Na edição de fitas, operação de estações de rádio experimentais, em pequenos estúdios ou mesmo teatros, uma mesa de som é indispensável. É claro que existem mesas sofisticadas de porte para aplicações profissionais à venda nas principais lojas do gênero, no entanto para um trabalho pequeno, um recurso de baixo custo consiste num circuito que possa ser montado com facilidade com componentes de fáceis e não críticos na aquisição como os usados neste projeto.
A pequena mesa de som que descrevemos possui três entradas (podendo ser facilmente ampliada) que misturam os sinais num pré-amplificador de ganho variável e com controle de tom (graves e agudos separados).
A saída de boa intensidade permite a excitação de amplificadores com impedâncias de 100 ohms a 100 k ohms, e sensibilidade a partir de 100 mV.A alimentação do circuito é feita com bateria, pilhas ou mesmo fonte de alimentação e todos os componentes usados são bastante baratos e fáceis de encontrar.
Se o leitor procura um mixer de boa qualidade para edição de suas fitas mas não tem recursos para adquirir um profissional por que não começar com este aqui.
CARACTERÍSTICAS:
- Tensão de alimentação: 9 a 12 V
- Consumo de corrente: 10 mA (tip.)
- Impedância de entrada: 10 k ohms.
- Impedância de saída: 150 ohms
- Ganho: 1 a 50 V/V
- Entradas: 3
A base do circuito é um integrado 741 que consiste num amplificador operacional. Este operacional, dos mais populares é polarizado por R4 e R5 de modo a funcionar sem precisar de fonte simétrica.
O ganho do circuito é determinado pela realimentação entre a entrada inversora (-) e a saída. Isso é feito por três circuitos diferentes.
O primeiro é resistivo puro, tendo por elemento P6 que controla o ganho total na faixa de operação do circuito.
O segundo tem um indutor que nada mais é do que o enrolamento primário de um transformador de saída. Este indutor torna o circuito seletivo com forte realimentação controlada por P5 apenas nas freqüências baixas.
Desta forma, este circuito opera como um atenuador de graves.
Já o circuito formado por P4 e C6 determina uma forte realimentação para os sons de freqüências mais altas, funcionando assim como um atenuador de agudos.
A mixagem é feita através dos potenciômetros P1, P2 e P3 que determinam a participação de cada sinal na saída final. Os capacitores C1 C2 e C3 proporcionam o isolamento DC do circuito enquanto que R1, R2 e R3 impedem a interação entre os controles.
O circuito básico de nossa montagem é mostrado na figura 1.
Para um sistema estereofônico o leitor tem duas opções: montar duas unidades iguais, uma para cada canal e alimentá-la por urna única fonte de sinal ou então trabalhar com um integrado MC1458 que consiste num duplo 741 e fazer um novo lay-out para a placa.
Para a nossa configuração com o 741 a placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.
Para uma melhor aparência e desempenho sugerimos a utilização de potenciômetros deslizantes que poderão ficar no painel da caixa. A ligação desses potenciômetros à placa deve ser feita com fios blindados cuja malha deve ser ligada ao negativo da fonte.
O uso de uma caixa metálica proporciona melhor blindagem evitando a captação de zumbidos, mas o negativo da fonte deve ser ligado a esta caixa.
T1 é o enrolamento primário de qualquer transformador de saída para transistores. O integrado deve ser montado num soquete DIL de 8 pinos para facilitar a troca em caso de necessidade e também evitar o calor desenvolvido no processo de soldagem.
Os resistores são de 1/8 ou 1/4 W com 5 a 20% de tolerância enquanto os eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de 12 V ou mais.
Os capacitores menores (C1, C2, C3 e C6) tanto podem ser cerâmicos como de poliéster.
A fonte de alimentação pode ser uma pequena bateria de 9 V ou então de 6 a 8 pilhas pequenas.
Para as entradas use jaques do tipo RCA e para a saída use um plugue com cabo de acordo com a entrada do amplificador ou ainda outro jaque, dispondo então de cabo preparado para conexões.
O interruptor geral S1 pode ser incorporado ao controle de ganho (P6). Não sugerimos o uso de LED indicador de ligado pois este componente consumiria mais energia do que o próprio circuito, acelerando o esgotamento das pilhas, a não ser que seja usada fonte de alimentação.
Para o caso de fonte de alimentação ela deve ter pelo menos 30 mA de capacidade de corrente e excelente filtragem para que não ocorra roncos ou instabilidades.
Para provar o aparelho, basta ligar sua saída à entrada de qualquer amplificador.
Ligue nas entradas do mixer fontes de som como a saída de um receiver, um gravador ou então um microfone.
Ajuste P1, P2 e P3 para obter o nível de sinal desejado no amplificador sem distorção. O volume final é ajustado no próprio amplificador. Se não houver excitação suficiente atue sobre P6 de modo a aumentar o ganho do circuito.
Atue também sobre P4 e P5 para obter a resposta de tom desejada.
Para modificar a atenuação dos agudos, basta alterar o valor de C6,
que pode ter valores na faixa de 22 até 470 nF.
Ajustado o aparelho para o funcionamento desejado é só utilizá-lo.
CI-1 - 741 - amplificador operacional (p/ funcionamento estéreo - ver texto)
Potenciômetros:
P1, P2 e P3 - 10 k ohms - lineares
P4 e P5 - 220 k ohms - lineares
P6 - 1 M ohms - logarítmico
S1 - interruptor simples
B1 - 9 ou 12 V - bateria, pilhas ou fonte
E1 a E4 - jaques RCA ' o
Capacitores:
C1, C2 e C3 - 100 nF - cerâmicos ou de poliéster
C4 - 10 pF x 12 V - eletrolítico
C5 - 100 ¡LF x 12 V – eletrolítico
Resistores: 1/8 ou ¼ W
R1 a R5 - 22 K ohms
T1 - transformador de saída para transistores - ver texto
Diversos: placa de circuito impresso, caixa para a montagem, conector para bateria ou suporte de pilhas, knobs para os potenciômetros, fios blindados, etc.