Os efeitos dos campos magnéticos sobre o organismo humano ainda são bastante discutíveis. Ao lado de pesquisadores que afirmam que, se aplicados em grande intensidade podem ser perigosos para nossa saúde, existem especialistas os quais indicam que estes campos também têm efeitos benéficos. Existe até o caso de uma pesquisa que mostra que, envolvendo-se um osso quebrado em fase de recuperação com uma bobina, o campo gerado acelerará a calcificação. Para os que desejam utilizar campos magnéticos em massagens ou outras aplicações não perigosas que os envolve em pequena intensidade descrevemos neste artigo a montagem de um aparelho simples e de baixo custo.

A medicina tradicional ainda não tem uma palavra final sobre a ação dos campos magnéticos em diversos tipos de terapias, como também não confirmou ainda que sua aplicação em pequenas intensidades possa causar algum tipo de dano.

Por este motivo, vemos em diversas partes, a venda de aparelhos que gerando pequenos campos magnéticos, são indicados para os mais variados tipos de terapias, prevenções de doenças e até mesmo com finalidade estética.

O organismo humano é uma estrutura de grande complexidade, o que torna muito difícil prever o que exatamente um campo magnético de determinadas características pode fazer em seu benefício. No entanto, o que sabemos é que o meio líquido e até a presença de materiais ferrosos reage a estes campos e a forma desta reação é que pode significar uma possível terapia ou alteração, da forma desejada ou não.

Aplicando campos magnéticos de pequena intensidade, por exemplo, apregoa-se que se pode obter um relaxamento nervoso e com isso massagear regiões que tenham sofrido traumas ou queimaduras.

 

 

Da mesma forma, com finalidade estética, a aplicação dos campos pode servir para um relaxamento ou mesmo uma modificação da pele que melhore sua aparência.

Os leitores interessados em saber mais sobre os efeitos dos campos magnéticos podem encontrar uma vasta literatura em revistas femininas que vendem os aplicadores através de muitos anúncios e também em publicações médicas.

Notamos entretanto, que aproveitando-se do fato de que a eletrônica é ainda algo misterioso para as pessoas que não estão ligadas ao assunto, aparelhos que nada mais são do que osciladores bastante simples, com componentes de baixo custo, a partir do momento que são vendidos com qualidades terapêuticas ou estéticas têm seus preços elevados muito além do que a tecnologia encontrada em seu interior realmente custa.

Lembramos também que, em muitos casos de equipamentos profissionais, o preço elevado está, não no custo do material usado, mas numa calibração apropriada que leve os efeitos aos pontos certos com pequena tolerância, necessários à garantia da segurança do usuário, o que não é o caso dos massageadores.

Para os leitores que desejarem fazer experiências com um aparelho relativamente barato e seguro, damos o nosso projeto.

Obs: os sinais gerados por este aparelho podem influir em marca-passos. Assim, este tipo de aparelho não deve nunca ser usado em pessoas que usem marca-passos.

 

COMO FUNCIONA

O que temos é um oscilador com um circuito integrado que opera numa frequência que pode ser ajustada entre 100 Hz e 2 000 Hz, valores encontrados nos aparelhos comerciais anunciados em muitas revistas.

O ajuste da frequência é feito por meio de um potenciômetro, o que significa que o usuário pode encontrar a frequência que melhor se adapte à aplicação que está sendo feita.

As outras portas do circuito integrado são usadas como buffers (isoladores e amplificadores) e inversores para o sinal de modo a excitar um conjunto de transistores ligados em contrafase.

O sinal retangular do oscilador é aplicado inicialmente a um par de transistores complementares que conduzem a corrente alternadamente.

Este mesmo sinal, depois de passar por um inversor, é aplicado a outro par de transistores que também conduzem alternadamente, mas com fase oposta aos dois primeiros.

Isso significa que, em cada instante, dependendo da polaridade do sinal, a corrente flui num sentido ou noutro pela bobina, gerando assim um campo alternado de boa intensidade, conforme mostra a figura 2.

A ligação dos transistores em contrafase tem a vantagem de proporcionar boa potência com baixa tensão de alimentação.

Observe pela figura que os pares de transistores conduzem a corrente alternadamente de modo que o campo gerado tem sua polaridade constantemente invertida, o que é interessante para o tipo de aplicação desejada.

