Que formas inexplicáveis de energia emanam dos monges em meditação capaz de derreter nas alturas do Tibet, as neves em sua volta? Que formas estranhas de energia emanam das pessoas dotadas de poderes paranormais, que são capazes de mover objetos ou de torcer colheres e garfos sem lhes tocar? Se você se interessa por estudos transcendentais, parapsicologia ou pesquisas exológicas, você certamente tem motivos para acreditar nesta forma de energia que emana de todos nós, mas que aparece em maior quantidade em certas pessoas. Como detectar esta energia “psicocinética” e fazer experiências interessantes revelando uma eventual paranormalidade sua ou de seus amigos, ou simplesmente despertar a sua curiosidade numa reunião de amigos, é o que veremos neste artigo.

Obs. O artigo é de 1982.

Que espécie de energia emana das pessoas dotadas de poderes "paranormais" quando em concentração ou quando manifestam suas estranhas capacidades?

Que espécie de energia faz a neve derreter em volta dos monges tibetanos em concentração em plena fria madrugada, ou que movimenta objetos numa mesa ou os deforma sem que precisem ser tocados?

Que forma de energia parece emanar das pessoas “simpáticas” ou “amigáveis" que as torna tão atrativas?

Ninguém sabe se realmente existe uma forma de energia aliada a estes fenômenos, mas a literatura “exológica" a explora bastante.

Os antigos hindus chamam a esta energia de Prana; os velhos alquimistas a citam como "fluído vital" enquanto os pesquisadores soviéticos modernos a« denominam de “bioplasma".

Uma das denominações modernas mais comuns para esta forma de energia é “psicocinética”, ou abreviadamente PK. Como detectar a energia PK é o que veremos neste artigo.

Em princípio parece que todas as pessoas são fontes desta energia estranha, a qual pode ser concentrada, dirigida ou diluída segundo nossa vontade, mas depois de certo treinamento.

Este “treinamento" é o que os monges, gurus e outros "místicos” fazem no sentido de dirigir seus esforços para dominar esta energia.

Detectar esta forma de energia é um problema que a eletrônica pode resolver, se bem que em princípio não saibamos exatamente o que esta energia é.

Mas existe um fato associado a esta energia que pode contribuir para sua detecção: nos estados de concentração, meditação, relaxamento, esta energia se manifesta segundo variações da temperatura de nosso corpo.

Conforme já citamos no início, observa-se que os monges tibetanos chegam a dominar de tal modo seu corpo no sentido de produzir esta energia, que conseguem sair de madrugada nas baixas temperaturas das alturas daquelas montanhas e colocando-se em local gelado, conseguem derreter a neve em sua volta, aparentemente sem esforço algum, com seus "poderes mentais”.

Se não podemos detectar esta energia psicocinética diretamente, podemos com a ajuda de recursos eletrônicos detectar as variações de temperatura que ela provoca sob determinadas condições, quando se manifesta.

Este é o nosso detector psicotrônico: um detector ultra rápido e sensível das variações da temperatura, principalmente das pontas dos dedos (onde parece que esta energia se concentra na emanação, já que eles parecem atuar como “antenas"), para ser usado em experiências de concentração, meditação ou outros fenômenos exológicos.

Muito simples de montar, de não oferecerá dificuldades ao pesquisador, mesmo que sua especialidade não seja a eletrônica.

 

COMO FUNCIONA

O “coração" de nosso detector psicotrônico é um diodo semicondutor de silício.

Este componente, cujo aspecto e símbolo são mostrados na figura 1, se comporta como um sensível “termômetro" eletrônico.

 

Figura 1 – O diodo de silício
Figura 1 – O diodo de silício

 

De fato, quando o polarizamos no sentido inverso, ou seja, ligando uma bateria de modo que ela fique “ao contrário” do que seria exigido para a condução normal da corrente, verificamos que ainda assim uma pequena corrente da ordem de milionésimos de ampère circula pelo diodo. (figura 2)

 

Figura 2 – Corrente inversa
Figura 2 – Corrente inversa

 

Esta corrente “de fuga" é causada pela agitação dos átomos do material semicondutor de que o componente é formado, os quais liberam “de vez em quando” portadores de cargas elétricas.

