A substituição de componentes montados em superfície, como reguladores de tensão, transistores de potência, IGBT's, saída de áudio, leds, dentre outros, que na maioria das vezes são relativamente robustos e utilizam a própria placa de circuito impresso como dissipador de calor tornando o trabalho praticamente impossível apenas com um ferro de solda comum ou soprador térmico, sendo necessário um equipamento auxiliar que aqueça  a base da placa numa temperatura próxima ao ponto de fusão do estanho enquanto trabalhamos na superfície para soltar ou soldar completamente a peça sem danificar as trilhas. 

 

   Neste artigo vamos transformar um ferro de solda com resistência de cerâmica numa interessante ferramenta para esse trabalho e ainda faremos um circuito para controle de temperatura.

 

Figura 1 – O ferro de soldar
Figura 1 – O ferro de soldar | Clique na imagem para ampliar |

 

 

(Nota: O ferro de solda utilizado no protótipo tinha mais de 20 anos de uso e já apresentava a carenagem metálica e ponteira danificadas por conta do tempo, porém com a resistência de cerâmica em perfeito estado.   Após a adaptação continua sendo útil em minha bancada de reparação.) 

 

 

Figura 2 - A adaptação
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Como funciona

      Uma base de alumínio será adaptada diretamente à resistência do ferro de solda garantindo total dissipação de calor na potência máxima que poderá ser ajustada manualmente.

 

Figura 3 – A base de alumínio adaptada
Figura 3 – A base de alumínio adaptada

 

 

 

Figura 4 – A adaptação
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   Esse ajuste de temperatura será feito através de um circuito já conhecido pela maioria dos leitores, onde o capacitor C1 se carrega através de R1 e P1 até  a tensão de disparo do Diac 1( aproximadamente 32 Volts) que por sua vez aplica um pulso à comporta gate do triac TIC 226 D controlando a potência na carga de acordo com o ângulo de fase, ou seja, se o disparo do triac ocorrer no início do semiciclo teremos potência máxima que irá diminuir gradualmente a medida que o potenciômetro P1 for ajustado para valores maiores de resistência

.

Figura 5 – O circuito
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   O aparelho pode ser ligado em 110 Volts ou 220 Volts de acordo com a tensão nominal do ferro de solda utilizado. 

   Para o caso de uso em 220 Volts o capacitor C1 deve ser alterado para 470 nF × 400 Volts conforme mostrado na lista de material.

 

 

Montagem

   Com muito cuidado retiramos a ponteira e parte da carenagem metálica do ferro de solda, deixando exposto somente o elemento de aquecimento fixo ao cabo.

   Vamos precisar de um pequeno dissipador de calor para adaptar ao caninho que envolve e protege a resistência do ferro de solda.

   Na ponta desse dissipador podemos adaptar um outro menor para uso do aparelho na posição vertical.

 

Figura 6 – Adaptação para uso vertical
Figura 6 – Adaptação para uso vertical

 

 

   O conjunto poderá ser fixado a um suporte articulado ou fixo que permita a utilização da ferramenta de forma prática e segura.

 

 

Lista de material

01 ferro de solda com resistência de cerâmica.

01 dissipador de calor em alumínio  com dimensões proporcionais ou superior  à carenagem e ponteira original do ferro de solda que será removida. 

01 dissipador de calor em alumínio para fixar na ponta do dissipador principal.

01 triac TIC 226 D  

01 Diac de qualquer tipo 

01 Potenciômetro 100K ohms 

01 Resistor 1K ohms × 1 W 

01 Capacitor 220 nF × 400 Volts se a rede for 110 Volts (ou 470 nF × 400 Volts se a rede for 220 Volts)

 

 

Prova e uso

   Ligue o dimmer a uma tomada 110 ou 220 Volts de acordo com as especificações do ferro de solda conectado entre os terminais A e B (carga do circuito) e com o auxílio de um voltímetro na escala 250 VAC meça a tensão na carga que deve variar de zero ao máximo ao girar o potenciômetro P1, então ajuste ao ponto ideal para aquecimento.

   Com a base de alumínio já aquecida ao ponto de fusão do estanho o aparelho estará pronto para o uso. 

   Encoste a parte de baixo do circuito impresso onde se encontra o componente a ser retirado na superfície do dissipador e com um outro ferro de solda estanhe seus terminais ou aqueça o componente com o soprador térmico até que se solte completamente.

   Agora coloque um novo componente no local já limpo e estanhado, encoste novamente o ponto da parte de baixo da placa de circuito impresso na base de alumínio até que ocorra a fusão.

   Retire e aguarde a placa esfriar para testar.

 

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