O computador está presente hoje na maioria dos pequenos escritórios, consultórios médicos e de dentistas além de pequenas empresas de todos os tipos. O resultado disso é que o computador se tornou visado como objeto que pode ser roubado e vendido com certa facilidade. Aumenta o número de casos de roubos de computadores em pequenas empresas e com isso a preocupação com sua proteção. O circuito que descrevemos neste artigo traz uma idéia diferente que pode ser bem aceita pelos nossos leitores.
Como evitar o roubo de um computador? Evidentemente, se o computador ficar "gritando" quando o tirarmos de seu lugar de funcionamento, como fazem os carros que são arrombados e que possuem alarmes irritantes, o seu transporte pelo ladrão será dificultado, já que ele poderá ser facilmente localizado.
A idéia básica do nosso projeto é justamente esta: dentro da unidade de sistema vamos colocar um alarme com uma sirene intermitente barulhenta que fica inibida enquanto a tomada de força estiver plugada na tomada (se o aparelho usar No-Brake ou estabilizado que é desligado à noite, existe uma alternativa que será explicada no texto).
Se o plugue for retirado da tomada o alarme dispara e não há jeito de se fazer seu desarme, pois ele está encerrado dentro da unidade do sistema (sem chaves externas) a qual precisaria ser aberta.
É lógico que, com o barulho, a presença de intrusos pode ser acusada e evidentemente, nenhum ladrão vai transportar debaixo do braço um computador "pedindo socorro"...
O circuito é alimentado por pilhas ou bateria que ficam numa condição permanente de espera com baixo consumo e que, portanto, podem durar meses antes de se necessitar fazer sua troca. Na condição de espera o consumo do aparelho é da ordem de 0,5 mA e de 5 mA na condição de disparado, o que garante uma excelente autonomia para pilhas ou bateria.
A proteção que elas fornecem ao computador pode compensar plenamente sua instalação nas unidades que devem se protegidas.
COMO FUNCIONA
O que temos é simplesmente uma sirene com base no conhecido circuito integrado 4093 que produz um tom intermitente gerado por dois osciladores.
O primeiro tem a frequência dada por C3 e R4 gerando o tom de áudio e o segundo, tem a frequência dada por C4 e R5, gerando a intermitência.
O leitor poderá mexer nestes componentes alterando-os numa ampla faixa de valores de modo a obter o som que seja mais irritante e alto, conforme as características do transdutor usado.
Os sinais dos dois osciladores são combinados em duas outras portas do mesmo circuito integrado que funcionam como buffers amplificadores digitais.
O circuito é inibido pela presença de tensão na rede sendo usada para esta finalidade uma simples fonte sem transformador.
O capacitor C1 funciona como uma impedância que, em conjunto com R1 forma um divisor de tensão. A baixa tensão obtida neste divisor é retificada por D1 e filtrada por C2.
No trimpot P1 ajusta-se então a tensão na base do transistor para que ele conduza mantendo assim as entradas dos dois osciladores no nível baixo, condição para que eles fiquem inibidos.
Na faixa de tensão de entrada, quando o computador é desplugado, já que os pontos A e B são ligados antes de sua chave geral, o transistor vai ao corte e com isso as entradas dos osciladores são levadas ao nível alto. Isso é suficiente para que os osciladores entrem em funcionamento com a produção do som de alarme.
O pequeno transdutor usado é bastante barulhento, já que fornece o mesmo tipo de som que os "bips" do prompt de seu PC. Emitidos de forma contínua eles servem para chamar a atenção.
MONTAGEM
Na figura 1 temos o diagrama completo do anti-furto.
Na figura 2 temos a disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.
O capacitor de 470 nF deve ser de poliéster metalizado com uma tensão de trabalho de pelo menos 200 V se a rede de energia for de 110 V (127 V) e de 400 V se a rede for de 220 V.
O transistor admite equivalente e o capacitor C2 deve ter uma tensão de trabalho de pelo menos 25 V.
O transdutor é do tipo piezoelétrico de alta impedância e que pode até ser obtidos de brinquedos. Escolha um de pelo menos 2 cm de diâmetro e que tenham bom rendimento na produção de som. Neste caso, quanto mais barulho o aparelho fizer, melhor será.
A fonte de energia tanto pode ser uma bateria de 9 V como 6 pilhas comuns.
A unidade vai ficar dentro do PC. No entanto, como não existe isolamento do circuito em relação à rede de energia será conveniente proteger todas suas partes com sua instalação numa caixinha plástica.
Esta caixinha deve ser fixada em algum ponto da caixa de modo a não bater em nenhuma parte vital do computador.
INSTALAÇÃO
As pilhas só podem ser colocadas no suporte ou a bateria conectada depois que o circuito for instalado. Se isso não ocorrer tão logo haja alimentação no circuito oscilador, o alarme toca.
Assim, existem duas possibilidades de uso.
Se seu computador ficar permanentemente ligado à rede de energia sem o uso de um estabilizador, os pontos A e B podem ser ligados diretamente em sua entrada de energia, conforme mostra a figura 3.
Neste caso, depois de fazer a ligação dos pontos A e B, coloque as pilhas no suporte. O alarme deve tocar. Ligue o plugue do computador na tomada e ajuste P1 para que o alarme pare.
Experimente então seu funcionamento: retirando o plugue o alarme deve tocar.
Comprovado o funcionamento, feche a unidade do sistema.
O segundo caso é quando você usa um No-brake, um estabilizador de tensão ou ainda tem o (saudável) costume de retirar o plugue da tomada quando desliga seu PC.
Neste caso, você vai precisa de um segundo cabo de alimentação para o alarme o qual ficará ligado na tomada mesmo quando o plugue do computador for retirado, conforme mostra a figura 4.
Isso significa que, para levar o computador este plugue do alarme deve ser retirado da tomada e aí o alarme toca. O ajuste é feito do mesmo modo que no caso anterior.
Veja que, como o aparelho está dentro da unidade de sistema não é possível desativá-lo quando o plugue é retirado e não é possível levar o equipamento sem retirar este plugue.
Na falta de energia elétrica na rede o alarme dispara por motivos óbvios. No entanto, quando a energia volta o alarme é rearmado.
Os leitores que desejarem aperfeiçoar o circuito de modo que ele não dispare com a falta de energia são convidados a enviar suas idéias.
Semicondutores:
CI-1 - 4093 - circuito integrado CMOS
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral
D1 - 1N4002 ou equivalente - diodo de uso geral
Resistores: (1/8 W, 5%)
R1 - 4,7 k Ω x 1 W
R2 - 47 k Ω
R3 - 10 k Ω
R4 - 47 k Ω
R5 - 2,2 M Ω
P1 - 10 k Ω - trimpot
Capacitores:
C1 - 470 nF (200 ou 400 V - ver texto) - poliéster metalizado
C2 - 470 µF x 25 V - eletrolítico
C3 - 47 nF - cerâmico ou poliéster
C4 - 470 nF - cerâmico ou poliéster
C5 - 100 µF/ 12 V - eletrolítico
Diversos:
X1 - Transdutor piezoelétrico - ver texto
S1 - Interruptor simples
B1 - 9 V - bateria ou 6 pilhas pequenas
Placa de circuito impresso, caixa para montagem, fios, solda, etc.