O circuito que apresentamos pode ser usado como, controle remoto por feixe de luz para eletrodomésticos, ferramentas ou mesmo automatismos industriais. Sua ação é biestável e a sensibilidade dos sensores utilizados permite a operação com fontes de luz muito fracas, como por exemplo: um fósforo. Para uma aplicação doméstica o transmissor pode ser uma simples lanterna de mão.
A característica principal deste circuito é a sua simplicidade já que a sensibilidade do circuito integrado usado permite o disparo direto a partir dos sensores, sem a necessidade de etapas amplificadoras transistorizadas ou com outros elementos.
Mas, além desta característica também podemos citar a vantagem de se usar o 4093 que, possuindo 4 portas num mesmo invólucro facilita a elaboração de configurações biestáveis sem que precisamos de qualquer componente adicional externo.
E, é lógico além de tudo isso também temos o fato de que os integrados CMOS na condição de não acionamento da carga (relé desenergizado) representam para o sistema um consumo extremamente baixo de energia o que deve ser levado em conta se pretendermos alimentar o aparelho a partir de pilhas ou bateria.
Montado numa pequena caixa, ele pode ser usado para ligar e desligar um aparelho de som, televisor ou outro eletrodoméstico a partir de uma simples piscada da lanterna.
Lembramos que a ação do circuito é biestável, ou seja, numa primeira piscada ligamos a carga que assim permanece até que uma segunda piscada incidindo no segundo sensor provoque a mudança de estado do circuito desligando-o, conforme mostra a figura 1.
A características principais do circuito são:
Tensão de alimentação: 12 V
Consumo em repouso (relé desenergizado): 5 mA (tip)
Carga máxima controlada: 2 A (com o relé recomendado)
Corrente com relé acionado: 40 mA
COMO FUNCIONA
Das quatro portas disparadoras existentes no integrado 40938, duas são ligadas de tal forma que resultam num flip-flop tipo Set e Reset (RS), conforme mostra a figura 2.
Nesta configuração, partindo de uma situação em que temos a saída Q no nível alto e a Q no nível baixo, a mudança de estado se faz com a aplicação de um pulso na entrada.
Inicialmente as entradas de sinal representadas por LDR1 e LDR2 estão no nível baixo já que a resistência dos LDRs sem luz é muito alta.
Quando aplicamos um pulso de luz no LDR1, o nível lógico do pino 1 a saída de Cl 1 -a vai ao nível baixo por um instante e isso faz com que Cl1 -b também seja realimentado de modo que sua saída vai ao nível alto.
O nível alto em Cl1-b realimenta Cl1-a e mantém sua saída no nível baixo mesmo que o pulso de comando já tenha desaparecido.
A saída de Cl1-a se mantém no nível baixo até que um pulso agora no LDR2 mude o estado de circuito de forma análoga.
Com o nível alto em Cl1-a (saída) Cl1-c e d passam a ter suas saídas no nível baixo o que mantém o transistor no corte e o relé desenergizado. Com o nível baixo na saída de Cl1-a temos nível alto na saída de Cl1-c e d e o resultado é o transistor na saturação energizando assim o relé.
A sensibilidade do circuito é ajustada em dois trimpots ou potenciômetros ligados em série com os LDRs.
O ponto de ajuste depende da sensibilidade desejada e também do nível de iluminação ambiente.
Para maior diretividade na ação e também maior sensibilidade é interessante montar os LDRs em tubos de papelão opaco contendo na frente uma lente convergente, conforme mostra a figura 3.
A lente deve ser posicionada de tal forma que seu foco fique pouco atrás da superfície sensível do LDR.
A alimentação do circuito pode ser feita com tensão de 12 V de fonte ou bateria, mas existe a possibilidade de se alimentar o circuito com 6 V trocando-se o relé por um que tenha bobina para esta tensão.
Para o caso de fonte de alimentação sugerimos o circuito da figura 4.
Esta fonte estabilizada fornece 12 V e usa componentes comuns. O transformador tem corrente de secundário de 250 mA ou mais, e o eletrolítico deve ter uma tensão de trabalho de 25 V ou mais.
MONTAGEM
O diagrama do aparelho, sem a fonte de alimentação é mostrado na figura 5.
A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 6.
O leitor pode modificar este layout já que todas as portas do 4093 são iguais e podem ser intercambiadas para maior facilidade de projeto caso seja necessário.
Os LDRs são comuns e os ajustes P1 e P2 tanto podem ser trimpots, como potenciômetros.
Os resistores são de 1/8 W e o capacitor C1 deve ter uma tensão de trabalho de 16 V ou mais. D1 pode ser o 1N4148 ou qualquer equivalente de uso geral de silício.
Sugerimos antes adquirir o relé para depois fazer as eventuais modificações na placa de circuito impresso.
Os fios de conexão aos LDRs podem ser algo longos, pois isso facilitaria a sua instalação em locais afastados já que um deve ficar longe do outro pelo menos 20 cm de modo que, ao focalizar a luz num o outro não possa recebê-la.
PROVA E USO
Na figura 7, temos o modo de se fazer a conexão de uma carga externa ao aparelho.
Use uma tomada comum de embutir na caixa ou então terminais de parafusos.
Usando como carga uma lâmpada comum ou outro aparelho ajuste P1 e P2 para obter o melhor acionamento com a fonte de luz escolhida. Esta regulagem deve ser tal que fontes estranhas ou a própria luz ambiente não influa no funcionamento do circuito.
Uma vez comprovado o funcionamento é só fazer sua instalação definitiva e usá-lo.
CI1 - 4093B - circuito integrado CMOS
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral
D1 - 1N4148 - diodo de silício
K1 - relé - ver texto
LDR1 e LDR2 - LDRs comuns
P1 e P2 - 1M - trimpot ou potenciômetro
R1 e R2 – 10 k x 1/8 W – resistores (marrom, preto, laranja)
R3 - 4k7 x 1/8 W - resistor (amarelo, violeta, vermelho)
C1 - 100 uF x 16 V - capacitor eletrolítico
Diversos: material para a fonte de alimentação, placa de circuito impresso, caixa para montagem, fios, solda, tubos de papelão, lentes convergentes, botões para os potenciômetros, etc.