Apresentamos um circuito de teste para SCRs de todos os tipos que será de grande utilidade nas oficinas que trabalham com controles de potência em geral. O circuito faz quatro testes nos SCRs, revelando, assim, praticamente qualquer anormalidade que possa ocorrer com este tipo de componente. Os testes são feitos sob condições de tensões relativamente altas, diferentemente de testes simples que podem não revelar o verdadeiro estado do componente.

Testes simples de SCRs podem ser feitos até mesmo com a ajuda de um multímetro, no entanto, as indicações que fornecem não podem ser consideradas perfeitas. Para uma oficina que trabalhe com controles de potência ou para um técnico que precise de um equipamento de teste mais, completo, apresentamos um interessante circuito que faz quatro tipos de testes nos SCRs:

a) Da fonte de alimentação, verificando se sua tensão está normal;

b) De disparo e queda de tensão no SCR em prova com sua polarização direta;

c) De corrente de fuga com polarização inversa;

d) De corrente de fuga com polarização direta na condição de não disparado.

 

O CIRCUITO

O circuito tem uma fonte de alimentação com uma tensão de saída relativamente alta, permitindo assim que se trabalhe com SCRs a partir de 100 V. O diodo D1 e o capacitor C1 fornecem de 54 a 62 V, aproximadamente, para os testes.

Temos, então, uma chave rotativa de 4 polos x 5 posições que nos permite selecionar o teste a ser realizado no SCR, que será conectado ao circuito por meio de terminais apropriados; a quinta posição da chave seletora desliga o circuito, deixando-o na condição de espera, já que temos, ainda, a fonte que deve ser desativada em S1.

Na posição 1 da chave S2 temos o teste de fonte, que é feito de maneira bastante simples: uma pequena tensão é aplicada na comporta do SCR do circuito, provocando seu disparo. Nestas condições a lâmpada L1 vai acender quando pressionarmos S3.

Na posição 2 testa-se o disparo do SCR. Ao pressionar S3, se o SCR em teste estiver bom ele dispara e, com isso, fornece corrente para o disparo do SCR indicador, fazendo com que a lâmpada L1 acenda.

Na posição 3 podemos testar a corrente de fuga, com polarização inversa e na posição 4, com polarização direta.

Um SCR em boas condições não deve ter corrente de fuga que exceda alguns microampères, ou no máximo centenas de microampères, dependendo do tipo e corrente máxima de trabalho.

Assim, se aplicarmos uma tensão elevada entre o anodo e o catodo deste SCR, a corrente circulante na condição de não disparo, tanto no sentido direto como inverso, deve ser mínima, insuficiente para disparar o segundo SCR do circuito. Pressionando, então, S3, temos duas possibilidades: se L1 acender o SCR em teste apresenta fugas elevadas. Se não acender, está em boas condições.

P1 permite que se ajuste as intensidades das correntes que provocam o disparo do SCR indicador.

Na figura 1 temos os circuitos equivalentes às quatro provas realizadas.

 


 

 

 

MONTAGEM

Na figura 2 temos o diagrama completo do aparelho.

 


 

 

 

O SCR não precisará ser dotado de radiador de calor, pois no acionamento a corrente é muito pequena.

Podemos usar lâmpadas de aproximadamente 6 V x 50 mA ou equivalente na indicação. Até mesmo um LED em série com um resistor de 330 ohms pode ser usado.

Veja que não é preciso usar interruptor para a bateria, pois ela só é ativada pelo curto intervalo de tempo em que se aciona S3.

Os resistores são de 1W, dada a corrente elevada circulante em função da tensão de teste.

Cl deve ter uma tensão de isolamento de pelo menos 150 V e D1 pode ser o 1N4004 ou 1N4007. O transformador tem secundário de 18 a 22 V, com corrente de 50omA ou mais. P1 é um potenciômetro linear e os capacitores menores são todos de poliéster para 100 V ou mais. S3 é um interruptor duplo de pressão.

Para conexão ao SCR em prova sugerimos a utilização de fios com garras jacaré de cores diferentes.

 

PROVA E USO

Para provar, basta inicialmente colocar a chave na posição 1 e pressionar S3.

A lâmpada deve acender. Esta é a prova da fonte de alimentação. Se não acender, ajuste P1 para que isso ocorra e não mexa mais neste elemento do circuito.

Para as outras funções basta colocar o SCR no circuito, ligando-o através de garras. Depois selecione o teste e pressione S3.

Podem ser testados SCRs comuns de 1 a 100 A com tensões de trabalho de pelo menos 100 V.

 

SCR1 – TIC106 ou MCR106 – diodo controlado de silício para 50 V ou mais

D1 - 1N4004 ou-1N4007 - diodo de silício

L1 – 6 V x 5omA ou equivalente lâmpada piloto

B1 – 6 V - 4 pilhas pequenas

T1 - transformador com enrolamento primário de acordo com a rede local e secundário de 18 + 18 a 22 + 22 V x 500 mA

P1 - 1k - potenciômetro ou trimpot

S1 - interruptor simples

S2 - chave rotativa de 4 polos x 5 posições

S3 - interruptor duplo de pressão

C1 – 100 uF x 150 V - capacitor eletrolítico

C2, C4 – 10 nF - capacitores de poliéster

C3, C5 – 100 nF - capacitores de poliéster

R1, R2 - 4k7 x 1 W – resistores

R3 - 22k X 1 W - resistor

R4, R6 – 100 k x 1 W - resistores

R5 - 680 ohms x 1 W - resistor

R7 – 1 k x 1 W - resistor

Diversos: caixa para montagem, cabo de alimentação, garras jacaré de 3 cores, fios, knob para a chave seletora, suporte para 4 pilhas pequenas, solda, etc.

 

Publicado originalmente 1989 – Revisado 2017