O comum ao se ouvir música através do celular é que se conecte um fone de ouvido em sua saída. No entanto, muitos nos escrevem querendo aplicar este som a um amplificador externo de alta potência. É possível fazer isso? Como? É o que veremos neste artigo.

Em nosso artigo Explorando o áudio do celular (CEL003) analisamos as características do amplificador interno do celular que fornece som para o fone de ouvido.

Vimos também como identificar as conexões do plugue de saída e assim poder “tirar” o sinal de áudio do celular para uma aplicação externa.

Conforme vimos na ocasião o celular usa um plugue P3 com a identificação mostrada na figura 1.

 

Figura 1 – O plugue P3
Figura 1 – O plugue P3

 

Estes plugues de 3,5 mm são usados na maioria dos celulares.

Identificação dos terminais:

1 – Saída do canal esquerdo do fone

2 – Saída do canal direito do fone

3 – Comum (terra)

4 – Entrada do microfone

Cabos adaptadores para jaques mono e estéreo (plugues mono e estéreo) P2 podem ser encontrados no comércio especializado, como o mostrado na figura 2.

 

Figura 2 – Adaptador P3 para P2 (2 x P2 – mono e estéreo)
Figura 2 – Adaptador P3 para P2 (2 x P2 – mono e estéreo)

 

Os plugues são mostrados na figura 3 e é com eles que podemos trabalhar quando não ligarmos ao adaptador algum dispositivo que já tenha o plugue.

 

Figura 3 – Plugues P2 mono e estéreo
Figura 3 – Plugues P2 mono e estéreo

 

Mas como saber onde podemos isso se vamos usar um amplificador externo?

O amplificador interno do celular tem normalmente uma impedância de saída de 33 Ω (podendo variar entre 20 e 100 Ω) conforme o tipo e uma potência de 420 mW.

Isso significa que obtemos dos celulares um sinal de baixa impedância quando a maioria dos amplificadores de áudio de alta potência ou uso doméstico tem uma entrada de alta impedância.

Devemos então usar algum tipo de adaptação para que o sinal seja transferido convenientemente para o amplificador, existindo diversas possibilidades.

A possibilidade mais simples consiste em se fazer o acoplamento direto à entrada do amplificador usando um resistor de carga (para simular a presença do fone) e um capacitor de acoplamento, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Conexões do plugue do amplificador
Figura 4 – Conexões do plugue do amplificador

 

Uma outra possibilidade muito interessante consiste em se transmitir o som do celular (mas monofônico) para um receptor de FM colocado nas proximidades, evitando-se assim o uso de fios.

Damos então o circuito de um transmissor para o som do celular.

 

Montagem

O diagrama completo da retransmissora é mostrado na figura 5.

 

Figura 5 – Diagrama completo do aparelho
Figura 5 – Diagrama completo do aparelho

 

A montagem em placa de circuito impresso é mostrada na figura 6.

 

Figura 6 – Montagem em placa de circuito impresso
Figura 6 – Montagem em placa de circuito impresso

 

Tanto a placa de circuito impresso como a ponte de terminais pode ser instalada numa caixa plástica com tampa de alumínio, a qual pode ser conseguida com facilidade.

A antena telescópica deve ter no máximo 40 cm de comprimento, ficando a unidade depois de pronta com o aspecto da figura 7.

 

Figura 7 – aparelho montado
Figura 7 – aparelho montado

 

Na montagem é conveniente deixar as conexões as mais curtas possíveis e observar a polaridade da fonte de alimentação (B1).

 

Prova e uso

Antes de fechar a caixa é conveniente experimentar e ajustar a unidade. Para isso, proceda do seguinte modo:

Coloque as pilhas no suporte, ligue o plugue X1 na saída de som seu sintonizador que deve estar sintonizado numa estação qualquer a médio volume, e coloque nas proximidades (uns 2 metros de distância) um rádio pequeno de FM Sintonizado em local livre da faixa, também a médio volume.

Ajuste inicialmente CV para captar o sinal do receptor claramente no rádio.

P1 deve estar na posição mínima.

Experimente vários pontos do ajuste de CV, pois podem ocorrer as captações de harmônicas que são sinais derivados de menor intensidade. Procure o sinal mais forte.

Uma vez captado este sinal, ajuste P1 para obter o som do receptor com a melhor qualidade possível, sem distorções.

Afaste-se com o radinho para certificar-se que o equipamento está em boas condições (o sinal é o fundamental e não harmônicas).

Feito isso, pode fechar o aparelho na sua caixa e utilizá-lo normalmente.

Coloque-o sobre ó receptor de FM ou em local para ter maior alcance e qualidade.

Não use antena externa para o receptor, pois pode haver realimentação de sinal com fortes oscilações que prejudicarão o ajuste .e o funcionamento do sistema, principalmente se as frequências escolhidas estiverem próximas da estação captada.

Para usar com fita ou disco, basta colocá-los para tocar no equipamento e pronto. Não é necessário reajustar P1 a não ser que se note distorções.

Mesmo neste caso uma simples diminuição do volume resolve.

Sempre que empregar o retransmissor, deixe o controle de volume do receptor com antena externa no mesmo ponto em que foi feito o ajuste.

Uma ideia interessante consiste em se usar o seu celular velho (fora de uso) como uma estação de rádio experimental. Você pode usar o recurso do gravador do celular e criar seus próprios programas que serão transmitidos para as vizinhanças através do circuito indicado.

 

Q1 - 2N2222 ou equivalente -_transistor de RF

CV - trimmer comum

L1 - 4 espiras de fio comum com diâmetro de 1 cm.

P1 – 47 k - trimpot.

B1- 6 V - 4 pilhas pequenas ou médias.

S1 - Interruptor simples.

X1- plugue estéreo

A - antena telescópica de 30 a 40 cm.

R1, R2 – 10 k x 1/8 W - resistores (marrom, preto, laranja).

R3 e- 6K8 x 1/8 W - resistor (azul, cinza, vermelho).

R4 - 47 Ω x 1/8 W - resistor (amarelo, violeta, preto).

C1 - 10 nF,-.capacitor cerâmico (103).

C2 - 4n7 - capacitor cerâmico (472).

C3 - 4p7 -_capacitor cerâmico.

C4 -100 nF - capacitor cerâmico (104).

Diversos: caixa plástica ,antena telescópica, plugue estéreo, fio blindado ou comum, ponte de terminais ou placa de circuito impresso, suporte para 4 pilhas médias ou pequenas,. fios, solda, etc.