Com o avanço da tecnologia e a criação de transdutores e circuitos mais eficientes, abrangendo uma gama maior de tipos de radiação, a sua utilização em medicina cresce e muitas vezes, algumas novidades, nem sempre com eficiência comprovadas aparecem no mercado ou mesmo no uso em consultórios e clínicas. Neste artigo tratamos de algumas terapias que utilizam luz e eletricidade.
O uso cada vez mais difundido da eletroterapia e da fototerapia (cromoterapia) nos lembra o que ocorre no final do século XIX quando a radioatividade foi descoberta.
Como verificou-se que micro-organismos deixados perto de materiais radioativos morriam, logo se apregoou que a radioatividade poderia ser usada para matar todos o micróbios que nos afligem eliminando assim todos os tipos de doenças.
“Xaropes de Urânio” passaram a ser produzidos e vendidos sem nenhum controle não se sabendo quantas portes causaram, pois não havia ainda sido percebido que do mesmo modo que a radiação mata os micróbios também mata as células do nosso corpo.
Isso mostra como é importante ter um estudo completo sobre os efeitos de qualquer tipo de radiação numa terapia, dos efeitos benéficos aos prejudiciais, antes de se lançar qualquer tipo de produto que as utilize.
Nos nossos dias, estão proliferando equipamentos de uso geral e mesmo em clínicas que basicamente se baseiam em eletricidade (eletrochoque e campos magnéticos) e em luz (laser e LEDs).
Eletrochoque e campos magnéticos
Sabemos que nosso sistema nervoso é sensível a correntes elétricas e conforme sua intensidade podemos ter diversos níveis de sensação.
Assim, os eletroestimuladores podem realmente ser usados em diversos tipos de terapias e até para salvar vidas como no caso dos desfibriladores (ver artigo MA011);
Também tratamos do choque elétrico e sua influência no corpo humano com algumas informações sobre os eventuais usos. Veja o artigo MA069.
Outra possibilidade de uso da eletricidade ocorre com a aplicação de campos magnéticos. Neste caso, uma bobina é percorrida por uma corrente que cria um campo magnético capaz de atuar sobre os tecidos vivos, conforme mostra a figura 2.
O importante no uso desses dispositivos é também pensar nos efeitos colaterais que certamente existem.
No caso das correntes elétricas, evidentemente devemos pensar na ação eletrolítica que pode causar alterações químicas. Ao que parece estas alterações são importantes apenas nos casos em que as correntes são intensas ou ainda em que ocorre o uso prolongado.
O fato é que se deve evitar seu uso em regiões do corpo próximas a órgãos que podem ser sensíveis. Também deve ser pensada a possibilidade da frequência do circuito ter algum efeito, conforme ocorre como veremos no caso dos campos magnéticos.
No caso dos campos magnéticos o problema é um pouco mais complexo.
Em princípio a ação dos campos sobre os tecidos vivos não tem uma comprovação evidente de efeitos terapêuticos. No entanto, existem estudos que mostram que os campos podem induzir correntes e estas podem fazer com que íons e estímulos sejam criados. Estes sim, podem ter os efeitos terapêuticos esperados.
Mas existe o lado controvertido. Os campos de baixa frequência podem atuar sobre íons de provocando alterações de todos os tipos, inclusive genéticas com a indução de câncer.
Em artigos sobre o assunto descrevemos os estados feitos pela Doutora Nancy Wertmeir sobre o assunto. Vale a pena dar uma olhada. (MA009 e MA089).
Existem até os médicos que recomendar usar os barbeadores elétricos (que geram fortes campos) com estimuladores e massageadores, mas será que os efeitos colaterais não seriam perigosos? Uma questão polêmica.