Durante muito tempo os astrônomos suspeitavam que em torno de outras estrelas deveriam haver planetas, talvez alguns com as características da terra, abrigando vida, e até mesmo vida inteligente. Hoje a presença de planetas em torno de outras estrelas é fato comprovado, mas ainda há muito por pesquisar para se encontrar vida em torno de um deles, e quem sabe fazer um contato se for inteligente.

O projeto OZMA que visa encontrar vida inteligente fora do nosso sistema solar, pois segundo acreditamos, neste sistema somos únicos, é um exemplo de esforço da pesquisa no sentido de detectar sinais de civilizações distante.

No entanto, a astronomia convencional, que faz uso de recursos ópticos, também tem procurado detectar, não apenas vida inteligente no universo, mas partindo de algo mais palpável, planetas que possam estar gravitando em torno de outras estrelas e quem sabe, algum com as condições de nossa abrigando a vida como a conhecemos.

Sabemos hoje que planetas em torno de uma estrela não coisa incomum e já conseguimos até detectar alguns de maior massa em torno de estrelas relativamente próximas.

Vários sistemas são usados para esta finalidade, já que com um telescópio comum é muito difícil a sua observação. A luz da estrela em torno da qual o planeta gravita, normalmente é forte demais, ofuscando-o e impossibilitando a sua observação.

Uma primeira possibilidade é a de se analisar a trajetória da estrela, que como qualquer astro se movimenta no espaço, e verificar se ela sofre alterações pela ação da gravidade de um planeta próximo.

Por exemplo, se não existir nenhum astro em torno de uma estrela, sua trajetória é reta. No entanto, se existir um astro menor (um planeta) gravitando em torno dela, é como se caminhássemos girando uma pedra na ponta de uma corda. Não conseguimos ir numa linha reta, pois pela ação da pedra nossa trajetória seria em ziguezague, conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1
Figura 1

 

Entretanto, esse desvio é tanto menor quanto menor for a massa do planeta em relação à estrela o que dificulta a detecção dos planetas menores.

Outra possibilidade é analisar as variações da luz da estrela. Se um planeta orbitar essa estrela num plano que esteja paralelo com o nosso ângulo de visão, todas as vezes que o planeta passar diante da estrela ele a ofuscará levemente.

A luz que chega até nós sofrerá então pequenas variações que dependem justamente do diâmetro do planeta, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2
Figura 2

 

Também neste caso, tanto menor o planeta em relação à estrela que orbita, maior será a dificuldade em se notar a variação da luz que ele provoca ao passar diante dela.

No entanto, os telescópios estão se tornando cada vez mais sofisticados e com isso o problema de se observar diretamente um planeta em torno de uma estrela está sendo solucionado e já se pode detectar sua presenta por meios ópticos diretamente.

Até então, apenas planetas massivos como Júpiter podiam ser detectados com certa facilidade e uma grande quantidade deles já é conhecida. Somente agora, planetas menores estão sendo descobertos e isso nos leva a esperança de encontrar algum do tamanho da terra.

Por que o tamanho da terra é importante.

A terra não só tem um tamanho especial, como gravita uma zona especial em torno do sol, que também é uma estrela especial e isso a faz um meio ideal para ter as características que permitem que ela abrigue vida.

A zona especial é a esfera ecológica que uma região bem delimitada em torno da estrela que deve abrigar o planeta, conforme mostra a figura 3.

 

 

Figura 3 – Esfera ecológica
Figura 3 – Esfera ecológica

 

 

Muito perto do sol, o calor é demais e a vida baseada no carbono e na água não pode se manter. A água não estará no estado líquido, condição fundamental para sua existência.

Muito longe do sol, a água estará no estado sólido (gelo) e com isso também não poderá abrigar a vida.

A segunda condição é que a estrela que manterá o planeta seja estável. Existem muitas estrelas que são do tipo variável, que mudam de brilho constantemente, ou que são instáveis, estando sujeitas a explosões enormes que afetam tudo que está em sua volta. São as estrelas denominadas “novas”.

Temos finalmente a terceira condição que é o próprio tamanho do planeta. Um planeta muito pequeno não tem atmosfera e a água, se no estado líquido, evapora-se perdendo-se no espaço.

Se muito grande, as pressões muito altas fazem com que os gases mais leves se mantenham na atmosfera e sua pressão faz com que seja impossível a manutenção da água líquida. O tamanho ideal é justamente aquele que se aproxima da terra.

Todos esses fatores, e alguns outros justificam a preocupação dos astrônomos justamente em procurar planetas que tenham essas condições, gravitando em torno de estrelas estáveis como o sol.

Enfim, é uma tarefa não muito simples, o que mostra que ainda estamos longe de encontrar fora de nosso sistema solar um planeta que reúna as características necessárias à manutenção da vida.

Quem sabe, com o aperfeiçoamento das tecnologias envolvidas na observação de estrelas próximas, estejamos em vias de encontrar realmente um vizinho habitável. Mas não se iludam, esse vizinho não é tão vizinho assim.

A estrela mais próxima, Próxima-Centauri está a pouco mais de quatro anos luz de distância, o que corresponde a 40 trilhões de quilômetros. Se usarmos um foguete como o que leu o homem a luz em pouco mais de 3 dias, a 56 000 km/h, para chegar até esta estrela e um eventual planeta a sua volta precisaremos de 80 000 anos. Logo ali...

Precisaremos de muita tecnologia para chegar a uma velocidade que nos permita, dentro do curto tempo de nossas vidas chegar até lá, e quem sabe outras estrelas próximas que abriguem um planeta habitável.

 

 

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