Um novo recurso que aparece na maioria dos computadores é a placa de som associada ao drive CD-ROM/DVD-ROM. Para reproduzir os sons gerados pelo PC e por CD-ROM/DVD-ROM normalmente são usadas pequenas caixas de som ligadas a um jaque na parte traseira do computador. Neste artigo vamos explicar aos leitores o que há no circuito de som dessas caixas de reprodução e o que o técnico pode fazer para sua reparação.
Os computadores pessoais (PC) são dotados atualmente de drives que permitem a reprodução de CDs de música e também placas que permitem a geração de sons de uma forma muito mais realista do que a obtida anteriormente com um simples alto-falante interno.
De fato, o pequeno alto-falante interno do PC ligado u placa mãe além de não ter muito o que reproduzir além de bips e eventuais sons sintetizados de forma precária, operava com uma potência muito baixa.
As placas de som acrescentaram uma nova dimensão ao que o PC pode fazer em matéria de reprodução e hoje consistem em equipamento obrigatório de qualquer computador multimídia.
COMO FUNCIONA O SOM DO PC
No sistema de som multimídia em que temos uma placa de som e um drive CD-ROM, as ligações são feitas da forma mostrada na figura 1.
Os sinais do drive CD-ROM são enviados a uma placa processadora que se comunica com a placa mãe. Esta placa de som processadora é ligada num dos slots da placa mãe conforme mostra a mesma figura.
Além da conexão ao drive CD-ROM esta placa tem um jaque de saída (e eventualmente portas de jogos) onde se obtém sinais de áudio em dois canais (estéreo).
A alimentação para os circuitos da placa vem através do barramento dos próprios slots de modo que não precisamos nos preocupar com isso: basta encaixar a placa em qualquer slot e ela estará sendo automaticamente alimentada quando o computador for ligado.
O que a placa faz é converter os sinais digitais do CD em sinais de áudio que possam ser reproduzidos da forma convencional por um sistema de som comum.
Assim, para o circuito de som dessas placas temos duas possibilidades:
a) Placas sem o amplificador de áudio
Para estas, o que se obtém na saída é um sinal de fraca intensidade que não pode excitar um alto-falante diretamente.
Assim, para estas saídas o que se faz é conectar na saída do PC um par de caixas amplificadas como as mostradas na figura 2.
Diversas placas-mãe já possuem o sistema de áudio on-board, ou seja, não necessita de uma placa externa para fazer o gerenciamento do sinal de áudio, mas para aqueles que trabalham com sistema de áudio profissional no PC, extes contam com placas externas com mais recursos.
Estas caixas de pequeno porte, normalmente são alimentadas por duas pilhas e possuem um circuito amplificador estéreo com potências que variam entre 100 mW e 2 watts.
Observe que ao se ligar o computador, estas caixas não são energizadas o que significa que elas devem ser controladas separadamente, havendo para isso controles de volume, balanço além do interruptor geral.
A principal limitação no uso dessas caixas está na sua baixa potência que leva a uma qualidade bastante pobre de reprodução, totalmente incompatível com a fidelidade que o sinal do CD pode fornecer na saída do circuito.
No entanto, o sinal obtido nesta saída pode ser aplicado em qualquer amplificador de maior porte.
Assim, se o usuário não quiser ficar limitado às duas pequenas caixas que acompanham normalmente este sistema pode perfeitamente ligar a saída de seu PC a um equipamento de som convencional de muito maior potência.
Na figura 3 mostramos como isso pode ser feito.
Por meio de um cabo com plugue estéreo nas duas pontas ligamos o plugue menor u saída de som do PC e o plugue maior ou duplo (conforme seu equipamento de som) u entrada auxiliar do equipamento de som.
Selecionando a função de amplificador AUX no equipamento de som fazemos os ajustes de volume e equalização ou tom de modo a obter a reprodução desejada. O leitor verá então a diferença entre a fração de watt das pequenas caixas e o seu equipamento de som.
b) Placas com o amplificador de áudio
Algumas placas de som entretanto, como a Sound Blaster 16 já possuem um amplificador de até 5 watts incorporado o que significa que na saída podemos ligar diretamente alto-falantes, conforme mostra a figura 4.
Além de proporcionarem um som de maior qualidade em termos de volume, pois a potência é maior não temos o inconveniente de depender de pilhas que gastam rapidamente e estão sempre por exigir troca.
Para estes sistemas pode-se utilizar caixas de maior porte sem qualquer necessidade de adaptação a não ser o uso de um cabo com plugue apropriados.
PROBLEMAS COMUNS
O problema mais comum que ocorre com as pequenas caixas amplificadas é o vazamento das pilhas após o esgotamento.
Quando isso ocorre os contactos são corroídos e mesmo com uma boa limpeza pode ser que a recuperação da caixa seja impossível.
Como obter peças de reposição para este tipo de dispositivo é problemático, temos duas soluções possíveis.
A primeira consiste na improvisação de contactos com chapinhas de metal, é claro depois de uma boa limpeza.
A outra solução consiste na eliminação da possibilidade de se usar pilhas, passando o usuário a usar exclusivamente um eliminador de pilhas.
A maioria das caixinhas amplificadas tem uma entrada para eliminador. Se não tiver o técnico pode dar como alternativa de recuperação a instalação de um eliminador.
Na figura 5 temos o modo de se fazer isso.
O conector deve ser do mesmo tipo do eliminador (negativo ou positivo no centro) e o eliminador deve fornecer tensão de acordo com o número de pilhas do sistema.
Assim, para 4 pilhas, o eliminador deve ser de 6 V. Se as pilhas forem médias, um eliminador de 300 mA ou mais serve. Se forem grandes, o eliminador deve ter pelo menos 500 mA.
Um outro problema que pode ocorrer é a sobrecarga dos pequenos alto-falantes quando o amplificador é algo potente (caso da Sound Blaster). Os pequenos alto-falantes não suportam a potência máxima acabando por rasgar ou apresentar problemas de forte distorção quando o som é totalmente aberto.
Em casos como este é possível fazer a troca do alto-falante, se bem que o ideal seja a troca das caixas. Observe, entretanto que o alto-falante usado não só deve caber na caixinha como deve suportar a potência do sistema.
Finalmente, temos como defeito comum os problemas de cabo que acabam por quebrar ou ainda conectores que acabam por apresentar problemas.
A troca é bastante simples nestes casos e o técnico experiente não terá dificuldades em fazer este tipo de trabalho.
CONCLUSÃO
Os trabalhos com as pequenas caixas e seus amplificadores são bastante simples podendo ser realizados por qualquer técnico. O que ocorre é que a parte digital mais complexa está no interior do PC, numa placa especial que normalmente não pode ser reparada por meios comuns.
Assim, uma maneira do técnico verificar se o problema é ou não interno é ter um amplificador de prova para experimentar com um cabo apropriado. Se o sinal estiver presente na saída do PC então a coisa é simples, bastando trabalhar nas pequenas caixas da forma indicada.
Observação final: nos nossos dias a maioria das caixas são alimentadas pelo próprio computador, contando com bons amplificadores internos. O que ocorre é que na maioria dos casos, os fabricantes das caixas indicam potências enganosas para o que elas fornecem.