Importante para nós é que esta corrente de fuga depende fundamentalmente da temperatura do díodo, o qual pode ser muito pequeno, ou seja, ter pequena capacidade térmica, acompanha facilmente as variações da temperatura ambiente e mesmo sente" as variações de temperatura de corpos colocados nas proximidades.

Assim, se aproximarmos o diodo de nossa boca e soltarmos uma “baforada" de ar quente, isso já será suficiente para provocar uma sensível mudança de sua temperatura e também de sua condução elétrica.

Do mesmo modo, se aproximarmos o diodo de nossos dedos, as variações de temperatura entre o próprio dedo e o “ambiente" provocadas pela emissão de energia psicocinética, poderá causar uma sensível mudança de sua condutividade elétrica. (figura 3)

 

Figura 3 – Usando o diodo como detector
Figura 3 – Usando o diodo como detector

 

Para acusar as variações desta corrente que circula no diodo, que é muito fraca, precisamos de um circuito especial.

O circuito usado é um amplificador diferencial com 4 transistores, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – O amplificador diferencial
Figura 4 – O amplificador diferencial

 

Neste circuito temos dois pares “Darlington", ou seja, os transistores são ligados em pares de modo a multiplicar sua sensibilidade.

Isso significa que uma variação muito pequena de condutividade dos diodos pela temperatura já é traduzida numa variação muito grande de corrente nos transistores.

Em cada entrada do amplificador é ligado um diodo, de modo que o circuito opera com dois sensores, e na saída temos um único medidor que é um instrumento que permite "traduzir" as variações de corrente dos transistores.

O funcionamento com dois sensores, ou seja, dois diodos permite a realização de experiências interessantes.

De fato, quando usamos um diodo, as variações de comportamento no aumento da temperatura fazem aumentar a corrente do medidor, ou seja, a agulha se move para a direita.

Por outro lado, as mesmas variações no outro diodo, diminuem a corrente e a agulha move-se para a esquerda.

Se as temperaturas nos dois diodos subirem na mesma proporção a corrente no medidor se mantém, e nada é indicado: a agulha permanece imóvel.

O aparelho é alimentado com uma bateria de 9 V, que terá uma durabilidade muito grande, pois o consumo do detector psicotrônico é baixíssimo.

Os ajustes de funcionamento são poucos: apenas o ponto de funcionamento do sensor, ou seja, o meio da escala, em três potenciômetros.

 

OS COMPONENTES

Todos os componentes usados nesta montagem podem ser conseguidos com facilidade.

A caixa deve ser especial no sentido de permitir a realização da experiência.

Assim, numa caixa de madeira com as dimensões mostradas na figura 5, são encaixados dois tubos feitos com canos de PVC no interior dos quais serão colocados os diodos sensores.

 

Figura 5 – A caixa para a montagem
Figura 5 – A caixa para a montagem

 

Um anteparo feito com um disco furado de plástico ou PVC impedirá que na introdução do dedo do pesquisado este encoste no diodo. Isso é necessário, pois o aparelho deve operar com o calor transmitido por irradiação e não por contacto (nada impede que o leitor em uma segunda versão trabalhe com os diodos em contacto com a pele do paciente, o que também pode levar a uma interessante série de resultados).

Os componentes eletrônicos são todos comuns. Se o leitor optar pela versão em placa de circuito impresso deve ter os recursos para sua elaboração, caso contrário, deve fazer a montagem em ponte de terminais.

A única ponte de terminais usada como chassi poderá ser fixada no interior da caixa com facilidade.

Começamos pelos diodos usados como sensores. Podemos dizer que praticamente qualquer diodo de silício de uso geral, como o 1N914, 1N4148, BA315, pode funcionar.

Entretanto, de todos que experimentamos, o tipo que apresentou melhor sensibilidade foi o BA315, o qual recomendamos em especial.

Os transistores são do tipo BC548 ou BC238. Devem ser escolhidos tipos de boa qualidade que não apresentem fugas. Esta fuga pode ser verificada com o multímetro na escala mais alta de resistências, como mostra a figura 6.

 

Figura 6 – Verificando fugas nos transistores
Figura 6 – Verificando fugas nos transistores

 

O ponteiro deve indicar uma resistência muito alta, ou seja, praticamente deve permanecer imóvel.

Se o transistor apresentar fugas ele causará sérios problemas de ajuste do detector que inclusive poderá não funcionar.

