Conforme já alertamos os leitores, muitos fabricantes não especificam de modo correto a potência de seus, amplificadores, levados pela falsa crença que muitos têm, de que um amplificador e tanto melhor quanto mais potente, o que não é verdade. A qualidade de um amplificador é dada pela sua fidelidade na reprodução. A potência depende apenas do tamanho do ambiente que se pretende encher de som.
Se você compra um amplificador de 100 watts, mas nunca abre o volume totalmente então você não está utilizando os 100 watts por que pagou muito dinheiro, certamente. É um desperdício de dinheiro.
A medida da potência real (RMS) de um amplificador pode ser feita com boa precisão utilizando-se o multímetro no circuito que é mostrado na figura 1.
Injetamos um sinal de 400 Hz ou, na falta deste, até mesmo de 1 kHz de um injetor, na entrada do amplificador e na saída ligamos uma “carga fantasma" que consiste num resistor de aproximadamente 10 ohms de fio, com potência maior do que a do amplificador.
Abrimos todo o volume do amplificador e medimos a tensão AC (AC VOLTS) anotando o valor. Deveremos fazer esta operação em poucos instantes, para não deixar que o resistor se aqueça.
A potência do amplificador será dada então por:
P=V2/R
Onde: V é a tensão medida e 10 é a resistência usada na prova.
Se, por exemplo, medirmos uma tensão de 20 volts nesta prova, então a potência do amplificador será:
P = (20 x 20)/10
P = 400/10
P = 40 watts
Esta potência é RMS. Para obter a potência IHF basta multiplicar o valor por 1,4. Um amplificador de 100 watts RMS tem 140 watts IHF.
Observamos que um amplificador que fornece uma determinada potência na carga de 10 ohms, terá uma potência maior com carga de 4 ou 8 ohms. A prova pode também ser feita com uma resistência de carga de 4 ohms. Neste caso, a fórmula para cálculo da potência será:
P = V2/4
Suponhamos que a tensão medida num amplificador nesta prova seja de 8 volts.
O amplificador terá então:
P = (8 x 8)/4
P = 64/4
P = 16 watts
Veja que, se for realizada uma prova com carga de 4 ohms num amplificador que tenha uma carga mínima de 4 ohms, pode haver problema de sobrecarga com a queima de componentes do aparelho. Cuidado, portanto!
A potência real de um amplificador também pode ser avaliada pela sua tensão de operação e corrente máxima de consumo.
Assim, se um amplificador tem uma alimentação de 12 V e uma corrente de pico de 10 ampères, sua potência de pico consumida será de 120 watts. Certamente ele não poderá ter uma potência real maior que este valor!
Pelo consumo de corrente de um amplificador, que já aprendemos a medir com o multímetro, também podemos ter uma ideia de sua potência.
Basta multiplicar a tensão pela corrente e ter a potência consumida, que é superior à potência real. Podemos então estabelecer valores limites para a potência e saber se um fabricante está ou não mentindo quanto a esta característica de seu aparelho.
Com relação à prova feita com alto-falantes, ela nem sempre é recomendada, quer pelo “barulho”, quer seja pela impossibilidade que o técnico tem em certos casos de dispor de caixas que suportem a potência total dos aparelhos que estão sendo testados.
Uma caixa acústica deve ser sempre capaz de suportar uma potência igual ou maior que a do amplificador em teste.