A idéia de se ligar mais de um receptor a uma mesma antena parabólica pode ser muito interessante em pequenas comunidades, prédios ou mesmo numa residência que possua dois ou mais televisores de uso independente. Como fazer isso é mais fácil do que se pensa, principalmente com a disponibilidade de componentes próprios. Neste artigo focalizamos o problema e damos as soluções.

 

Na figura 1 temos a estrutura básica de um sistema de recepção de TV comum via satélite.

 

Diagrama em blocos de um sistema de TV via satélite
Diagrama em blocos de um sistema de TV via satélite

 

Conforme podemos ver, os sinais colhidos pelo refletor parabólico são refletidos para o alimentador onde excitam o sistema de recepção que consiste no LNB.

No LNB depois da amplificação inicial na frequência original, os sinais são convertidos para uma frequência menor, na faixa de 940 a 1440 MHz e daí levados ao receptor.

No receptor é feita nova conversão que abaixa o sinal para 70 MHz e depois de amplificação é feita a extração da componente de vídeo e áudio.

O sinal de vídeo e áudio do canal sintonizado pode ser aplicado diretamente às entradas correspondentes do televisor. No entanto, também se pode dispor deste sinal num canal livre (2 ou 3) após passar por um circuito modulador.

Nos sistemas mais antigos utilizava-se um conversor descendente logo após a saída do LNB de modo que a transmissão do sinal da antena ao receptor fosse feita numa frequência mais baixa (70 MHz). No entanto, em tal caso, era preciso comandar a distância o oscilador deste conversor de modo a levá-lo ao canal que se deseja ver, o que significava na utilização de cabos especiais.

Assim, a transmissão de sinais em frequências mais baixas, mas com cabos múltiplos foi substituída pela transmissão de sinais em frequências mais altas, mas com menor condutores.

Um problema que ocorre num sistema simples quando desejamos compartilhar o mesmo sistema de antena entre diversos receptores, é que o alimentador trabalha com um polarizador que é controlado a distância (no receptor) e que determina se os sinais recebidos serão polarizados verticalmente (V) ou horizontalmente (H), conforme mostra a figura 2.

 

O movimento da sonda por um servo determina a polarização do sinal recebido
O movimento da sonda por um servo determina a polarização do sinal recebido

 

Assim, um sistema primitivo de compartilhamento só permitia que os dois receptores recebessem ao mesmo tempo sinais com a mesma polarização e que seria determinada por um receptor mestre conforme mostra a figura 3.

 

Sistema limitado de compartilhamento de antena com separador de UHF (Chave coaxial)
Sistema limitado de compartilhamento de antena com separador de UHF (Chave coaxial)

 

O sistema foi aperfeiçoado com a utilização de alimentadores duplos, ou seja, com a possibilidade de receber sinais com as duas polarizações e com o desenvolvimento de chaves coaxiais capazes de fazer a comutação destes sinais conforme a necessidade dos receptores.

As primeiras chaves utilizavam relés na comutação, mas o sistema foi aperfeiçoado e hoje já se dispões desses elementos, de fabricação nacional que empregam na comutação dispositivos de estado sólido.

Assim, nas configurações modernas, com o uso de Chaves Coaxiais, é possível ter a comutação independente de sinais que sejam polarizadas verticalmente ou horizontalmente e com isso empregar-se dois receptores ou mais em pontos separados, cada qual tendo acesso aos dois tipos de sinais.

A ASR (Antenas Santa Rita) possui em sua linha de produtos dois tipos de chaves coaxiais que permitem o compartilhamento de antenas parabólicas.

Na figura 4 temos dois tipos de chaves coaxiais que podem ser utilizadas no compartilhamento de antenas parabólicas.

 

Chaves coaxiais para compartilhamento de antenas ASR.
Chaves coaxiais para compartilhamento de antenas ASR.

 

O tipo COX-1-M é indicado para pontos de recepção ímpares enquanto que a COX-2-E é indicada para pontos de recepção pares.

O princípio de funcionamento destas chaves é fácil de ser entendido: em cada uma das entradas destas chaves temos disponíveis os sinais H ou V dos LNBs duplos junto ás antenas parabólicas.

Conforme o comando (pulse) vindo de cada um dos receptores, o comutador interno correspondente faz a ligação da saída para este receptor no sinal de polarização escolhida, e de forma independente. O dispositivo deve ser alimentado com 5V, tensão normalmente disponível nos cabos que alimentam os LNBs.

Na figura 5 temos um sistema que permite que dois vizinhos compartilhem da mesma antena parabólica, devendo apenas cada um ter seu próprio receptor.

 

Compartilhamento completo usando chave coaxial dupla.
Compartilhamento completo usando chave coaxial dupla.

 

Entretanto, deve-se considerar que a utilização de um LNB duplo somada ao preço de uma chave coaxial não está muito longe de um novo prato com um LNB simples, o que quer dizer que este sistema só se torna interessante se as chaves coaxiais utilizadas forem de mais de duas saídas, ou seja, se o compartilhamento for de mais de dois receptores. É claro que numa residência única ou ainda num local com problemas de espaço, a utilização do compartilhamento com apenas dois receptores deve ser analisado como possível melhor solução.

 

 

Bilbiografia:

* Informativo Técnico ASR - N*3 - Julho 94

* Antena Parabólica ao alcance doméstico = Geraldo Loures dos Santos Paiva

* TV Doméstica Via Satélite Instalação e Localização de Falhas - Frank Baylin