Este artigo fez parte originalmente de um livro que escrevemos na década de 80. Com o nome Semicondutores, tipos uso e teste ele também se encontra no volume 23 da série Como Funciona de nossos livros, em que temos o livro completo. Artigos semelhantes estão disponíveis no site, escritos em outras épocas para outras mídias.
O Triac é um semicondutor para controle de potência da mesma família dos SCRs, mas com capacidade de conduzir a corrente nos dois sentidos. A família a que pertencem esses dois semicondutores é denominada do Tiristores.
Na figura 1 temos o símbolo e a estrutura do Triac.
Para efeito de análise de funcionamento, podemos considerá-lo como dois SCRs ligados em oposição. Isso significa que independentemente da polarização dos seus eletrodos principais MT1 e MT2, podemos dispará-lo com um pulso de tensão positiva no terminal de comporta. (Figura 2)
Esta capacidade de conduzir a corrente nos dois sentidos a partir de sinais aplicados na comporta, torna o triac ideal para aplicações em circuitos de controles de potência em corrente alternada. Correntes de vários ampères podem ser controlados pelos triacs comuns, que são conseguidos em invólucros de alta dissipação para montagem em radiadores de calor.
Os circuitos típicos de aplicação de triacs, colocam estes componentes em série com a carga controlada e um circuito de disparo ligado a comporta. Nos exemplos práticos, teremos esses circuitos por onde será fácil entender as diversas modalidades de aplicação do Triac.
Ao adquirir um triac, duas são as principais características que devem ser observadas com cuidado:
• Tensão de trabalho - quando o triac está desligado ele fica praticamente submetido à tensão da rede. Ele deve estar apto a suportar esta tensão. Para a rede de 110V é preciso que o triac suporte pelo menos 200V e para a rede de 220V pelo menos 400V. Se a carga for indutiva pode ser necessário utilizar triacs para tensões ainda mais elevadas.
• Corrente conduzida - ela depende da potência do aparelho que está sendo controlado. Os tipos disponíveis no mercado, como por exemplo os da série TIC da Texas possuem correntes de 8 a 32 ampères.
É interessante ainda saber que corrente precisamos para disparar o triac, se correntes de 20 a 50 mA tipicamente. Para o disparo, a tensão é tipicamente de 2 Volts. Conforme o leitor pode perceber, o Triac é um pouco mais "duro" de disparar que o SCR de mesma potência, precisando, pois, em alguns, de circuitos mais potentes. Nos exemplos de aplicação que veremos a seguir, daremos no primeiro circuito, uma configuração simples, que também serve para a prova do Triac.