Dois problemas principais envolvem o disparo de Triacs a partir de circuitos lógicos: O primeiro, e talvez o mais importante é a segurança, já que a comporta do Triac e um dos eletrodos que deve ser usado como referência não são isolados na rede e no circuito de controle podem aparecer tensões perigosas. Neste artigo mostramos como contornar este problema e outros que podem ocorrer.
O segundo é o referente ao ruído que é gerado na comutação e que pode retomar ao circuito de controle causando instabilidades de funcionamento. Para evitar os dois problemas podemos contar com um dispositivo muito interessante e útil que o opto-disparador que contém em seu interior um opto-diac, conforme mostra a figura 1.
Este dispositivo contém um diodo emissor de radiação infravermelha a qual incide diretamente sobre um opto-diac. As características deste opto-diac são tais que permitem seu uso diretamente no disparo de um Triac.
O tipo MOC3010 é indicadopara a rede de 110 V enquanto que o tipo MOC3020 é indicado para o disparo de Triacs na rede de 220 V.
Como o acoplamento do sinal se faz por vias ópticas o isolamento do circuito de disparo do Triac é total.
Isso dá a necessária segurança e impede que ruídos se propaguem de um circuito para outro.
As características do disparador facilitam seu uso diretamente na saída de circuitos lógicos digitais e mesmo de microprocessadores.
Na figura 2 temos a maneira típica de se fazer este interfaceamento.
Observamos que o LED emissor infravermelho precisa de uma corrente mínima de 15 mA para que ocorra o disparo do Diac.
Isso precisa ser garantido pelo circuito excitador.
No nosso aplicativo, os valores de R1 e R2 dependem do opto-acoplador usado e portanto da tensão da rede de alimentação.
O triac deve ser especificado de acordo com a corrente da carga e a tensão da rede. Tipos da série TlC206 com correntes de 4 A e mais podem ser usados conforme a seguinte relação:
TIC206 - 4 A
TlC216 - 6 A
TlC226 – 8 A
TIC236 -12 A
TIC246 - 16 A
O sufixo indica a tensão da rede. Teos o sufixo B para a rede de 110 V e sufixo D para a rede de 220 V.
A alimentação para o opto disparador vem de um divisor de tensão formado por dois resistores, e temos ainda um filtro que evita a propagação pela linha dos ruídos de comutação.
Este filtro tem por base L1, C2, C3 e R3. L1 é um choque enrolado num bastão de ferrite segundo informações que daremos na parte construtiva.
O circuito completo do aparelho é mostrado na figura 3.
A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 4.
Para o acoplador óptico pode ser usado um soquete DIL de 4 pinos, já que não são fáceis de obter os de 3, caso em que encaixamos ao componente deixando dois terminais livres.
As trilhas para os eletrodos de disparo e elementos de menor potência do triac são finas, mas para conexões de maior corrente recomendamos o uso de tios grossos.
C2 e C3 devem ser de poliéster com tensão de trabalho de pelo menos 250 V se a rede for de 110 Ve 400 V se a rede for de 220 V.
L1 é formada por 20 ou 30 voltas de tio comum de ligação num bastão de ferrite de 0,8 a 1 cm de diâmetro e comprimento entre 10 e 20 cm.
A grossura do fio depende da intensidade da corrente que o circuito deve controlar.
Será interessante dotar a linha de alimentação de um fusível apropriado para maior segurança.
O Triac deve ser montado num bom radiador de calor, principalmente se operar nos limites de sua potência.
Para provar o aparelho, basta ligá-lo à rede e como carga uma lâmpada ou qualquer outro dispositivo, de preferência resistivo.
Excitando o LED do acoplador deve haver o disparo do Triac.
Para excitar com 6 V (4 pilhas) basta li gato positivo das pilhas ao pino 1 em série com um resistor de 470 ohms e o negativo ao pino 2 do acoplador.
Comprovado o funcionamento é só usar a unidade.
Semicondutores:
CI-1 - MOC3010 (110 V) ou MOC3020 (220 v) - acoplador óptico com dlac
Triac - TlC206, 216, 226, etc. - Triac com sufixo conforme a rede de alimentação
Resistores: (1/4 W salvo Indicação em contrário)
R1 - 180 ohms (110 V) ou 360 ohms (220 V)
R2 - 470 ohms (110 V) ou 2,2 k ohms (220 V)
R3 - 100 ohms x 1 W
Capacitores: (poliéster 200/400 V)
C1, C2, C3- 100 nF
Diversos:
L1 - bobina - ver texto
Placa de circuito impresso, soquete para o Integrado, radiador de calor para o Triac, fios, solda, etc.