Um dos problemas que encontramos em certas aplicações de áudio é o de manter constante o nível dos sinais de áudio captados por um microfone, ou que devam ser reproduzidos num alto - falante ou gravados numa fita. Afastando-se do microfone, o sinal cai rapidamente de volume exigindo uma compensação. Ampliar a resposta dinâmica de um circuito é uma solução que levamos ao leitor com este pré - amplificador de volume constante.
Manter constante a intensidade do sinal captado por um microfone para não haver perdas de inteligibilidade quando uma pessoa se afasta do mesmo, é um problema comum em conferências, palestras e outras aplicações deste tipo.
Uma solução para este tipo de problema é um circuito que tenha seu ganho aumentado para sinais mais fracos, mas que reduza este ganho com sinais mais fortes de modo a não haver saturação.
Neste artigo descrevemos um circuito para esta finalidade, baseado num componente específico da Motorola, que justamente é um amplificador controlado por tensão.
O leitor poderá intercalar este circuito entre fontes de sinais de baixa intensidade, tais como mesas de som, microfones ou mesmo receptores e o circuito principal que deve amplificar ou registrar o sinal.
COMO FUNCIONA
A base deste projeto é o circuito integrado MC3340P da Motorola, que consiste num atenuador eletrônico ou amplificador controlado por tensão, cuja aplicação básica do manual é mostrada na figura 1.
O ganho deste circuito depende da tensão aplicada ao terminal de controle (pino 2), conforme ilustra o gráfico da figura 2.
Observe então que, com maior tensão de entrada teremos menor ganho ou maior atenuação.
Num controle de volume "sem ruído", este circuito pode ser usado simplesmente utilizando-se um potenciômetro para controlar o seu ganho.
No nosso caso, o que fazemos é utilizar um amplificador operacional (CI1) para tomar o sinal de entrada e transformá-lo numa tensão de controle de acordo com sua intensidade.
O sinal de entrada é então dividido por dois. Uma parte vai diretamente ao CI2 onde deve ser amplificado. A outra parte é amplificada por CI1, sendo depois retificada por D1, filtrada por C3 e transformada numa tensão contínua de controle, que será aplicada ao amplificador final (CI2) por meio de P2.
O ganho desta 1ª etapa é determinado por R5, que eventualmente pode ser substituído por um potenciômetro. No entanto, o ajuste final de funcionamento também pode ser obtido com facilidade por P1.
Se o sinal for intenso, após a amplificação ele resultará numa tensão mais elevada de controle no cursor de P1, a qual será aplicada ao terminal de controle de CI2 (pino 2), reduzindo seu ganho.
Por outro lado, se o sinal for fraco, após a amplificação por CI1 ele resultará numa tensão de controle baixa para CI2 e, com isso, o ganho deste segundo circuito integrado será maior.
A finalidade de P2 é controlar a intensidade final do sinal a ser aplicada no circuito externo.
Um ponto importante neste circuito é que deve haver uma certa inércia na atuação do controle. Se ele for rápido demais, o ganho aumentará e diminuirá entre os picos de som, causando uma sensação desagradável. O uso do capacitor de 47 µF produz um retardo na ação do circuito da ordem de 0,1 segundos, o que é suficiente para não afetar a forma de onda dos sinais que devem ser reproduzidos.
Observamos que a alimentação deste circuito precisa ser feita com uma tensão relativamente alta, 18 V, que podem ser obtidos de duas baterias de 9 V em série. O baixo consumo faz com que a durabilidade destas baterias seja bastante grande.
Não se recomenda o uso de fonte, a não ser que tenha excelente filtragem, dada a possibilidade de se introduzir ruídos.
MONTAGEM
Na figura 3 temos o diagrama completo do pré - amplificador de volume constante.
A montagem do aparelho numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 4.
Os componentes não são críticos, devendo o leitor observar apenas que a caixa deve ser blindada para evitar a captação de zumbidos e que os cabos de entrada e de saída devem ser blindados também. Um LED em série com um resistor de 4,7 kΩ pode ser acrescentado para indicar o funcionamento do circuito.
AJUSTES
Para ajustar o aparelho, ligue na sua entrada uma fonte de sinal com P1 e P2 inicialmente fechados, e na saída um amplificador.
Coloque agora P2 na posição média e ajuste o amplificador para ter uma reprodução do sinal.
Atue depois sobre P1 até notar uma distorção do sinal. Quando isso ocorrer, volte levemente o ajuste até obter o ponto anterior em que a distorção começou.
Reajuste então P2 para obter o nível de som desejado na saída.
Observe que o ganho do primeiro amplificador operacional é dado pela relação entre R5 e R3, o que significa que o sinal de entrada deve ter uma amplitude máxima da ordem de 100 mV. Para sinais com intensidades maiores reduza R5.
Semicondutores:
CI1 - 741 - amplificador operacional, circuito integrado
CI2 - MC3340P - atenuador eletrônico, circuito integrado
D1 - 1N4148 - diodo de silício
Resistores (1/8 W, 5%)
R1, R2 - 22 k Ω
R3, R4 - 10 k Ω
R5 - 1 M Ω
P1 - 10 k Ω - trimpot
P2 - 100 k Ω - trimpot
Capacitores:
C1 - 100 nF - poliéster
C2 - 10 µF/25 V - eletrolítico
C3 - 47 µF/25 V - eletrolítico
C4, C5 - 1 µF/25 µF - eletrolítico
C6 - 100 µF/25 V - eletrolítico
C7 - 680 pF - cerâmico
Diversos:
S1 - Interruptor simples
B1 - 9+9 V - duas baterias de 9 V
Placa de circuito impresso, jaques de entrada e de saída, conectores para bateria, caixa para montagem, fios, solda, cabo blindado, etc.