A maioria dos fones de ouvido, usados em equipamentos de som como rádios portáteis, walkmans e mesmo acolchoados de equipamentos de som mais antigos, são de baixa impedância.
Isso significa que eles não possuem características de sensibilidade nem condições apropriadas para serem excitados diretamente pela saída de muitos circuitos transistorizados, rádios de cristal, receptores experimentais de VHF e FM do tipo super-regenerativo, etc.
Se o leitor gosta de fazer montagens experimentais que necessitem de um fone de alta impedância mas o seu é de baixa, a solução está na montagem do circuito que descrevemos.
O que temos não é apenas um circuito que transforma seu fone de baixa impedância num fone de alta impedância, mas também fornece um ganho extra de sinal que proporciona uma grande sensibilidade ao fone. Temos realmente um "booster" ou reforçador para seu fone, usando um transistor de bom ganho.
Como o circuito usa poucos elementos e é alimentado por pilhas comuns ele cabe numa pequena caixinha plástica que ser usada junto com fone. Na figura 1 temos o diagrama completo do amplificador reforçador para fones.
A disposição dos componentes com base numa pequena ponte de terminais é mostrada na figura 2.
O transformador é o único componente algo crítico da montagem, pois é de um tipo que já não se encontra com facilidade nas lojas e por isso deve ser aproveitado de um rádio velho transistorizado ou outro aparelho semelhante como gravadores cassete, intercomunicadores, etc.
Trata-se de um transformador de saída com uma impedância de primário entre 200 e 2 000 ? e secundário de 8 ? ou mais.
Em último caso pode ser aproveitado um pequeno transformador de alimentação com primário de 110 V ou 220 V e que tenha secundário de 4 a 12 V para corrente entre 50 e 250 mA. Estes transformadores têm alta impedância no primário de 110 V ou 220 V e baixa impedância no enrolamento de baixa tensão, exatamente como precisamos para esta aplicação.
O enrolamento de baixa tensão é ligado ao fone e o de alta tensão é ligado ao transistor. Os resistores são de 1/8 W ou maiores e os eletrolíticos para 6 V ou mais de tensão de trabalho. O potenciômetro é comum e pode incluir a chave que liga e desliga o aparelho. O transistor admite equivalentes como os BC547, BC549 ou qualquer NPN de uso geral.
Para as pilhas precisamos de um suporte apropriado. A entrada do sinal pode ser feita por meio de duas garras jacaré‚ ou ainda um jaque. Sugerimos o uso de dois fios curtos para maior facilidade de uso.
Se for usar em uma aplicação específica pode empregar um plugue de acordo com o jaque de saída desta aplicação.
Para experimentar o reforçador de fone basta ligar sua alimentação e tocar com os dedos na entrada, abrindo totalmente seu volume. Deve ser ouvido um leve ronco no fone. Este ronco é da corrente alternada da rede de energia captada pelo seu corpo.
Para usar o aparelho basta aplicar o sinal nos jaques de entrada e ajustar o ganho em P1 de modo a haver a melhor amplificação sem distorção.
Este circuito também funciona como um bom seguidor de sinais de áudio na procura de defeitos em equipamentos de áudio e pequenos rádios.
Se for usado um fone estéreo o jaque deve ser ligado da forma mostrada na figura 3.
Se o leitor preferir, para um fone estéreo pode montar dois canais amplificadores, em lugar de apenas um.
Semicondutores:
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral
Resistores: (1/8 W, 5%)
R1 - 470 k ? - amarelo, violeta, amarelo
R2 - 56 k ? - verde, azul, laranja
P1 - 100 k ? - potenciômetro
Capacitores:
C1 - 10 µF/6 V - eletrolítico
C2 - 100 µF/6 V - eletrolítico
Diversos:
T1 - Transformador - ver texto
S1 - Interruptor simples
B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas
J1 - jaque de acordo com o fone usado
Ponte de terminais, suporte de pilhas, caixa para montagem, garras jacaré de entrada, botão para o potenciômetro, fios, solda, etc.