Um transmissor oculto emite sinais que pertencem a localização de pessoas: eis uma ideia antissequestro que pode ser desenvolvida a partir deste Circuito de pequeno alcance. O leitor poderá usar este circuito em algumas brincadeiras interessantes que incluem a localização de objetos e pessoas.

 

Nota: Artigo publicado na Eletrônica Total 65 de 1994.

 

Urna ideia importante que pode ser desenvolvida a ponto de se evitar sequestros é a utilização de um transmissor, carregado pela vítima, que emite sinais que possibilita a sua localização.

Evidentemente, por ter êxito, tal transmissor deveria ser ultracompacto, ter uma excelente autonomia graças ao uso de alimentação especial, e evidentemente um alcance de muitos quilômetros sem a necessidade de antena externa, figura 1.

 

Locais ideias para tranmissores localizadores
Locais ideias para tranmissores localizadores

 

 

Infelizmente, no atual estágio da eletrônica, a disponibilidade de tal equipamento seria problemática, já que o custo num projeto dessa natureza seria muito grande: não temos pilhas especiais para garantir em peque-nos volumes, grandes quantidades de energia. A utilização de circuitos de potência elevada exigiria a reserva de faixas especiais no espectro eletromagnético, ou até mesmo o uso de micro-ondas com receptores especiais. Finalmente, o tamanho reduzido só seria possível com a montagem em tecnologia SMD (montagem em superfície).

No entanto, podemos elaborar perfeitamente uma versão de menor alcance, baixo custo e tamanho não muito reduzido que serviria em algumas situações especiais.

Emitindo um sinal relativamente forte esta versão poderia ser localizada com o receptor num raio de 100 a 200 metros, e, com modificações, até mesmo num raio maior. Evidentemente, num caso de sequestro, posse de tal versão exigiria uma grande aproximação dos localizadores, mas já teríamos um certo favoreci mento, pois não haveria obstáculo para a captação dos sinais, figura 2.

 

Sugestão de uso
Sugestão de uso

 

 

A finalidade deste artigo, entretanto, é a utilização do circuito localizador em algumas outras aplicações que podem ser igualmente importantes. Dentre as utilidades além da localização de pessoas sequestradas no raio indicado temos:

• Uso em brincadeiras do tipo esconda-se com o transmissor faça-se sua localização usando pequenos receptores de FM.

• Permite localizar objetos que sejam roubados e escondidos, se o objeto tiver o transmissor escondido em seu interior.

Serve para acusar roubos de objetos num armazém, onde, por exemplo, o transmissor seja escondido no meio de uma carga que seja difícil de examinar, figura 3.

 

CARACTERÍSTICAS:

• Tensão de alimentação: 4,5 V a 9 V

• Alcance: 50 a 200 metros (depende da alimentação).

• Autonomia: 4 a 20 horas (depende do tipo de pilha)

• Faixa de operação: 70 MHz a 140 MHz

 

Tranmissor escondido na carga
Tranmissor escondido na carga

 

 

COMO FUNCIONA

Para a produção de um bip intervalado, com tom de áudio agradável que facilite a operação de localizador, temos um circuito integrado 4093 funcionando como duplo oscilador.

Duas das portas lógicas do 4093 são ligadas como osciladores de relaxação.

A primeira gera a modulação, ou intervalo das intermitências, que é determinado por R1 e C1. Dependendo da aplicação, o leitor pode alterar estes, componentes numa ampla faixa de valores. No nosso caso temos bips num intervalo de 1 segundo com duração também de 1 segundo, pois o circuito tem um ciclo ativo de 50%.

A segunda porta gera o tom de áudio cuja frequência, no nosso caso da ordem de 1 kHz, é dada por R2 e que também podem ser alterados numa ampla faixa de valores.

Uma terceira porta do integrado 4093 combina os sinais dos dois osciladores de modo a se obter pulsos de áudio nos intervalos desejados, os quais são aplicados ao transmissor.

