Um dos problemas que surgem na duplicação de fitas de videocassete é a piora da qualidade na hora da cópia, devida às perdas que ocorrem nas componentes de maior frequência do sinal. Esse problema pode ser sanado com o uso de um amplificador que as compense, passando assim para a cópia a mesma qualidade de imagem da fita original. É justamente desse tipo de circuito que discorremos neste artigo.
Copiar uma fita de vídeo não é uma atividade que caracterize exclusivamente algum delito. A gravação de uma festa familiar, um casamento ou uma reunião amigável pode gerar a necessidade de se tirar cópias para os amigos. Mesmo uma palestra, aula ou exposição de algum assunto importante, poderá gerar a necessidade de se tirar cópias das imagens registradas.
No entanto, para tirar cópias não é suficiente ter dois aparelhos de videocassete e transferir o sinal de um para outro. As cópias de fitas de vídeo são afetadas pelas perdas das componentes de alta frequência do sinal, levando-as a uma definição mais pobre, à perda de registro de algumas cores que as fazem aparecer fora dos contornos como, por exemplo, no caso do vermelho, e a cores desbotadas, além de muitos outros defeitos.
O circuito que descrevemos neste artigo faz uma compensação do sinal, reforçando justamente as frequências que podem apresentar perdas e causar os problemas de qualidade da cópia, de modo a gerar assim um trabalho de muito melhor qualidade. Na figura 1 observamos que basta intercalar esse aparelho entre o videocassete com a fita originai e o videocassete onde é inserida a fita a ser trabalhada para se fazer a cópia.
O circuito é bastante simples, não é crítico, e é alimentado por uma bateria de 9 V, o que o torna portátil.
A outra vantagem do projeto é que o consumo apresentado é muito baixo, da ordem de 15 mA, proporcionando uma excelente autonomia para a pequena bateria empregada na sua alimentação.
COMO FUNCIONA
O circuito é formado por três etapas de funcionamento independente.
As duas primeiras (com base nos transistores Q1e Q2) consistem em pré-amplificadores de áudio em configuração de emissor comum, que justamente servem para trabalhar com os dois canais de áudio da fita a ser reproduzida. Caso seu equipamento seja mono, basta usar apenas uma das saídas, ligando o áudio correspondente em qualquer das duas entradas.
Nos potenciômetros P1 e P2 que podem ser conjugados ou separados, é ajustado o nível de sinal para excitar o videocassete em que se realiza a cópia de modo que ela tenha a máxima nitidez (sem distorção), sem saturar o circuito.
Como estes circuitos vão trabalhar apenas com sinais de áudio, sua faixa passante não vai além de uns 40 kHz. A terceira etapa, com base nos transistores de Q3 a Q5, é o próprio amplificador de sinais de vídeo. Este circuito tem uma banda passante da ordem de 9 MHz, o que é mais do que suficiente para que se possa trabalhar com sinais de vídeo de diversos padrões (NTSC, PAL ou mesmo SE-CAM).
O ajuste do nível do sinal de entrada de modo a se obter o maior nível possível na saída, sem distorção e com melhor qualidade, é feito em P3.
MONTAGEM
Na figura 2 temos o diagrama completo do duplicador de fitas de vídeo. A montagem dos componentes em uma placa de circuito impresso é apresentada na figura 3.
Embora possam ser usados jaques na própria placa. eliminando assim a necessidade de cabos blindados, se eles forem de tipo diferente para ficar no painel de urna caixa maior, exige-se o uso de fios blindados. Isso também é válido para o potenciômetro P3.
Na montagem também se deve ter especial cuidado para não confundir o único PNP (Q,) com os demais transistores. Os resistores são de 1 /8 W e os eletrolíticos têm tensões de trabalho a partir de 12 V.
Será interessante usar uma caixa de metal ligada ao terra do circuito de modo que ela sirva de blindagem. Os tipos de jaques utilizados dependem dos cabos dos videocassetes, sendo mais recomendados os RCAs.
PROVA E USO
Feita a montagem, intercale o circuito entre os dois aparelhos de videocassete conforme ilustra a figura 1. Coloque uma fita para fazer a cópia no cassete fonte e outra vazia no segundo aparelho. Ajuste P3 para ter no monitor ligado ao videocassete em que está a fita cópia a imagem mais nítida.
Depois disso, com o videocassete rodando, ajuste P1 e P2 para ter o melhor som. Com os ajustes feitos você já terá condições de fazer as cópias. Em geral, não será necessário mexer nos potenciômetros de áudio, mas apenas no de vídeo ao se fazer uma cópia, dependendo do seu estado é claro!
Sinais de Áudio e Vídeo
Os sinais de áudio obtidos num videocassete têm uma faixa de frequências relativamente estreita. Os sinais de vídeo para o padrão PAL-M ocupam uma faixa de 4,5 MHz. Esta faixa relativamente larga torna crítico seu registro e a tendência é uma perda nas componentes de frequências mais altas. São exatamente as perdas nas componentes de frequências mais altas que causam a deterioração da imagem, começando pelos pequenos detalhes e passando pelas cores.
Vida Útil de Fitas de Vídeo
As fitas de vídeo, assim como os disquetes, fitas de áudio e outros meios de armazenamento magnético de informação têm uma vida útil bastante limitada. Para os disquetes de computador, por exemplo, podem ocorrer perdas sensíveis de dados a partir dos 5 anos de gravação. Para as fitas de vídeo, as perdas começam a se tornar evidentes depois de 5 anos com uma deterioração da qualidade de imagem. E daí as cores começam a aparecer mais "borradas" e enfraquecidas. Recomenda-se fazer cópias de fitas depois de um certo tempo, utilizando-se um aparelho como este, descrito aqui para se obter um prolongamento maior da vida das imagens registradas.
Observamos que, com a disponibilidade cada vez maior do DVD, o meio natural do futuro para armazenar imagens será esse, já que sua durabilidade é ilimitada e não há deterioração dos "bits" porque eles não estão fixados no CD por meios magnéticos, mas sim ópticos.