O instrumento indicador é um VU comum, de baixo custo, que tem uma bobina para 200 µA. Este instrumento é encontrado com facilidade nas casas de material eletrônico.

Os potenciômetros têm todos valores comuns. O de 10 M, que eventualmente pode ser mais difícil de ser encontrado, poderá ser substituído por um de 4M7.

Os resistores e capacitores são comuns, assim como o interruptor geral S1 e o conector da bateria.

 

MONTAGEM

Para a soldagem dos componentes na parte eletrônica da montagem deve ser usado um soldador de pequena potência e solda de boa qualidade. O soldador deve ter ponta fina e como ferramentas adicionais, aquelas que permitem segurar, cortar ou ajustar componentes.

Na figura 7 temos o diagrama do detector psicotrônico com os componentes representados pelos seus símbolos e com seus valores.

 

Figura 7 – Diagrama do aparelho
Figura 7 – Diagrama do aparelho

 

Na figura 8 temos a versão em ponte de terminais que é a recomendada para os que possuam menos recursos técnicos.

 

Figura 8 – Montagem em ponte de terminais
Figura 8 – Montagem em ponte de terminais

 

A barra de terminais ¡solados usada como chassi pode ser comprada em pedaços nas casas especializadas e cortada do modo indicado.

Na figura 9 temos a placa de circuito impresso para esta versão.

 

Figura 9 – Placa para a montagem
Figura 9 – Placa para a montagem

 

O leitor ao realizar a montagem deve ter cuidados especiais, sendo recomendado que siga a seguinte sequência:

a) Solde em primeiro lugar os 4 transistores (Q1 à O4) observando sua posição. Veja que dois deles ficam com a parte achatada virada para baixo, enquanto que os outros dois ficam com a parte achatada virada para cima. Seja rápido na soldagem dos transistores, pois eles são sensíveis ao calor. Na versão em placa deve também ser observada a posição.

b) Solde os resistores R1 e R2. Estes componentes têm o mesmo valor que é dedo pelas faixas coloridas em seu invólucro.

c) Solde os capacitores C1 e C2. Veja que C2 é polarizado, isto é, deve ser acompanhada a posição de seu polo positivo segundo os desenhos em placa ou em ponte.

d) Faça as interligações entre os pontos indicados da ponte de terminais (3 fios) usando pedaços de fios comuns.

e) Faça a ligação em primeiro lugar do potenciômetro P3 usando pedaços de 10 à 15 cm de fio flexível. Posteriormente este componente será fixado na tampa da caixa, como os demais.

f) Faça a ligação do instrumento (que deve ser colocado no painel) e de P2 (que deve ficar na tampa) usando pedaços de fio flexível também.

g) Faça a ligação do potenciômetro P1 usando também pedaços de fios flexíveis de modo a permitir sua fixação na tampa da caixa.

h) Faça a ligação de S1 e de B1. Veja que a polaridade de B1 deve ser observada. B1 será posteriormente fixada na caixa com a ajuda de uma braçadeira e S1 colocada na tampa.

Complete a montagem com a ligação dos diodos. Veja que são usados fios de cores diferentes, pois será preciso observar a polaridade destes componentes dada pelos anéis em seu invólucro. Se houver inversão o aparelho não funcionará. Fixe posteriormente os diodos nos tubos na posição já indicada perto do orifício do disco separador. A fixação pode ser feita de diversos modos, como por exemplo com a ajuda de um pedaço de espuma ou rolha colocada do lado interno do tubo de modo a deixar passar somente os fios.

Na figura 10 temos o aspecto do aparelho como deve ficar depois de montado.

 

   Figura 10 – Aparelho montado
Figura 10 – Aparelho montado

 

Antes de fechá-lo definitivamente em sua caixa o leitor deve verificar o seu funcionamento.

 

PROVA E USO

Não será preciso chamar nenhum monge tibetano ou equivalente para fazer uma prova de funcionamento.

Depois de conferir todas as ligações, faça a conexão de uma bateria de 9 V nova.

Ligando S1 o instrumento M1 pode já marcar alguma coisa, ou seja, a agulha se movimentará.

Ajuste então os controles do seguinte modo: coloque inicialmente P1 na posição de mínima resistência, ou seja, todo para a direita.

Coloque P3 na sua posição central e ajuste P1 de modo que o instrumento movimente sua agulha até aproximadamente metade da escala.

Se não conseguir, mexa um pouco em P2 e finalmente P3.

