Este artigo foi escrito em 25-4-1967, quando colaborava com diversos periódicos, tratando de assuntos de tecnologia assim como de astronomia, que era uma das ciências que então me atraia bastante (*). O artigo se baseia no conhecimento que tínhamos da época e que mudaram muito com o avanço das tecnologias que permitiram o envio de sondas para além de plutão e muito mais. Tem seu valor histórico.

Até o final do século passado (XIX), Urano, Netuno e Plutão eram astros sobre os quais pouco se sabia, e isso é perfeitamente compreensível se levarmos em consideração os poucos recursos de que dispunham os pesquisadores na época.

Urano foi descoberto para mentira como ele influía no movimento de Saturno; Netuno foi descoberto para sua influência no movimento de Urano e Plutão pela sua influência no movimento de Netuno.

No espaço todos os corpos exercem influência gravitacional uns nos outros, o que tem por consequência sempre que os corpos têm movimento complexos em suas órbitas.

É por isso que nunca podemos considerar a órbita de um corpo em torno do sol uma circunferência ou mesmo uma elipse perfeita.

O último planeta a ser descoberto foi Plutão, mas tudo nos leva a crer na possibilidade de existirem corpos pertencentes ao sistema soldar muito além deste obscuro planeta (**).

Está comprovado pela órbita de certos cometas que o campo gravitacional atua para além de Plutão.

É claro, notamos que o tamanho dos astros diminui depois de Júpiter, á medida que a distância em relação ao sol aumenta. Isso quer dizer que, aparentemente, qualquer corpo que esteja além de Plutão deverá ser menor que este planeta, que segundo sabemos não deve ter mais do que o tamanho de nossa lua (***).

Plutão, o mais afastado dos planetas é visto com dificuldade mesmo pelos mais potentes telescópios, dada sua distância, dimensões e a pouca luz que recebe, o que quer dizer que corpos menores ainda e mais longe, seriam muito mais difíceis de observar.

Se existirem tais corpos depois de Plutão, sua observação será muito difícil. Até mesmo as possíveis emissões de rádio que ele produziria seriam tão fracas que sua detecção não seria muito fácil.

A possibilidade de que Plutão seja o último dos planetas é dada pela hipótese de Jeffrey que descreve a formação do sistema solar.

De qualquer maneira, deveremos esperar que que a descoberta de algum novo instrumento de pesquisa, superando todos que até então usamos, possa nos revelar se existe algum corpo de grandes dimensões além de Plutão (****).

 

(*) Quando muito jovem, eu ainda não estava completamente sobre a carreira a seguir. Ela se balançava entre a eletrônica, astronomia e a física. Se bem que acabei tendo minha principal atividade na eletrônica, as outras duas ciências não foram abandonadas completamente. Tanto que mantemos esta seção de astronomia em nosso site. Assim, nos anos 60 e 70 escrevi muitos artigos sobre astronomia, publicados desde o jornal da minha escola, até em periódicos de que já tratei na minha biografia. Tenho todos os originais destes artigos que estou colocando a disposição no meu site, tanto pelo valor histórico como pelas informações que contém, que ainda são válidas. Fiz pequenas alterações nos textos quando encontrei alguns pontos que mudaram desde então ou conceitos que hoje são tratados de forma diferente.

(**) De fato, na época que recuperamos este artigo em 2020, já haviam sido descobertos outros candidatos a planetas, além de Plutão.

(***) Não é uma regra. Quanto ao tamanho de Plutão, suas dimensões são menores do que a suposta inicialmente, havendo até uma tendência de se rebaixá-lo de Planeta para planetoide ou mesmo asteroide.

(****) De fato, o envio de sondas e mais potentes instrumentos já estão revelando alguns corpos interessantes depois de Plutão, fortes candidatos a planetas.

 

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