Uma das montagens mais tradicionais que envolve a recepção de sinais de rádio é a do rádio de galena ou radio de cristal como também é conhecida. Neste artigo descrevemos a montagem detalhada de uma versão que usa alguns componentes equivalentes mais modernos.
O rádio de galena é o “avô” dos rádios, já que foi o primeiro tipo de receptor realmente popular no início dos tempos da radiodifusão.
Não precisando de energia, ele obtinha toda sua alimentação do próprio sinal de rádio que deveria então ser captado por uma longa antena, conforme mostra a figura 1.
Desta forma, uma b ao recepção dependia do tamanho da antena e da intensidade com que os sinais chegavam até o local.
Como Funciona
No circuito que descrevemos, os sinais captados pela longa antena são levados ao circuito de sintonia formado por uma bobina e um capacitor variável.
Este circuito deixa passar para a terra os sinais de todas as estações, menos o da que desejamos ouvir que vai para o detector.
Na versão original o detector consiste num cristal de galena que é um composto de chumbo que apresenta propriedades interessantes.
Na figura 2 temos então o circuito do rádio original com o detector de galena.
Quando tocamos num ponto sensível do cristal com um fio muito fino, chamado “bigode de gato”, conforme mostra a figura 3, ele funciona como um diodo detector.
Os cristais de galena para se montar o detector original são difíceis de obter atualmente, mas temos um componente pronto equivalente que é o diodo de germânio, mostrado na figura 4.
Além de ser mais barato, ele é muito sensível e não precisamos encontrar o ponto sensível.
No nosso projeto utilizaremos este diodo.
O sinal que chega a esta diodo é então detectado de modo que a portadora de alta frequência é desviada para a terra através de C e o sinal de áudio (som) é levado ao fone de ouvido.
Montagem
Na figura 5 temos então o diagrama completo da nossa versão.
A bobina consiste em 100 espiras de fio esmaltado fino 28 a 32 num tubo de papelão ou plástico de 2,0 a 2,5 cm.
Para a montagem, o leitor tem diversas opções de componentes que podem ser retirados de rádios antigos e outros aparelhos.
Por exemplo, o capacitor variável pode ser retirado de um rádio antigo valvulado fora de uso.
Este capacitor pode ser de 1 a 3 seções conforme mostra a figura 6.
Qualquer um deles serve, já que usaremos apenas uma seção e, na figura, mostramos como fazer a ligação.
O fone deve ser de cristal ou uma cápsula piezoelétrica de alta impedância.
Na falta deste componente, pode ser usado um fone de baixa impedância com um transformador de saída que pode ser retirado de um rádio transistorizado fora de uso, conforme mostra a figura 7.
Também podemos usar um pequeno alto-falante como fone de ouvido, conforme mostra a figura 8.
A antena deve ser longa, podendo ser um fio encapado ou não com 10 a 40 metros de comprimento.
Quanto maior, melhor, pois dependemos da maior quantidade possível de sinais para a qualidade da recepção.
Na figura 9 mostramos como fazer esta antena.
A conexão à terra pode ser feita em qualquer objeto de metal em contato com o solo, por exemplo, a esquadria de uma janela ou porta de metal.
D1 – 1N34 ou 1N60 – qualquer diodo de germânio
L1 – Bobina – ver texto
CV – capacitor variável
C1 – 470 pF – capacitor cerâmico
F1 – Fone de ouvido – ver texto
Diversos:
Base de montagem, pontes de terminais, fios, solda, etc.