A intensidade do campo magnético gerado depende tanto da corrente que circula pela bobina como do número de espiras. No entanto, é preciso lembrar que, aumentando o número de espiras da bobina, o comprimento do fio usado se torna maior e com isso a resistência. O resultado é que também a impedância da bobina para as variações bruscas do sinal aumenta e com isso a intensidade da corrente diminui.

No projeto, o número de espiras e o tipo de fio usado são escolhido de modo a se poder obter um campo magnético de boa intensidade.

A alimentação do circuito é feita com pilhas, no entanto, como a intensidade do campo depende da corrente e ela é algo elevada existe um compromisso entre o tipo de pilhas que pode ser usado e sua durabilidade.

Pilhas pequenas permitem a montagem de uma unidade mais leve e mais fácil de usar, mas a autonomia será reduzida para meia hora ou pouco mais. Com a utilização de pilhas maiores a autonomia fica multiplicada, mas a unidade não pode ser tão compacta.

Levando em conta este fato, podemos ter dois tipos de montagem que são mostrados na figura 3.

 

A caixa pode ser de plástico e o transdutor (bobina) terá detalhes de sua montagem explicados no próximo item deste artigo.

 

MONTAGEM

Na figura 4 mostramos o diagrama completo do massageador eletrônico.

 

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 5.

 

Os circuitos integrados podem ser instalados num soquete DIL de 14 pinos para maior segurança e de modo a se facilitar sua troca em caso de necessidade.

Os transistores têm pequenos radiadores de calor que nada mais são do que chapinhas retangulares presas a estes componentes.

Os resistores são de 1/8W e os capacitores são comuns com as especificações dadas na lista de material.

A bobina é enrolada na forma de uma velho transformador queimado, com as dimensões mostradas na figura 6.

 

Esta bobina consta de 200 a 1 000 espiras de fio com espessuras entre 24 e 28. Uma possibilidade de se ter esta bobina pronta consiste em se desmontar um transformador de alimentação comum com primário de 110V ou 220V e secundário de qualquer tensão entre 5 e 12V com corrente entre 200 e 500 mA e ligar o secundário de baixa tensão neste circuito.

O enrolamento primário permanecerá desligado.

Para a alimentação usamos suporte de pilhas apropriado e na conexão será importante observar sua polaridade.

Na figura 7 mostramos o modo de se fazer a montagem, com o potenciômetro do lado externo para permitir o ajuste da frequência.

 

Este potenciômetro pode incluir a chave geral (S1) que liga e desliga a unidade.

 

PROVA E USO

Para provar o aparelho, basta ligar sua alimentação. Aproximando o aparelho de um rádio AM sintonizado fora de estação devemos ouvir um forte apito indicando o funcionamento do circuito.

Comprovado o funcionamento, basta aplicar os campos nas regiões desejadas observando sua orientação conforme mostra a figura 8.

 

Veja que as linhas de força de qualquer campo magnético são linhas fechadas, o que significa que a parte do corpo que deve ficar sujeita a sua ação deve ser posicionada de modo a ser "percorrida" por estas linhas.

Ajuste a frequência segundo experiências, procurando o ponto em que melhores resultados são obtidos. Se possuir um frequencímetro faça uma escala para o potenciômetro com valores de frequência.

Para aplicações prolongadas deve ser usada uma fonte de alimentação. Um eliminador de pilhas ou fonte simples de 6 a 9V com 1 ampère de corrente serve.

Como o consumo é algo elevado, devem ser usadas quatro pilhas médias ou grandes do tipo comum, alcalinas ou ainda recarregáveis.

 


LISTA DE MATERIAL

Semicondutores:

CI-1, CI-2 - 4093B - circuitos integrados CMOS

Q1, Q2 - TIP31 - transistores NPN de uso geral

Q3, Q4 - TIP32 - transistores PNP de uso geral

 

Resistores: (1/8W, 5%)

R1 - 10 k ohms

R2, R3 - 1 k ohms

P1 - 100 k ohms - potenciômetro

 

Capacitores:

C1 - 100 nF - cerâmico ou poliéster

C2 - 1 000 uF/12V - eletrolítico

 

Diversos:

X1 - Transdutor - ver texto

S1 - Interruptor simples

B1 - 4 ou 6 pilhas médias, grandes ou fonte de alimentação

Placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, bastão de ferrite para o transdutor, radiadores de calor para os transistores, fios, solda, etc.

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