Este artigo faz parte de um livro sobre impressoras que publicamos no passado, contendo informações sobre impressoras da época (2007). Mesmo com a tecnologia das impressoras avançando muito nos últimos anos, muito ainda se mantém principalmente em relação a parte mecânica. As informações deste artigo podem ser úteis para os que trabalham no reparo dessas impressoras.

 

Problemas Comuns com circuitos de acionamento

Quando uma etapa de acionamento de um motor de uma impressora, ou ainda de um driver de cabeça apresenta problemas, os sintomas são bem característicos, o que permite ao profissional de manutenção ir praticamente direto à etapa responsável. Assim, podemos dar alguns sintomas típicos com as possíveis causas, como fizemos com outros blocos que analisamos até agora. Evidentemente, podem ocorrer diferenças de manifestação e causa para alguns tipos de impressoras, pois são muitas as que existem.

 

Sintoma 1

O movimento do motor na impressão ocorre de forma errática, indicando problemas de acionamento. Devemos verificar tanto os transistores de acionamento da etapa como também componentes associados como os cabos, e o próprio motor, fazendo a prova de continuidade dos enrolamentos.

 

Sintoma 2

Funções associadas à solenoides falham como, por exemplo, a retirada do papel da bandeja, travamento em posição, etc. Conforme a função que falha, deve-se verificar o solenoide correspondente e as suas etapas de acionamento.

 

A medida da tensão na saída do transistor de acionamento deve ser verificada, podendo eventualmente ser simulado o acionamento pela aplicação de sinal na base do transistor. Na figura 1 temos um circuito típico de acionamento da cabeça de uma impressora Epson C20/C40.

 

 

Figura 1
Figura 1

 

 

Observe o uso de transistores comuns no circuito de potência.

 

Sintoma 3

A impressora faz o ruído que caracteriza o movimento da cabeça, mas ela não se movimenta da forma apropriada, voltando constantemente à posição ¨home¨ sem conseguir realizar seu trabalho. Não há mensagem de erro indicando anormalidade na comunicação com o computador.

 

Neste caso, podemos estar diante de uma falha do próprio motor de passo, de um dos transistores que controla seu movimento, ou ainda do cabo flexível que faz sua conexão com o circuito. Veja que a movimentação contínua deste cabo faz com que ele se torne um elemento bastante sujeito a problemas.

 

Sensores

Conforme vimos na parte em que analisamos o princípio de funcionamento das impressoras, elas contam com diversos tipos de sensores.

 

Os sensores normalmente são usados para monitorar a posição de partes mecânicas e o tipo mais comum é do tipo ON/OFF, ou Liga/Desliga, consistindo num micro-switch ou uma chavinha equivalente, que também pode ser acionada magneticamente, do tipo reed switch. Estes sensores podem ser usados para indicar quando não há papel numa bandeja, ou quando a cabeça de impressão chega ao fim de seu curso.

 

Como as impressoras trabalham comum microcontrolador que basicamente opera com níveis lógicos 0 e 1, correspondendo à tensões de 0 V e 5 V, as chaves usadas como sensores podem manusear diretamente estes sinais de maneira direta, conforme mostra o circuito tomado como exemplo da figura 2.

 

 

Figura 2
Figura 2 | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Na impressora Citzen 1800, por exemplo, como mostramos na figura, o sensor de papel é ligado diretamente ao microcontrolador, consistindo num micro-switch. Na figura 3 damos um exemplo da localização de um sensor deste tipo numa impressora comum, para que o leitor tenha uma ideia de seu aspecto e posicionamento.

 

 

Figura 3
Figura 3 | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Nesta figura mostramos a chave (switch) usada como sensor de papel numa impressora Epson DFX-5000. Veja que ela possui um ajuste crítico para que seja acionada exatamente no momento certo, ou seja, quando o papel acaba. Felizmente, para os profissionais que desejam aprender a fazer a manutenção de impressoras, o teste dos sensores desse tipo é extremamente simples, podendo ser feito com qualquer multímetro.

 

Quando o sensor é pressionado, a resistência entre seus terminais deve cair a zero, conforme mostra a figura 4.

 

 

Figura 4
Figura 4 | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Um problema comum que ocorre com este tipo de sensor, que não é de natureza elétrica é a quebra ou ainda a saída da posição correta de funcionamento. Nos manuais das impressoras, encontramos os procedimentos indicados para ajustes dos principais sensores. Muitas vão além e fornecem tabelas com as indicações e procedimentos de testes dos sensores e elementos associados. A seguir, damos um exemplo:

 

 


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A tabela foi obtida no próprio manual da impressora EPSON DFX5000.

Veja que os testes consistem justamente nas medidas das tensões encontradas nos pinos dos sensores, acessados na placa ¨junction¨ quando eles estão abertos e fechados. Devemos então encontrar as tensões de 0 e 5 V, correspondentes aos níveis lógicos alto e baixo.

Veja que estes níveis, para serem detectados, exigem que o sensor seja ativado manualmente.

Outro exemplo de tabela de teste de sensores numa impressora, do próprio manual é dado a seguir:

 


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A tabela mostrada é da impressora EPSON Stylus Color II.

Outros tipos de sensores podem ser eventualmente encontrados nas impressoras, mas são mais raros. Veja que damos como exemplos, impressoras que eram comuns na época que o livro foi escrito. Existem hoje diversos tipos mais avançados, mas no geral o princípio de funcionamento é o mesmo. Lembramos ainda que numa oficina, são mais comuns justamente as impressoras mais velhas, que pelo uso, são as que estão mais sujeitas a falhas.

Os problemas mais comuns dos sensores, entretanto, não são de ordem elétrica, pois normalmente esses dispositivos costumam trabalhar com pequenas correntes. Assim, mesmo uma resistência de alguns ohms ou dezenas de ohms nos contatos dos sensores, nos casos em que eles devem aplicar níveis lógicos nas entradas dos microprocessadores, não afeta a informação que deve ser transmitida.

Os defeitos maiores ocorrem tanto pela quebra dos dispositivos de acionamento como pelo seu desajuste, saindo de posição de funcionamento.