Um instrumento simples, porém de utilidade na bancada do reparador, é o seguidor de sinais. Basicamente ele consiste num amplificador de áudio com entrada direta através de um diodo detector. No entanto, são tantas as opções de montagem que o técnico fica sem saber qual escolher. Baseados no TDA7050, um amplificador integrado completo para alimentação com apenas 3V, apresentamos uma versão que pode ser considerada excelente, por reunir poucos componentes em torno de um integrado de baixo custo.

Na reparação de aparelhos de som, rádios, intercomunicadores, instrumentos musicais e muitos outros, a disponibilidade de um seguidor de sinais pode facilitar muito a localização de etapas com defeitos.

Ligando a entrada do seguidor numa 'etapa', podemos constatar com segurança se um sinal de áudio ou RF está presente e em que intensidade.

Se o sinal não estiver presente ou estiver de maneira distorcida, teremos muito maior facilidade de reparação concentrando os esforços na localização de componentes com problemas numa única etapa.

O seguidor de sinais que apresentamos.baseia-se num integrado novo (O artigo é de 1986), o TDA7050, que consiste num amplificador completo de baixa potência mas que funciona com tensões tão baixas como 3 V, vindos de apenas duas pilhas comuns.

O invólucro DIL de 8 pinos e a possibilidade de uma alimentação com apenas;3 V permitem a realização de uma montagem V extremamente compacta.

Na saída podemos ligar um fone de 32 Ω ou mais de impedância ou um alto-falante com impedância acima de 16 Ω.

Um diodo na entrada permite que sejam acompanhados também sinais de RF em etapas de amplificação de freqüência intermediária, o que torna o aparelho muito útil na reparação de rádios, tanto AM como FM, e até em etapas de áudio de televisores.

 

O CIRCUITO

O coração de nosso seguidor é o TDA7050, que precisa apenas de um 3 componentes externos, um resistor de polarização, para formar um amplificador completo.

Na saída podemos ligar fones ou pequenos alto-falantes de 16 Ω ou mais, e na alimentação podemos usar 2 ou 4 pilhas pequenas.

Para chegar ao seguidor completo acrescentamos um capacitor eletrolítico que desacopla a fonte, evitando o “motor boating”, que é o “pipocar” do aparelho, e para acoplar o sinal de entrada, um capacitor de poliéster ou cerâmica de 100 nF.

A chave S1 coloca no circuito o diodo detector quando vamos trabalhar com sinais de RF, e a chave S2 serve para ligar e desligar o aparelho.

 

MONTAG EM

Na figura 1 damos o circuito completo do seguidor.

 

Figura 1 – Circuito completo do seguidor
Figura 1 – Circuito completo do seguidor

 

Na figura 2 temos uma sugestão de placa de circuito impresso para esta montagem.

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem

 

O diodo detector pode ser o 1N34, ou qualquer equivalente de germânio.

Não recomendamos o uso de diodos de silício, pois resultará em menor sensibilidade para o circuito.

O resistor é de 1/8 W e o capacitor C1 tanto pode ser cerâmico como de poliéster.

C2 é um eletrolítico para 3 V ou mais e seu valor não é crítico, podendo ficar entre 10 e 100 µF.

Se for usado fone, um jaque de saída deve ser previsto.

Se for usado alto-falante, ele pode ser do tipo miniatura com 2,5 a 5 cm e instalado na própria caixa.

É importante observar que este alto-falante deve, obrigatoriamente, ter impedância qe 16 a 64 Ω.

Alto-falantes de 4 ou 8 Ω sobrecarregam a saída do integrado, podendo causar a sua queima.

Uma solução improvisada para o caso de não haver aIto-falante de 16 Ω disponível, consiste no uso de um de 8 Ω com um resistor de 8,2 Ω x ½ W ligado em série.

Na figura 3 temos uma sugestão de caixa para a montagem.

 

Figura 3 – Sugestão de caixa
Figura 3 – Sugestão de caixa

 

Para as pilhas use um suporte comum.

Para a entrada de sinal foi usado um pedaço de cabo blindado contendo uma garra jacaré e uma ponta de prova.

 

PROVA E USO

Para a prova do aparelho faça uso de um radinho portátil em bom funcionamento.

Sintonize-o numa estação em volume bem reduzido, e ligue a garra jacaré do seguidor ao negativo da alimentação ou terra, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Conectando a garra
Figura 4 – Conectando a garra

 

Encostando a ponta de prova no terminal de entrada do controle de volume deve haver a reprodução clara do som no alto-falante ou fone do seguidor.

Na figura 5 temos os pontos de prova de um rádio comum.

 

Figura 5 – Pontos de prova num rádio comum
Figura 5 – Pontos de prova num rádio comum

 

O melhor procedimento para usar o seguidor de sinais consiste em se procurar o sinal, em primeiro lugar, no controle de volume (pela facilidade de acesso e porque dividimos o circuito em dois setores: áudio e RF).

Se o sinal estiver presente e o rádio não funcionar, então certamente o problema estará em algum ponto das etapas de áudio, que serão analisadas em seqüência.

Se o sinal não estiver presente, então o problema estará no detector ou antes deles, ou seja, nas etapas de RF, que devem ser analisadas em direção à antena.

Distorções de sinais também indicam problemas de funcionamento de uma etapa.

 

CI-1 - TDA7050 - circuito integrado

D1 - 1N34 - diodo de germânio

Sl1- chave de 1 pólo x 2 posições

S3 - interruptor simples

B1 - 2 ou 4 pilhas pequenas

F1 - fone ou alto-falante de 16 Ω ou mais

C1 – 100 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster

C2 – 10 a 100 µF - capacitor eletrolítico

R1 – 1 M x1/8 W - resistor (marrom, preto, verde)

Diversos: placa de circuito impresso, garras jacaré e pontas de prova, caixa para montagem, jaque para fone, suporte para pilhas pequenas, fios, solda etc.