Um tema paranormal interessante, que tem um forte fundamento científico e até usado de uma forma intensa em pesquisa é o que envolve a detecção de água, minérios e lençóis petrolíferos através de sensores capazes de perceber pequenas alterações da gravidade local. O fundamento científico está no fato de que aparelhos sensíveis podem realmente fazer essa detecção. A pesquisa paranormal, entretanto, envolve a possibilidade de pessoas poderem perceber essas variações e detectarem as jazidas usando pêndulos, forquilhas ou outros recursos menos técnicos... Uma discussão do uso da tecnologia nessa pesquisa é o que faremos nessa nossa seção.

Os pêndulos são utilizados de uma forma bastante intensa em muitos tipos de pesquisas de manifestações paranormais. Acredita-se que as suas oscilações são extremamente sensíveis à qualquer fenômeno paranormal, sofrendo alterações que podem ser observadas por um operador capacitado ou muito atento.
Dizem que os mais sensíveis conseguem detectar jazidas minerais, reservatórios de água subterrâneos e até mesmo lençóis de petróleo pela simples observação das alterações dessas oscilações, conforme mostra a figura 1.

 


Figura 1 – Segundo se acredita a presença de água ou minérios causa pequenas vibrações na forquilha.

Existe uma fundamentação física que ajuda a explicar algumas das alterações do pêndulo nas proximidades de jazidas: a oscilação pode ser afetada pela pequena mudança da gravidade causada pela presença de um corpo de menor ou maior densidade que o solo de suas vizinhanças.
Um corpo de certa massa preso a uma mola pode ajudar a fazer essa detecção, resultando num instrumento denominado gravímetro, conforme mostra a figura 2.


Figura 2  - O Gravímetro - A posição do corpo preso à mola muda, conforme a gravidade do local se altera na presença de grandes massas de minérios ou água com maior ou menor densidade.

O levantamento gravimétrico de uma região é uma poderosa ferramenta para se descobrir jazidas. As pesquisas que envolvem essas mudanças são feitas com sensores gravimétricos acoplados a aeronaves, conforme mostra a figura 3.



Indo para a pesquisa paranormal, a utilização da chamada forquilha (rabdomante = varinha mágica) para se detectar água (ou ouro) se baseia no mesmo princípio.
Pequenas alterações de seu peso, provocada pela presença de um lençol de água podem ser detectadas por uma pessoa sensível, conforme mostra a figura 4.

 


Figura 4 - Gravura antiga mostrando o uso de uma “forquilha” (rabdomante) para descobrir minérios ou água.

As pequenas “oscilações” ou movimentos da varinha indicavam ao “operador” onde seria o melhor lugar para cavar um poço ou tentar descobrir minérios.
Na gravimetria, a eletrônica já é usada amplamente na detecção de depósitos minerais, mas na pesquisa de fenômenos paranormais poucos são os pesquisadores que fazem seu uso, se bem que as possibilidades são muito amplas.
Assim, tanto o pêndulo como a forquilha podem ser acoplados a sensíveis detectores eletrônicos que, muito melhor que os humanos, poderiam acusar mínimas alterações das amplitudes ou das orientações de suas vibrações.
Na figura 5 damos um interessante circuito que, acoplado a uma forquilha ou a um pêndulo permite a observação das oscilações num osciloscópio.


A bobina  captadora pode ser o enrolamento primário de um transformador comum de alimentação cujo núcleo tenha sido retirado.
O sistema mecânico deve ter um peso na sua ponta e um imã que vai gerar, por indução, as tensões de sinal ao se movimentar no interior da bobina.
O osciloscópio deve ser ajustado para uma freqüência de varredura compatível com a do fenômeno que deve ser observado, normalmente uma baixa freqüência (0,1 a 10 Hz).
Esse mesmo circuito pode ser acoplado a um conversor analógico/digital (ADC) de modo que os dados registrados possam ser transferidos para um computador, obtendo-se um sistema mais sofisticado de análise do fenômeno.
Uma variação do circuito pode ser obtida com um pêndulo, caso em que sua linha é preso é um pequeno imã, conforme mostra a figura 6.


As oscilações nesse caso podem ser analisadas de uma forma muito mais completa, pois é possível utilizar bobinas em ângulo reto de modo a se obter uma informação bidimensional sobre as oscilações e além disso analisar-se variações de fase das oscilações.
Uma outra maneira de se agregar recursos eletrônicos a experimentos com pêndulos é mostrada na figura 7, em que acoplamos um espelho a esse pêndulo e focalizamos um feixe de luz comum, ou mesmo um feixe de LASER.



Os mínimos movimentos do pêndulo são amplificados pelo deslocamento angular do espelho, traduzindo-se assim em variações de sinal acusadas por um foto-sensor.
Este foto-sensor pode ser acoplado a um amplificador comum ou mesmo um osciloscópio.