Agora, chegue perto do tubo de D1 e dê uma baforada. A agulha deve dar um bom salto para a direita ou para a esquerda. Faça o mesmo com o outro tubo. O mesmo deve acontecer.

Eventuais problemas podem acontecer após a montagem:

Se o instrumento não der ajuste permanecendo no extremo da escala, ou seja, todo para a direita ou todo para a esquerda e de modo violento quando ligamos S1, desligue em primeiro lugar os dois diodos das bases dos transistores.

Se o defeito persistir, provavelmente um dos transistores (ou mais) está com fuga, devendo ser trocado.

Se o instrumento com a retirada dos diodos passar a movimentar-se de modo normal, ou seja, sem violência então o problema está no diodo que pode estar ligado invertido ou então está com fugas. No caso de fugas ele deve ser substituído.

Se as correções não resolverem, desligue momentaneamente Q1 e Q4. Se os movimentos da agulha de M1 forem bruscos então Q2 ou Q3 apresentam problemas.

Para usar o aparelho existem diversas possibilidades:

 

a) Um sensor apenas

Neste caso, o paciente coloca um dos dedos em qualquer dos tubos de sensor, ficando o outro livre,pois será tomado como referência, ou seja, ele terá as condições de temperatura ambiente.

Colocando o dedo no tubo com o aparelho ligado, o leitor notará que a agulha do instrumento se movimentará estacionando em seguida. A temperatura acusada será a normal do corpo.

Vem agora a parte mais importante: procure concentrar-se, relaxar-se ou mesmo pensar em alguma coisa diferente da experiência. Peça a um companheiro seu para anotar as variações de temperatura.

Os pesquisadores sérios podem procurar pessoas que se suspeita terem capacidades paranormais, realizando experiências dirigidas. Outros poderão fazer as experiências com diversas pessoas, estabelecendo as condições em que maiores variações são detectadas.

 

b) Funcionamento diferencial

Neste caso, os dois sensores são usados. O paciente enfia o dedo indicador de cada mão nos tubos, conforme mostra a figura 11.

 

Figura 11 – Funcionamento diferencial
Figura 11 – Funcionamento diferencial

 

Neste caso, detectam-se variações de temperatura entre os dedos. Colocando-se o ponteiro no meio da escala teremos deflexões em sentidos opostos conforme a temperatura de um dedo suba ou desça em relação ao outro.

Veja o leitor que no início do artigo procuramos associar as variações da temperatura manifestada nas proximidades dos dedos às manifestações da energia psicocinética.

As experiências devem então ser dirigidas no sentido de provocar suas manifestações.

 

c) Outra experiência é feita com duas pessoas. Cada uma enfiará o dedo indicador de uma das mãos num dos tubos, conforme mostra a figura12.

 

Figura 12 – Experiência com duas pessoas
Figura 12 – Experiência com duas pessoas

 

Neste caso, com as outras duas mãos dadas, a experiência deve ser dirigida no sentido de haver concentração, relaxamento, etc. Música ambiente pode ajudar na experiência.

Obs.: O autor do projeto cita-o como um detector de temperatura ou variações dela, que pode ser utilizado na realização de experiências que permitem eventualmente detectar a presença de formas de energia que apareçam em estados emocionais incomuns.

 

Isso não significa entretanto que o autor defenda hipóteses exotéricas da manifestação desta "forma de energia". O autor parte do ponto em que princípios físicos conhecidos e bem estabelecidos entram em ação. O resto fica por conta de cada um...

 

Q1, Q2, Q3, Q4 - BC548 ou BC238, preferivelmente - transistores NPN de silício de uso geral

D1, D2 - BC315 - diodos de uso geral – ver texto

M1 - VU meter comum de 200 µA

R1, R2 - 10k x 1/8 W - resistores (marrom, preto, laranja)

P1 – 10 M ou 4M7 - potenciômetro

P2, P3 - 4k7 - potenciômetros comuns (lin ou log)

C1 – 10 nF ou 0,01 µF - capacitor cerâmico ou de poliéster

C2 - 10 µF x 12V - capacitor eletrolítico

S1 - interruptor simples

B1 - bateria de 9 V

Diversos: caixa para montagem, tubos de PVC de 1 polegada, ponte de terminais ou placa de circuito impresso, botões plásticos para os potenciômetros, etc.

 

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