O circuito que apresentamos foi sugerido originalmente numa documentação da Linear Technology (www.linear.com), podendo ser acessada para download sob o número AN98-17. Nessa documentação temos uma coleção de circuitos de fontes com base nos componentes da empresa. O circuito apresentado permite disparar um flash de xenônio com tensões de 300 V a partir de alimentação de 3 V ou 6 V (2 ou 4 pilhas). (2007)
Para obter a alta tensão necessária à carga do capacitor que alimenta uma lâmpada de xenônio num sistema de flash, a solução adotada consiste num inversor que tem por base um circuito integrado LT3468-1, o qual já inclui a etapa de potência capaz de excitar um pequeno transformador.
Esse transformador, com núcleo de ferrite deve ter um secundário capaz de fornecer uma tensão de pico da ordem de 300 V, valor necessário à carga do capacitor C1 e também ao disparo da lâmpada de xenônio.
Um transformador com relação de espiras de 1:150 ou 1:80 pode ser usado nessa aplicação, existindo entretanto tipos comerciais que podem ser usados diretamente na aplicação.
O disparo do circuito é feito através de um SCR com um transformador de pulso em sua comporta. Esse transformador deve gerar um pulso entre 300 e 600 V, conforme o tipo de lâmpada usada, também existindo tipos comerciais prontos para essa finalidade.
Observe que o pulso gerado é de baixíssima potência, dado pela descarga de C2, assim, esse transformador é de pequenas dimensões, importante para esse tipo de aplicação.
Os capacitores usados devem ser tipos com altas tensões de trabalho, pois vão se carregar com tensões elevadas. O capacitor C1, em especial, determina a potência do flash produzido pela lâmpada. Seu valor deve estar de acordo com a energia da lâmpada dada em Joules.
Assim, ao se escolher a lâmpada o projetista deve verificar qual é a energia de seus pulsos e calcular o valor do capacitor a ser usado em função dessa energia e da tensão que ele deve ser carregado.
A fórmula para esse cálculo é:
E = 1/2 CV2
Onde:
E - Energia armazenada no capacitor em joules (J)
C - Capacitância em farads (F)
V - tensão no capacitor em volts (V)
Observe que o circuito possui entradas que permitem controlar o modo de funcionamento do flash.
Assim, o circuito " inteligente" fornece uma saída para acionamento de um LED quando detecta que o capacitor se encontra carregado e o flash se encontra pronto para disparo, o que é feito pela saída DONE.
Nesse ponto, quando a saída é ativada o oscilador cessa seu funcionamento desligando o circuito (para economizar pilhas).
O comando TRIGGER (disparo) permite que o circuito seja disparado externamente, por exemplo, pelo interruptor da própria máquina fotográfica com que funcionar ou ainda por um circuito " escravo" que o sincroniza com a luz de um flash remoto, operando assim como flash auxiliar.
Na figura 1 temos o circuito completo dessa aplicação de uma fonte inversora de alta tensão.
Informações adicionais sobre esse circuito consistem no SCR que pode ser de qualquer tipo de alta sensibilidade com tensão de acordo com a carga de C1, algo em torno de 400 V. D1 pode ser um 1N4007 ou equivalente. O diodo D2 é do tipo MA2Z720 da Panasonic, ou equivalente, servindo apenas como proteção para a alimentação de uma carga indutiva pelo circuito integrado. A eficiência do circuito chega a 80%.
