Tão logo o termo indústria 5.0 se tornou comum, tratando de uma nova geração de tecnologia industrial, publicamos diversos artigos tratando do assunto. Isso foi em 2021 quando a União Europeia passou a utilizar o termo.

Nota: Artigo também publicado na revista INCB 24 de 2024.

A ideia central dessa tecnologia é uma integração maio entre a tecnologia e os humanos no ambiente de trabalho industrial. Esse gigantesco passo está se tornando possível graças aos avanços da robótica e da inteligência artificial (IA).

É claro que a integração maior entre os humanos e as máquinas leva em conta aspectos importantes como a segurança, o aumento da produtividade e o menor impacto possível sobre o meio ambiente. É deste assunto que vamos tratar neste artigo.

 

 

Antes da indústria 5.0

 

A automação já vem de longe com cada vez mais máquinas realizando as tarefas que humanos não conseguem, ou que não são tão rápidos ou fortes para realizar.

Mas, a principal preocupação até então era com a segurança, pois mesmo com advento dos microcontroladores, a capacidade desses dispositivos para enfrentar emergências evitando acidentes sempre foi precária

A instalação das máquinas mais perigosas até então era feita em espaço em que o acesso aos humanos era limitado ou mesmo evitado completamente. Um robô soldador ou que manuseia uma peça pesada numa indústria automotiva não tem como limitar sua força podendo causar acidentes graves envolvendo humanos.

Em alguns casos, a entrada do humano no raio de ação da máquina a paralisava imediatamente. Avisos por tarde parte visavam impedir a aproximação dos humanos dessas máquinas.

No entanto, os avanços que ocorreram nos últimos anos com o desenvolvimento dos cobots (robôs colaborativos), de sensores e processadores eficiente e principalmente com a chegada da inteligência artificial estão mudando tudo e uma nova forma de se ter um ambiente de fábrica em que robôs, máquinas e humanos se misturam está chegando. É a indústria 5.0.

 

 

A indústria 5.0

 

Imagine a situação em que um braço robótico se depara com um obstáculo, como a presença de um humano. O resultado pode ser catastrófico, pois ele não é capaz de detectar essa presença e continuaram atuando com toda sua força, podendo causar ferimentos graves na pessoa.

No entanto, com o avanço das tecnologias modernas, circuitos eletrônicos que controlam os atuadores podem detectar um aumento mínimo do esforço físico que o braço robótico faz, paralisando a máquina ou emitindo um alerta quando ela encontra a resistência que um humano em seu caminho provoca.

Por outro lado, os cobots, robôs colaborativos podem ter recursos para atuar no mesmo ambiente que os humanos, ajudando-os em tarefas como o manuseio de objetos ou peças com a mesma habilidade.

Assim, um dos objetivos da nova geração da tecnologia industrial, a 5.0 é permitir que humanos e máquinas trabalhem no mesmo ambiente com segurança sem a necessidade de barreiras ou recursos que dificultem o trabalho colaborativo.

 

Figura 1 – Humano, robô e máquina trabalhando juntos (que tal criar esta imagem por IA?)
Figura 1 – Humano, robô e máquina trabalhando juntos (que tal criar esta imagem por IA?)

 

 

É claro que isso exige que novas tecnologias levem os robôs a um novo patamar de seu funcionamento.

Além da segurança devemos pensar na produtividade e esse é um dos objetivos da indústria 5.0. Não adianta colocar máquina, robôs e humanos trabalhando juntos se um problema que ocorra pode afetar a cadeia produtiva de forma mais acentuada.

Até então, quando um robô para numa linha de montagem é porque ele se sente confuso. A presença do humano se faz necessária para que o processo continue sem problemas. Uma caixa numa esteira que esteja danificada se afete o seu manuseio por um braço robótico que então paralisa, exige a intervenção de um humano.

 

 

Humanos e máquina juntos

 

Muitos acham que a automação completa de uma fábrica pode levar a não necessidade dos humanos eliminando assim os empregos. No entanto, a indústria 5.0 não visa isso. Os robôs da indústria 5.0 não são tão inteligentes como os humanos e existem situações em que os dois devem estar presentes.

Não é possível prever todas as situações anormais que podem ocorrer num ambiente de fábrica. Assim, quando elas ocorrem o robô não sabe o que fazer. Já falamos que, quando um robô para na maioria dos casos não é uma falha técnica, mas sim porque ele se sente confuso.

Dizemos que eles não podem resolver problemas não estruturados e é nesse momento que entra em ação o humano. A inteligência artificial (IA) apesar de seus avanços inda não consegue manusear todos os problemas que podem ocorrer. Como o nome diz são problema imprevisíveis, pois se fossem previsíveis poderiam estar na programação.

 

Figura 2 – O humano supervisiona o robô e as máquinas
Figura 2 – O humano supervisiona o robô e as máquinas

 

Link da imagem - https://img.freepik.com/premium-photo/mechanized-industry-robot-human-worker-working-together-future-factory_31965-16603.jpg?w=826

 

 

Mais mudanças

 

Mais uma vez devemos negar a ideia de que nessa mudança, as máquinas tendem a ocupar a posição central no processo industrial. Não é isso. O humano ainda é o centro. Na indústria 5.0 humanos e robôs trabalharão juntos. O humano comanda e ensina o robô, eventualmente corrigindo suas falhas. A segurança permitirá isso.

Será aplicado o conceito de autonomia supervisionada. O robô tem autonomia para realizar operações até o ponto em que ele saiba como fazer isso. No entanto, um operador humano remoto estará pronto pra intervir caso algo ocorra de errado; Uma mudança importante é que teremos algo que muitos estariam pensando que seria justamente o contrário. Os trabalhadores terão melhor qualificação visando uma melhoria da produção.

Um conceito errado que se propaga é que a tecnologia tende a “tirar” os empregos dos humanos, reduzindo-os. Não é nem isso. A tecnologia libera os humanos para atividades que lhes sejam rendosas e produtivas. O trabalho repetitivo é substituído pela máquina que libera o humano para o trabalho criativo e de uma forma que nem a inteligência artificial ainda pode superar.

A tarefa repetitiva fica por conta do cobot e da inteligência artificial enquanto os operadores humanos fiscalizam o trabalho desses cobots, ajudam na programação e na inspeção dos produtos.

As limitações atuais vêm justamente do fato de que a IA não consegue prever situações que os humanos podem. Um robô quando para de fazer alguma coisa nem sempre é porque ele tem problemas de seus circuitos. O problema é que ele se sente confuso e é justamente aí que entra o operador humano.

Na indústria 5.0 ainda estaremos no comando. Por quanto tempo? Não sabemos. No link um artigo que escrevemos quando a indústria 5.0 começou a aparecer.

https://www.newtoncbraga.com.br/?view=article&id=17995:a-industria-5-0-art4520&catid=38 

 

 

 

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