O aparelho que descrevemos possibilita a audição de campos magnéticos variáveis que são transformados em som num fone de ouvido. Trata-se portanto de um conversor que também pode ser usado para funcionar como shield campo x frequência.
Assim, quando aproximamos a bobina exploradora de qualquer dispositivo que produza campos magnéticos variáveis, podemos “ouvir” estes campos na forma de sons, o que facilita sua identificação e até uma eventual gravação.
De fato, numa pesquisa de campo pode-se ligar a saída de fone do aparelho na entrada de um gravador para se registrar os sinais captados. Com isso, a fita pode ser posteriormente analisada com mais tempo para se determinar a origem dos sinais gravados.
Um ponto importante deste aparelho é que ele pode servir para se identificar e diferenciar os campos de origem natural ou produzidos pelo homem, como os das linhas de energia, de eventuais campos de causas desconhecidas, eventualmente associados ao aparecimento de OVNI.
O aparelho é alimentado por pilhas comuns e tem excelente rendimento. As pilhas têm boa durabilidade, o que significa que um jogo delas pode durar vários dias em um trabalho de pesquisa mais intenso.
Na figura 1 mostramos como o aparelho pode ser usado para se detectar eventuais campos, já que ele possui características direcionais.
As linhas do campo de origem desconhecida, ao cortar as espiras da bobina exploradora, geram sinais que se transformam em sons no fone de ouvido.
Se o leitor quiser pode usar um alto-falante pequeno em lugar do fone, caso em que os sons reproduzidos podem ser ouvidos por diversas pessoas no mesmo tempo.
Como Funciona
Na figura 2 temos o diagrama completo do pesquisador de campos magnéticos.
Quando as linhas de força do campo magnético que se deseja explorar cortam as espiras da bobina X1, é induzida uma tensão elétrica ou sinal que passa por um controle de sensibilidade (P1) antes de entrar num amplificador.
O amplificador tem por base um circuito integrado LM386 que, nesta configuração, tem um fator de amplificação de 200 vezes, dado pelo capacitor C1.
O sinal amplificado aparece no pino 5 do circuito integrado, sendo entregue na saída via CB. Como a saída é de baixa impedância deve ser usado um fone de 8 a 50 ohms, do tipo encontrado em walkmans o rádios portáteis.
O capacitor C2, em conjunto com R1, forma uma rede cuja finalidade é manter baixa a impedância com sinais de alta frequência, de modo a não instabilizar o circuito.
O capacitor C4 desacopla a fonte de alimentação de modo a não ocorrerem problemas de instabilidades.
O sensor X1 é o mesmo do nosso primeiro detector de campos magnéticos consistindo numa bobina que deve ter a maior quantidade possível de espiras. Um núcleo de ferrite no seu interior ajuda a concentrar as linhas de força dos campos magnéticos proporcionando assim maior sensibilidade.
O núcleo usado pode ser um bastão de ferrite do tipo encontrado nas antenas internas de rádios de ondas médias. Será fácil encontrar um rádio fora de uso, de onde este núcleo poderá ser retirado.
Montagem
A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 3.
Se o leitor não tem muita experiência com montagens que fazem uso de circuitos integrados será interessante usar um soquete para este componente.
Os resistores são todos de 1/8 W ou maiores e os capacitores eletrolíticos devem ter tensão mínima de trabalho de 6 V.
O capacitor C2 tanto pode ser cerâmico como de poliéster e o interruptor geral poderá estar incorporado ao controle de sensibilidade, que é um potenciômetro comum linear ou log.
Para o fone deve ser usado um jaque compatível ao tipo que você tem. Setor do tipo estéreo deve ser usado um jaque estéreo com os dois fones ligados em série de modo a se obter uma impedância maior.
Para o sensor, se ele estiver muito longe da entrada da placa, deve ser usado um cabo blindado para que não ocorra a captação de sinais indesejáveis.
Todo o conjunto cabe facilmente numa pequena caixa plástica. O tamanho desta caixa deve ser previsto, de tal forma que o suporte de pilhas e a placa sejam alojados com facilidade.
A bobina exploradora pode ficar do lado externo.
Esta bobina pode ser o enrolamento primário de um transformador de alimentação de 110 V ou 220 V e qualquer secundário (que não será usado). Desmonta-se com cuidado o transformador, retirando-se seu núcleo e colocando-se em seu lugar o bastão de ferrite. Este bastão, mesmo que mais fino que o núcleo original, pode ser fixado com qualquer cola.
Prova e Uso
Para provar a unidade basta ligar o fone na saída, ligar a alimentação e abrir o volume. Aproximando a bobina exploradora de fios da instalação elétrica ou de qualquer aparelho elétrico ou eletrônico em funcionamento devemos ouvir no fone o ronco da rede de energia.
Para usar o aparelho, fique longe de qualquer aparelho que produza os roncos e preste atenção nos sinais captados, que podem ir de estalos a sinais sonoros estranhos.
Numa pesquisa de campo os sinais estranhos podem servir de base para a localização de OVNI.
Os estalos que se ouve quando na produção de faíscas elétricas (raios) têm origem natural, conforme explicamos na primeira parte deste livro.
Semicondutores
Cl-1 - LM386 - circuito integrado, amplificador
Resistores (1/8 W, 5%)
R1 - 10 ohms - (marrom, preto, preto)
P1 - 10 k ohms - potenciômetro
Capacitores
C1 - 10 uF/6 V - eletrolítico
C2 - 47 nF - cerâmico ou poliéster
C3 - 220 uF/6 V - eletrolítico
C4 - 100 uF/6 V - eletrolítico
Diversos
X1 - sensor - ver texto
J1 - jaque para fone de ouvido
S1 - interruptor simples - ver texto
B1 - 4 pilhas pequenas ou médias
Placa de circuito impresso, caixa para montagem, suporte de pilhas, botão para o potenciômetro, material para o sensor, fios, solda, etc.