Descrevemos a montagem de um sensível instrumento capaz de acusar a passagem de correntes muito fracas por um fio. Utilizando material de fácil obtenção, o que torna a montagem ideal para feiras de ciências, aulas práticas como tema transversal e trabalhos escolares, este galvanômetro pode acusar correntes de milionésimos de ampère.

O princípio de funcionamento, entretanto, é o mesmo dos microamperímetros ou galvanômetros comerciais, usados em muitos instrumentos profissionais. Evidentemente, sua construção rudimentar não lhe imprime a mesma precisão.

O que temos basicamente é uma bússola comum que, ao receber a influência do campo magnético de duas bobinas, por onde passa a corrente a ser acusada, tem sua agulha deflexionada. Como o campo depende da corrente, a deflexão será proporcional à sua intensidade.

 

Na figura 1 temos o diagrama elétrico da montagem para acusar correntes.

 

Figura 1 - Diagrama do galvanômetro.
Figura 1 - Diagrama do galvanômetro.

 

Na figura 2 temos o aspecto real da montagem.

 

Figura 2 - Montagem do galvanômetro (do caderno de notas de NewtonC. Braga)
Figura 2 - Montagem do galvanômetro (do caderno de notas de NewtonC. Braga)

 

A fôrma das bobinas pode ser feita com dois toquinhos de madeira ou ainda papelão recortado e colado na forma indicada. O fio usado nas bobinas é o esmaltado bem fino (de 28 a 34). Devem ser enroladas de 50 a 300 voltas de fio em cada toco (L1 e L2).

É muito importante que os fios das duas bobinas tenham o mesmo sentido de enrolamento para que os campos não se cancelem. Isso é conseguido fazendo com que um enrolamento ao terminal numa bobina, continue da mesma forma na outra como mostrado na figura.

X1 é uma bússola comum que pode ser encontrada em papelarias, casas de importados, lojas de brinquedos e até mesmo material de camping. Existem bússolas simples que são bastante baratas.

Para experimentar seu galvanômetro, ligue na sua entrada uma pilha em s‚rie com um resistor de 100 Ω. A agulha deve movimentar-se rapidamente, orientando-se no sentido de apontar para as bobinas.

Na condição de repouso (sem corrente) posicione o aparelho de modo que a agulha fique perpendicular à bobina.

Para usar, lembre-se que a resistência da bobina é muito baixa e que você não deve ligar diretamente fontes de energia como pilhas, etc.

Ligue sempre um resistor de 100 Ω a 10 k Ω em série, conforme a tensão do circuito.

 

O que explicar:

Oersted descobriu que correntes elétricas produzem campos elétricos. Neste aparelho, as bobinas aumentam a intensidade do campo produzido pela corrente de modo que ele atue sobre a agulha imantada da agulha movimentando-a. Podemos, portanto usar os campos das correntes elétricas para detectar as correntes. Galvanômetro é o nome dado ao instrumento que faz esta detecção.

 

 

L1, L2 - Bobinas - ver texto

X1 - bússola - ver texto

J1, J2 - Bornes isolados

 

Diversos:

Base de madeira, tocos ou papelão, fios esmaltados, etc.