Setembro de 2022 - Já discutimos em artigos, notícias e mesmo em vídeos a dificuldade que o desenvolvimento das tecnologias sem fio estão experimentando ao passar para o uso de frequências cada vez mais elevadas. As ondas deixam de ter o comportamento tradicional em que podemos usar antenas para sua detecção e passamos a usar sensores, como fazemos para a radiação infravermelha e a luz.
De fato, não existe um ponto determinado onde as ondas deixam de ser radiofrequências para se tornarem infravermelho e depois luz. A transição é suave, mas os problemas de sua transmissão e detecção existem. Em 300 GHz, quando temos uma transição teórica das duas espécies de onda os problemas da detecção já começam. Usar antenas ou microespelhos?
As descobertas para as soluções já estão ocorrendo e uma delas vem justamente a Universidade de Cambridge onde pesquisadores, juntamente com outros da Universidade de Augsburg, conseguiram descobrir um novo efeito que pode ajudar muito na transmissão de dados com aplicações, inicialmente na medicina.
A ideia parte do efeito fotoelétrico que bem conhecemos que é a liberação de elétrons por uma superfície quando ondas eletromagnéticas, suficientemente energéticas incidem nela.
No caso dos raios X e mesmo da luz, funciona bem, pois são ondas bastante energéticas, mas na faixa dos Terahertz que está abaixo do infravermelho, a energia dos sinais é insuficiente para liberar elétrons e assim gerar uma corrente. O que os pesquisadores descobriram é que é possível fazer isso usando materiais semicondutores com uma camada de gás bidimensional. Eles conseguiram mostrar que essa estrutura é capaz de detectar sinais na faixa de 100 GHz a 10 THz o que significa comprimentos de onda de 3 a 0,03 mm.
Essa nova tecnologia permitiria construir não antenas propriamente ditas, mas detectores para sinais dessas faixas.
Link para notícia original:
https://phys.org/news/2022-09-theory-terahertz-electromagnetic-advances-medicine.html