O transmissor tem por base um único transistor que, no nosso projeto experimental, é o BC494 ou 13C495. Com a utilização de um transistor mais potente, como o 2N2218, e alteração dos componentes de polarização (reduzir em 50% os resistores desta etapa), além do aumento da tensão de alimentação para até 12 V, o alcance pode ser aumentado para perto de 1 km em campo aberto.

No nosso caso, o alcance será limitado pela tensão de alimentação, tamanho da antena e também pela existência de obstáculos para a propagação do sinal, como por exemplo uma parede com muitos ferros no interior ou ainda estruturas metálicas ou porções de terra muito grandes.

O transmissor pode ser dimensionado através de L1 para elaborar na faixa de VHF inferior (50 a 88 MHz), superior (108 a 140 MHz) ou então em FM (88 a 108 MHz), dependendo do tipo de receptor que se pretenda usar.

Daremos a dimensões para as três bobinas, mas o próprio leitor pode fazer experiências, pois o transistor BF494, assim como o BF495; podem facilmente oscilar até mais de 200 MHz. A alimentação do circuito dependerá da aplicação. Sugerimos o uso de pilhas alcalinas ou então recarregáveis de níquel-cádmio, que proporcionam maior autonomia.

No entanto, com pilhas comuns de 3 V a 6 V, ou bateria de 9 V, também teremos um desempenho bom para aplicações menos sérias. Para um objeto de grande porte a ser monitorado, uma bateria grande, formada por pilhas grandes ou mesmo selada, pode ser usada.

 

MONTAGEM

Na figura:4 temos o circuito do localizador.

 

Diagrama completo do localizador.
Diagrama completo do localizador. | Clique na imagem para ampliar |

 

 

A disposição dos componentes numa pequena placa de circuito impresso é mostrada na figura 5.

 

Placa de circuito impresso.
Placa de circuito impresso. | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Para o integrado usamos um soquete DIL de 14 pinos, e para as pilhas um conector apropriado. Os resistores são todos de 1/8 W.

A bobina é formada por 3 a 6 espiras de fio comum com diâmetro de 1 cm. Maior número de espiras abaixa a frequência de operação, chegando ao limite inferior de 50 MHz com 6 espiras. O trimmer de 3-30 ou 2-20 pF para ajustar a frequência de operação.

Os capacitores C1, C2 e C3 podem ser tanto de poliéster como cerâmicos, mas C4, C5 e C6 devem ser obrigatoriamente cerâmicos de boa qualidade. C5 não é crítico, podendo ter valores entre 4,7 e 10 pF, os valores entre 4,7 e 56 pF são os mais recomendados, pois para outros na faixa indicada podem ser necessárias alterações na bobina L1 para se obter a frequência desejada de operação.

A antena deve ter de 10 cm até 40 cm de comprimento e tanto seu tamanho como sua posição influem no alcance. Tamanhos acima de 40 cm podem ser experimentados, mas eventualmente podem introduzir instabilidades no circuito, principalmente se o objeto ou pessoa localizada estiver em constante movimento.

Por outro lado, a antena deve ficar fora do objeto ou livre da influência de partes metálicas. A posição vertical é a melhor para maior rendimento, figura 6.

 

PROVA E USO

Para provar o aparelho basta ligar a alimentação e, nas proximidades, um receptor de FM ou VHF sintonizado em frequência livre.

Ajuste o trimmer CV do localizador paia captar o sinal mais forte, já que podemos ter diversos pontos em que ocorra a recepção do sinal. Para maior facilidade de ajuste coloque o receptor a uma distância de pelo menos 3 metros do localizador.

 

Figura 6 - Sugestão para colocaçao da antena
Figura 6 - Sugestão para colocaçao da antena

 

 

Feito o ajuste é só instalar o localizador no objeto que se pretende monitorar. Uma ideia interessante para se monitorar um objeto roubado é dotar o sistema de um interruptor (reed-switch) que ligue o localizador somente quando o objeto for retirado da sua posição normal. Com este recurso temos uma considerável economia de bateria.

 


 

 

 

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(Como usar este quadro de busca)