Um multivibrador com saída em rampa é um oscilador elaborado em torno de um comparador ou amplificador operacional tendo por finalidade produzir um sinal assimétrico de saída. Na figura 1 temos o circuito típico deste tipo de oscilador. Os resistores de R1 a R3 formam um elo de realimentação com histerese para os sinais da saída para a entrada não inversora. O resistor RT, o diodo D1 e o capacitor CT formam uma linha de retardo entre a saída e a entrada inversora. No ciclo de partida, CT está descarregado, mantendo a entrada à terra e com isso a saída ao nível alto. A saída no nível alto força a entrada não inversora a tensão limiar alta e com isso carrega CT através de RT. Quando a tensão em CT atinge o limiar alto de disparo, a saída é forçada ao nível baixo. Uma saída no nível baixo, derruba a entrada não inversora para o limiar baixo e com isso ocorre a descarga de CT através de D1. Dada o fato da resistência dinâmica do diodo ser muito menor do que RT, a descarga de Ct é pequena quando comparada com o tempo de carga e com isso a forma de onda resultante é uma pseudo-rampa. Temos uma carga lenta e uma descarga rápida.
Para projetar este multivibrador, em primeiro lugar projete o circuito de realimentação usando procedimento que já vimos em dicas anteriores. Lembre que a amplitude pico-a-pico da rampa será determinada pelos limites da histerese. Também tenha cuidado para escolher as tensões de limiar (VTH e VTL) que devem ser estar espaçadas em relação a faixa de tensões de modo comum do comparador. Então, use VTH e VTL para calcular os valores de RT e CT que resultem na freqüência desejada de oscilação Fosc. Abaixo damos a fórmula usada para se fazer este cálculo.
Esta fórmula assume que a resistência dinâmica de D1 é muito menor do que RT.