A finalidade deste projeto é fornecer aos que tocam violão, guitarra ou outros instrumentos que use um captador eletrônico, alguns efeitos especiais que podem ser ajustados em diversos controles. O circuito é muito simples de montar, pois usa componentes comuns (discretos) de baixo custo e é intercalado entre o instrumento e a entrada do amplificador. O circuito aceita até dois instrumentos simultâneos para obter os efeitos de modo alternado.
Descrevemos a montagem de um efeito de trêmulo que tanto pode ser usado com instrumentos musicais como também com microfones. O circuito também serve para editoração de som em gravações.
O que o circuito faz é modular em amplitude o som que passa do instrumento, microfone ou outra fonte de som, dando assim um efeito “tremido”, conforme o próprio nome do aparelho sugere.
A alimentação pode ser feita com pilhas ou bateria comum para minimizar a possibilidade de captação de roncos que ocorreria no caso do uso de uma fonte de alimentação.
O circuito opera com captadores de alta e média impedância, devendo apenas R1 ou R10 ser alterados em alguns casos para se obter o melhor rendimento, sem muitas perdas para o sinal.
O baixo consumo do aparelho garante uma grande durabilidade para as pilhas ou bateria utilizadas na sua alimentação.
Como Funciona
O circuito tem por base um multivibrador astável formado pelos transistores Q2 e Q3.
A frequência deste multivibrador é determinada pelos capacitoes C2 e C3 e pelos ajustes dos potenciômetros P2 e P3.
Com este multivibrador em funcionamento ele modula os sinais das entradas de som, numa velocidade e profundidade ajustadas em P1 e P4 e que também depende dos capacitores C1 e C4.
Dependendo do efeito desejado os capacitores podem ter seus valores alterados.
A modulação é feita pelos transistores Q1 e Q4 que desviam o sinal de entrada para a terra numa produndidade ajustada pelos potenciômetros P1 e P4.
Desta forma, o aparelho possui 4 ajustes que devem ser feitos de acordo com os efeitos desejados.
Montagem
Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho.
![Figura 1 – Diagrama completo do multi-trêmulo
Figura 1 – Diagrama completo do multi-trêmulo](/images/stories/artigos2016/art1494_0001.jpg)
A montagem admite diversas tecnologias, se bem que o ideal é usar placa de circuito impresso que torna o aparelho menos sensível a captação de roncos e interferências externas.
Assim, numa primeira possibilidade, mostrada na figura 2 temos a montagem ideal feita em placa de circuito impresso.
![Figura 2 – Montagem em placa de circuito impresso
Figura 2 – Montagem em placa de circuito impresso](/images/stories/artigos2016/art1494_0002.jpg)
Se bem que não seja das mais recomendáveis, nem todos possuem recursos para elaboração de placas.
Para estes, devendo manter sempre os terminais dos componentes os mais curtos possíveis, é possível fazer a montagem com base numa ponte de terminais, como mostra a figura 3.
Veja que nos dois casos, os cabos de entrada e saída de sinais que vem do captador ou microfone e vai para o amplificador, devem ser mantidos com a blindagem aterrada.
Sem este procedimento, pode ocorrer a captação de zumbidos (roncos) que prejudicam a reprodução.
Os capacitores devem ser todos eletrolíticos para 12 V ou mais e os resistores de 1/8 W.
Observe a posição dos transistores na montagem, pois se forem invertidos o aparelho não funcionará.
Prova e Uso
Para testar e usar, basta intercalar as fontes de sinais como um violão e um microfone e as entradas do amplificador, conforme mostra a figura 4.
![Figura 4 – Ligando diretamente o multi-trêmulo
Figura 4 – Ligando diretamente o multi-trêmulo](/images/stories/artigos2016/art1494_0004.jpg)
Se o amplificador não tiver ganho suficiente e com isso o som ficar muito baixo, deve ser usado um pré-amplificador, conforme mostra a figura 5.
![Figura 5 – Usando um pré-amplificador
Figura 5 – Usando um pré-amplificador](/images/stories/artigos2016/art1494_0005.jpg)
Ligados os aparelhos, verifique em primeiro lugar se não ocorrem roncos.
Se isso ocorrer, verifique as blindagens dos cabos. A montagem em caixa metálica ajuda a minimizar o problema de roncos.
Depois é só ajustar os controles para se obter os efeitos desejados.
Q1, Q2, Q3 e Q4 – Transistor NPN de uso geral
P1 e P4 – 10 k Ω – potenciômetros ou potenciômetro duplo
P2 e P3 – 470 k Ω – potenciômetros ou potenciômetro duplo
S1 – Interruptor simples
B1 – 6 ou 9 V – pilhas ou bateria
J1, J2, J3 e J4 – jaques de entrada e saída
R1 e R10 – 1 k Ω x 1/8 W – resistores – marrom, preto, vermelho
R2 e R9 – 10 k Ω x 1/8 W – resistores – marrom, preto, laranja
R3 e R8 – 6k8 Ω x 1/8 W – resistores – azul, cinza, vermelho
R4 e R7 – 8k2 Ω x 1/8 W – resistores – cinza, vermelho, vermelho
R5 e R6 – 33k Ω x 1/8 W – resistor – laranja, laranja, laranja
C1 e C4 – 47 µF x 12 V – capacitores eletrolíticos
C2 e C3 – 2,2 µF x 12 V – capacitores eletrolíticos
C5 – 100 µF x 12 V – capacitor eletrolítico
Diversos:
Placa de circuito impresso, suporte de pilhas ou conector de bateria, caixa para montagem, fios, solda, cabos blindados, etc.