Quando se fala em injetor de sinais, muitos praticantes da eletrônica, profissionais ou amadores, logo pensam num instrumento de prova típico dos principiantes. No entanto, devemos lembrar a estes em especial que o injetor de sinais é útil, mesmo nas mais sofisticadas oficinas e que versões não tão simples podem apresentar utilidades que até mesmo o técnico avançado não dispensa. O circuito que apresentamos neste artigo é algo mais do que um simples injetor e não deve estar ausente da bancada do técnico reparador mais experiente. Os leitores vão comprovar com o tempo que é verdade o que afirmamos.
O Injetor de sinais De Luxo que descrevemos neste artigo não produz simplesmente um sinal retangular de frequência fixa, rico em harmônicas, e que permite sua utilização tanto em diagnósticos e ajustes de equipamentos de áudio como também em receptores de TV.
O Injetor descrito é algo mais: além de ter recursos para a produção de um sinal contínua, ele também produz sinais pulsantes que são menos cansativos numa prova ou num ajuste.
Para ajudar na calibração de receptores ele inclui ainda um controle de intensidade de sinal que permite ajustá-lo, reduzindo a excitação à medida que vamos chegando ao ponto de maior sensibilidade.
O circuito é alimentado por pilhas ou bateria de 9V e tem um consumo bastante baixo. Simples de montar, o circuito não necessita de qualquer ajuste.
CARACTERÍSTICAS
- Tensão de alimentação: 6 a 9 VDC
- Corrente consumida: 5 mA (tip sem o LED) ou 20 mA (com o LED)
- Frequência fundamental: 1 kHz (tip)
- Limite de utilização: 150 MHz
COMO FUNCIONA
A base deste projeto é o utilíssimo e muito conhecido circuito integrado CMOS 4093B que consiste em 4 portas disparadoras NAND de duas entradas. Essas portas são usadas com finalidades diferentes neste projeto.
A primeira delas, CI-1a, é ligada como um oscilador lento, sendo responsável pela taxa de interrupção do sinal ou intermitência. A frequência deste oscilador é determinada por C1 e Rl. O leitor pode modificar este ponto do projeto, usando um potenciômetro de 1 M ? em lugar de R1, em série com um resistor de 10 k? de modo a ter um controle da intermitência..
Na saída deste oscilador temos um transistor que excita um LEDC cuja finalidade é indicar que o injetor se encontra em funcionamento, evitando assim que ele seja esquecido com a alimentação ligada.
Este LED piscará no ritmo da modulação ou intermitência do sinal gerado.
O tom de áudio propriamente dito é gerado pela segunda porta do 4093B que também funciona como um oscilador. A frequência deste oscilador é dada por C2 e R4. Neste caso, também podemos trocar R4 por um potenciômetro de 1 M? em série com um resistor de 10 k? de modo a poder ajustar continuamente a faixa de frequências do sinal e assim ter um verdadeiro gerador de sinais.
Este é um oscilador controlado, dando-nos opções para seu modo de operação. Estas opções são selecionadas pela chave S1.
Na posição em que S1 conecta o pino 5 de controle desta porta ao positivo da alimentação, o oscilador opera livremente, gerando assim um sinal contínuo.
Na posição em que S1 conecta o pino 5 ao oscilador anterior de modulação (pino 3), temos a operação de modo intermitente. O oscilador é então habilitado todas às vezes que a saída de CI-1a for ao nível alto e inibido quando ela for ao nível baixo.
Nos instantes em que a saída vai ao nível alto e que portanto o oscilador é habilitado o LED também acende.
O sinal de CI-1b que consiste no oscilador controlado, é aplicado nas entradas de CI-1c e CI-1d que funcionam como buffers-inversores.
Estas etapas amplificam digitalmente o sinal, entregando-o a um potenciômetro (P1) que serve de ajuste de intensidade. Do cursor do potenciômetro o sinal é levado a saída via C4 que serve de isolamento de CC para o circuito externo.
Alterações de C1 e C2 também podem ser feita no sentido de se obter modificações de comportamento que se adaptem ao gosto e as aplicações dos leitores.
MONTAGEM
Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho.
Os componentes são instalados numa placa de circuito impresso com a disposição mostrada na figura 2.
Recomendamos o uso de um soquete para o circuito integrado, principalmente se o montador for pouco experiente no trato deste tiupo de componente. O transistor admite equivalentes e o LED pode ser de qualquer cor.
Os resistores são todos de 1/8W com 5% ou mais de tolerância e os capacitores C1 e C3 são eletrolítico para 12V. Os demais capacitores tanto podem ser cerâmicos, de styroflex como de poliéster.
O potenciômetro P1 é linear de qualquer tipo ou tamanho e também pode incluir a chave S2 que liga e desliga o aparelho.
A chave S2 é de 1 pólo x 2 posições.
Para a saída dos sinais tanto podemos usar um jaque comum P2 onde será encaixado um plugue do mesmo tipo com um cabo blindado uma ponta de prova e uma garra de ligação ao terra (G1).
Outra alternativa é usar dois bornes onde serão ligados dois fios: um com a ponta de prova e outro com a garra de terra.
PROVA E USO
Para provar a unidade basta injetar seu sinal em qualquer amplificador de áudio e observar o comportamento do aparelho nas diversas funções.
Para usar o aparelho o procedimento é o mesmo de qualquer injetor de sinais.
Como todas as vezes que publicamos injetores de sinais nesta revista damos o modo de usar detalhando os pontos de injeção de aparelhos comuns, certamente a maioria dos leitores já está "careca" de saber como se faz. Assim, para os que já estão "carecas" não há nada a acrescentar e para os que ainda não sabem sugerimos que o nosso Curso de Reparação Para Iniciantes seja consultado, pois nele existe espaço suficiente para que muitas formas de se usar este aparelho sejam ensinadas.
LISTA DE MATERIAL
Semicondutores:
CI-1 - 4093B - circuito integrado CMOS
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral
LED - LED vermelho comum
Resistores: (1/8W, 5%)
R1 - 470 k?
R2 - 10 k?
R3 - 1 k?
R4 - 47 k?
P1 - 10 k? - potenciômetro
Capacitores:
C1 - 1 µF/12V - eletrolítico
C2 - 47 nF - poliéster ou cerâmico
C3 - 100 µF/12V - eletrolítico
C4 - 10 nF - poliéster ou cerâmico
Diversos:
S1 - Chave de 1 pólo x 2 posições
S2 - Interruptor simples (conjugado a P1)
PPL - Ponta de prova
G1 - Garra jacaré
B1 - 6V ou 9V - 4 pilhas pequenas ou bateria
Placa de circuito impresso, soquete para o circuito integrado, suporte de pilhas ou conector de bateria, caixa para montagem, fios, solda, etc.