Um componente importante de qualquer sistema de elevadores é o relé. Pelas suas características eletromecânicas este componente está sujeito a um desgaste de contatos além de problemas de bobina. Saber como testar um relé é fundamental para todo profissional de manutenção. Neste artigo ensinamos como testar relés usando um multímetro comum.
O multímetro pode realizar basicamente dois tipos de provas em relés comuns, do tipo encontrado em instalações de elevadores, elétricas de automóveis, motos e máquinas agrícolas e outros. Os testes são:
De continuidade
De contacto
Existem diversos tipos de relés no circuito elétrico de um sistema de elevadores, exercendo as mais variadas funções. Basicamente estes relés são formados por uma bobina e um jogo de contatos. Podemos utilizar o multímetro diretamente na verificação do estado da bobina e dos contatos e até fazer uma prova dinâmica com a ajuda de uma fonte de 12 V ou uma bateria.
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Relés comuns de uso em sistemas de elevadores"
Prova de Continuidade
Procedimento
a) Coloque o multímetro na escala mais baixa de resistências, OHMS x1 ou OHMS x10. Se for digital use as escalas de 200 ou 2000 ohms ou a função de continuidade.
b) Zere o multímetro se for analógico
c) Identifique os contatos da bobina do relé e faça a medida de sua resistência. A figura 1 mostra como fazer esta prova.

Interpretação:
Resistência baixa, variando entre alguns ohms até no máximo algumas dezenas de ohms - enrolamento bom
Resistência infinita - bobina aberta – ruim
Leitura muito baixa = condição boa
Leitura infinita = condição aberta
Observações
a) Nesta prova não se consegue determinar se existem espiras em curto. Para isso temos a prova dinâmica.
b) Esta prova também permite fazer a identificação dos contatos do relé e dos terminais da bobina. Os contatos normalmente fechados devem apresentar uma resistência nula na medida e os da bobina uma resistência muito baixa. Na figura 2 temos o procedimento comparativo para a identificação dos terminais de um relé usando a escala mais baixa de resistências do multímetro.
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Figura 2 – Testando e identificando os contatos NA e NF de um relé"
d) Veja que existem relés eletrônicos dotados de circuitos especiais de disparo para os quais os testes indicados não são válidos. O que ocorre com estes relés é que seu acionamento é feito por um circuito eletrônico para os quais não se têm acesso pois ficam dentro do invólucro vedado.
Prova de Contato
Procedimento
Com esta prova fazemos a identificação dos contatos NA e NF
a) Coloque o multímetro na escala mais baixa de resistências, OHMS x1 ou OHMS x10. Se for digital use as escalas de 200 ou 2000 ohms.
b) Zere o multímetro se for analógico
c) Identifique os terminais de contatos (por eliminação, identificando antes os terminais da bobina)
d) Meça a resistência entre eles de forma combinada. A figura23 mostra como esta prova deve ser feita.

Interpretação
Terminais entre os quais a resistência é nula - normalmente fechados ou NF
Terminais entre os quais a resistência é infinita - normalmente abertos ou NA.
Leitura baixa: Identificação NF
Leitura Infinita: Identificação NA
Observação
Veja que temos dois terminais (duas leituras) em que temos resistência infinita e resistência nula. Para uma melhor identificação será necessário fazer o teste dinâmico que é mais preciso.
Teste dinâmico
Fase 1 - Procedimento
Este teste permite uma determinação melhor dos contatos.
a) Coloque o multímetro na escala mais baixa d eresist6encias, OHMS x1 ou OHMS x10. se for digital use as escalas de 200 ou 2000 ohms.
b) Zere o multímetro se for analógico
c) Ligue os terminais do multímetro nos contatos do relé usando garras conforme mostra a figura 4.
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Figura 4 – Ligando os terminais do multímetro aos terminais dos contatos do relé"
d) Ative o relé pela aplicação de 12 V na sua bobina conforme mostra a figura 5.

Deve ocorrer um pequeno estalido que indica a comutação. Para relés de alta corrente a prova deve ser feita rapidamente e a fonte usada deve ter pelo menos 2 A de capacidade de corrente.
Interpretação:
A resistência vai de zero a infinito na comutação - o relé está bom - passe à etapa seguinte.
A resistência não se altera - o relé não está comutando - problemas internos.
Fase 2 - Procedimento
Obtida a leitura infinita para o multímetro, procure a posição das garras em que se tenha leitura nula, conforme mostra a figura 6
.

Interpretação
A posição comum da garra para a leitura nula e leitura infinita corresponde ao contacto C (comum)
A posição em que se tem a leitura nula com o relé desenergizado corresponde ao contacto NF (Normalmente Fechado)
A posição em que se tem a leitura nula com o relé energizado corresponde ao contacto NA (Normalmente Aberto).
Leitura Comum = Condição Comum
Leitura Baixa sem energizar = Condição NF
Leitura Baixa energizado = Condição NA
Observação
Podem existir relés com diversos conjuntos de contatos caso em que a identificação é feita por grupos, com o mesmo procedimento. Também é importante que o leitor saiba qual a disposição dos terminais do relé em teste, se bem que, com os procedimentos indicados é possível fazer sua identificação.