcionam como interruptores disparados por um sinal aplicado a sua comporta.
Levando em conta que a tensão da rede de corrente alternada é senoidal, podemos controlar a potência aplicada a uma carga simplesmente fixando os pontos de disparo nos semiciclos.
Assim, se dispararmos logo no início do semiciclo, teremos a condução quase que total e a potência será máxima. Se dispararmos no final do semiciclo teremos apenas um pequeno ângulo de condução e a potência será mínima.
É fácil perceber que podemos controlar a potência na carga simplesmente variando o ângulo de condução de um Triac e é justamente isso que faz nosso circuito.
A verificação do ângulo de condução é obtida por uma rede de retardo RC onde R é R1 mais o potenciômetro P1 e C é C1.
Com P1 na posição de mínima e resistência, C1 carrega-se rapidamente atingindo a tensão de disparo do Triac no início do semiciclo. A lâmpada neon acende, descarregando então C1 e proporcionando o disparo do Triac. Temos a máxima potência.
Com P1 na posição de máxima resistência a carga de C1 é mais lenta e o disparo do Triac só ocorre ao final do semiciclo.
Nestas condições temos a mínima potência, figura 1.
Este circuito, pela comutação rápida pode gerar algum ruído que interfere em aparelhos de rádio e TV. Podemos reduzir isso com o uso dos componentes tracejados.
C1 deve ser de poliéster para 400 V de trabalho pelo menos.
MONTAGEM
Na figura 2 temos o diagrama completo do dimmer.
Na figura 3 temos a disposição dos componentes numa pequena placa de circuito impresso.
Observe que o Triac precisa de radiador de calor, principalmente se operar com correntes acima de 1 A. Devemos usar Triacs sufixo B se a rede for de 110 V e sufixo D se a rede for de 220 V.
C1 deve ser de poliéster para 200 V ou mais de tensão de trabalho e R1 é de 1/2 W.
A lâmpada neon é comum de dois terminais (sem resistência interna).
PROVA E USO
Para provar o aparelho podemos usar como carga qualquer lâmpada comum a partir de 5 W.
Variamos P1 de modo que o brilho da lâmpada vá de zero ao máximo.
Caso não se consiga chegar ao zero, aumente o valor de C1 e caso não se conseguir chegar ao máximo, reduza este valor.
Comprovado o funcionamento é só fazer a instalação.
Semicondutores:
Triac: TIC226B ou D - ver texto
Resistores:
R1 - 22 k ohms x 1/2 W
P1 - 100 k ohms - potenciômetro linear
Capacitores:
C1 - 100 nF - poliéster - 400 V ou mais
Diversos:
F1 - 10 A - fusível
X1 - lâmpada de 5 a 800 W - ver texto
NE-1 - lâmpada neon comum
Placa de circuito impresso, radiador de calor para o Triac, caixa para montagem, soquete para a lâmpada, botão para o potenciômetro, fios, solda, etc.