Em certas expressões não temos um grau de certeza absoluto. Não podemos dizer com 100% de certeza que alguma coisa acontece ou acontecerá. Da mesma forma, quando escrevemos um texto técnico, existem momentos em que precisamos fazer afirmações em que o grau de certeza não é absoluto. Um componente pode queimar ou certamente queimará se fizermos isso? Para que o leitor saiba usar corretamente os termos preparamos mais um artigo de nossa série de Inglês para Eletrônica.
Em inglês, associa-se ao tempo presente dos verbos (present time) um grau de certeza (degree of certainty) para designar qual é a chance de que alguma coisa que se afirma seja verdadeira.
Isso pode ocorrer tanto na conversa do dia a dia como na redação ou leitura de textos técnicos. Como afirmamos na introdução, se fizermos alguma coisa com um circuito ou um componente, qual é o grau de certeza que temos de que algo acontecerá?
Em inglês são utilizados os verbos no tempo presente e existem verbos que apresentam um certo grau ou probabilidade de certeza. Esses verbos, com os graus de certeza correspondentes no modo como são usados, expressos na forma de uma porcentagem, são os seguintes:
He is tired - 100% de certeza
He must be tired - 95% de certeza
He may be tired - menos de 50% de certeza
He might be tired - menos de 50% de certeza
He could be tired - menos de 50% de certeza
A figura 1 mostra a colocação dessas formas num gráfico.
Vamos tomar como exemplo um texto técnico em que podemos encontrar aplicações dessas formas:
"Words such as "we expect," "anticipate," "target," "project," "believe," "goals," "estimate," "potential," "predict," "may," "might," "could," "intend," variations of these types of words and similar expressions are intended to identify these forward-looking statements. Readers are cautioned that these forward-looking statements are predictions and are subject to risks, uncertainties, and assumptions that are difficult to predict. Therefore, actual results may differ materially and adversely from those expressed in any forward-looking statements."- De um texto da Internet.
Vocabulário:
Such - tal como, tais como
Expect - Esperar
Antecipate - Antecipar
Target - Alvo
Project - Projetar
Believe - Acreditar
Goals - Metas
Estimate - Estimar
Potential - Potencial
Predict - Predizer, prever
May - Poder (possibilidade)
Might - Poder (possibilidade reforçada - deve)
Could - Poderia (Passado de Can)
Intend - visar
Cautioned - Precavidos
Statements - Afirmações
Risks - Riscos
Uncertainties - Incertezas
Assumptions - Suposições
Adverselly - Contrariamente
Forward-Looking - Previsão
Observe que, quando se fala em previsões, em que incertezas estão envolvidas, existem diversas formas, que se associam a grau de possibilidade do evento ocorrer. O texto acima é relacionado com o mercado de semicondutores e foi emitido a partir de declarações de dirigentes da Samsung.
É importante observar que, dependendo do uso do termo, temos uma "soma" de incertezas que afetam completamente a possibilidade final de que algo ocorra realmente. O leitor deve estar bastante atento para não tomar por certo algo que é apenas provável ou mesmo muito pouco provável.
Assim, se um fato tem pequena probabilidade de ocorrer usamos "may", "might" ou "could", mas se temos certeza de que ele ocorre, usamos "must".
Traduzindo o texto, ficamos com:
"Palavras como "nos esperamos", "antecipar", "alvo", "projetar" , "acreditar", "metas", "estimar", "potencial", "predizer", "deve", "pode", "poderia", "visar", e variações do mesmo tipo de palavras e afirmações similares que se destinam a identificar certas afirmações de previsões. Os leitores devem se acautelar que essas afirmações de visão do futuro são previsões e estão sujeitas a riscos, incertezas e suposições que são difíceis de predizer. Então, os resultados reais podem diferir materialmente e adversamente daqueles expressos em qualquer afirmação de previsão do futuro."
Um outro texto, retirado da Internet, mostra bem como os diversas formas verbais podem ser usadas para definir o grau de incerteza de uma afirmação:
Vocabulário:
Worm - verme
Damaging - Danoso
Attached - Agregado, unido
Payload - Mercadoria , carga
Leads - Deixa
"O verme pode ser muito mais danoso do que já foi. Ele pode ser anexado com uma carga muito mais destrutiva. O fato de que não foi ainda me faz pensar que ele pode ter sido um teste para ver que dano pode ser feito. Da próxima vez ele pode carregar uma carga muito mais destrutiva".
Acrônimos:
Para os leitores que já tem um bom domínio do inglês, o texto abaixo mostra até que ponto os acrônimos podem levar a exageros...
The computing and online communities have generated dozens of others ACRONYMS, most of which-such as BTW, "By The Way", RTFM, "Read the Fucking Manual", and YMMV, "Your Mileage May Vary"-are initialisms, though a very few are pronounceable: AFAIK, "As Far As I Know", IMHO, "In My Humble Opinion", and even YABA, "Yet Another Bloody Acronym". But FAQ, "Frequently Asked Questions", is usually acronymised by Americans as "fack" but most British people spell it out, perhaps because it sounds ruder when said in a British accent. The influence of science fiction-always strong in computing-is apparent in TANSTAAFL, "There Ain't No Such Thing As A Free Lunch" (coined by Robert Heinlein in The Moon is a Harsh Mistress) and TANJ, "There Ain't No Justice" (invented by Larry Niven in Ringworld).
Mais adiante no mesmo texto:
British Telecom has helped to develop a navigation system for visually impaired people called MoBIC, which is supposedly "Mobility of Blind and elderly people Interacting with Computers". Shouldn't it therefore be MoBEPIC? Could it be that "elderly people" was wedged in by order of the marketing department after they'd trademarked the name, or was it thought to be too ugly an acronym, or the reference to the elderly in the acronym itself perhaps pejorative? They could have tried "Mobility of the Blind Interacting with electronic Equipment".
Um outro, criado também pelos ingleses: "CHAOS, which stood for "Close Heathrow Airport On Sundays".
Para onde vamos, ou se preferir POV?